No dia 05/04 intervimos na embaixada húngara em solidariedade a Ilaria, Tobias e todos os companheiros que estão sendo perseguidos.
No final da Segunda Guerra Mundial, as tropas nazistas sitiadas pelo exército da União Soviética fizeram uma tentativa fracassada de escapar de Budapeste. Desde 1997, foi estabelecido o chamado “dia de honra”, em que a escória nazista de toda a Europa se reúne nessa cidade para homenagear seus ancestrais políticos. Em resposta a essa convocação, antifascistas da Hungria e de toda a Europa se reunem anualmente contra essa convocação. Durante as manifestações antifascistas do ano passado, houve confrontos e os fascistas foram espancados.
Em 11 de fevereiro de 2023, Ilaria, uma companheira da Itália, e Tobias, um companheiro da Alemanha, foram presos pela polícia húngara acusados de espancar fascistas.
A companheira e o companheiro enfrentam acusações muito sérias, inclusive de pertencer a uma organização criminosa, e foram transferidos para uma prisão em Budapeste. A tortura e o confinamento que eles vêm sofrendo desde então inclui o severo confinamento solitário, condições sanitárias e nutricionais muito ruins, castigo constante e em porões, longe da luz do sol. Como se tudo isso não bastasse, os policiais exibiram a companheira Ilaria no julgamento amarrada nas mãos, nos pés e na cintura enquanto era presa por uma corrente pendurada sobre ela!
O Estado húngaro envia um forte sinal de que continua sendo um firme protetor dos fascistas e que é um território particularmente hostil para os antifascistas. Uma mensagem clara de que a estratégia de exterminar imigrantes em suas fronteiras, reprimir aqueles que se desviam das normas patriarcais e silenciar qualquer dissidência continuará.
Muitos países da UE criticaram hipocritamente o regime de Orbán como sendo de “extrema direita e antidemocrático”. Mas, ao mesmo tempo, como aliados na UE, eles têm estratégias assassinas comuns em várias áreas críticas (por exemplo, em relação às mulheres migrantes) e, nesse caso, foram rápidos em cooperar com ele. Além de Tobias e Ilaria, outro companheiro da Alemanha está sendo julgado com eles e está lá sob uma ordem de restrição. O Estado húngaro também emitiu mandados de prisão europeus para 14 outros companheiros de toda a Europa no mesmo caso. Até o momento, foram efetuadas três prisões na Itália (do companheiro Gabriele), na Alemanha (da companheira Maya) e uma na Finlândia. Os companheiros correm o risco iminente de serem deportados para prisões húngaras.
Essa cooperação pan-europeia mostra que faz parte da natureza estrutural de todo Estado, seja qual for seu regime, reproduzir o mundo do poder, atacar e perseguir os de baixo e os que lutam contra ele. Mostra que a ascensão da extrema direita e dos fascistas em muitas partes do mundo tem uma profunda alimentação sistêmica. Isso indica que a luta militante contra os fascistas precisa ser uma luta contra o Estado e todas as formas de exploração e poder.
É fundamental intensificar essa luta em nível global. Construir relações de solidariedade e companheirismo além das limitações das fronteiras, trocar experiências, aprender uns com os outros, lutar lado a lado contra todo o poder. Lutar pela criação de um movimento revolucionário anarquista que se espalhe por todo o planeta.
Os companheiros e companheiras que estão sofrendo a tortura da prisão, os companheiros e companheiras que correm o risco de serem deportados não estão sozinhos. Eles nos dão inspiração, coragem e estão em nossos pensamentos. Nós lhes enviamos saudações de companheirismo e força.
Essas correntes que nos prendem, esses muros que nos cercam, nós os combateremos até que sejam destruídos de uma vez por todas…
Força e liberdade para Ilaria, Tobias e todos os companheiros e companheiras que são perseguidos
A paixão pela liberdade é mais forte do que todas as prisões
Coletivo Anarquista Acte
acte@riseup.net/acte.espivblogs.net
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!