Em resposta a uma pergunta parlamentar, o ministro da Guerra, Guido Crosetto, confirmou que o Estabelecimento Militar de Munições Terrestres (SMMT) em Baiano di Spoleto poderá em breve estar produzindo os novos mísseis e munições a serem enviados à Ucrânia para apoiar a guerra em andamento. A Agencia de Indústrias de Defesa (AID) indicou três de suas unidades de produção – Spoleto, Capua e Fontana Liri – para a licitação da UE, que fornecerá 500 milhões de euros em ajuda para a produção de novas armas para Kiev.
Embora ainda seja apenas uma oferta, os jornais locais consideram o contrato altamente provável, principalmente porque a fábrica de Spoleto é considerada subutilizada em relação à sua capacidade “produtiva” (mas talvez devêssemos dizer destrutiva).
O ministro, que já é um representante do lobby das armas como presidente da Federação das Empresas Italianas Aeroespaciais, de Defesa e Segurança (AIAD), um ramo da Confindustria que agrupa empreiteiras de guerra, continua a prometer lucros multimilionários aos seus comparsas e talvez acredite que, na corrida para as eleições regionais, possa acalmar os habitantes de Spoleto, irritados com a redução do número de funcionários do hospital, com algumas promessas de emprego.
Enquanto os Estados capitalistas e os blocos de poder disputam o controle da hegemonia mundial, os explorados não têm nada a ver com suas guerras. As bombas fabricadas em Spoleto massacrarão os soldados recrutados à força, prolongando também o massacre da população civil ucraniana. Mas a guerra diz respeito a todos nós.
Enquanto os senhores da guerra estão fazendo fortuna (há algumas semanas, soubemos que a Leonardo [empresa que trabalha nas áreas da defesa, aeroespacial, segurança etc.] viu sua capitalização de mercado aumentar em 82% em 2023), todos nós estamos pagando as consequências com o aumento do custo de vida, a começar pelos produtos energéticos, a intensificação da exploração em nome da produtividade, cuja expressão direta é claramente visível no aumento contínuo do número de mortes e lesões no trabalho. Por fim, vemos seus efeitos com a escalada repressiva em curso: os cassetetes contra estudantes ou piquetes, as investigações contra a imprensa anarquista e a crescente intolerância em relação a opiniões divergentes, até a transferência de Alfredo Cospito para o 41 bis, são a própria representação da política de guerra que nossos líderes implementaram para a luta na frente interna.
É possível se opor a tudo isso: os estivadores de muitas cidades que se recusaram a entregar material militar e as ações diretas que conseguiram colocar obstáculos concretos no caminho da máquina de guerra e de seus cúmplices são prova disso.
Nenhuma cumplicidade com os industriais da morte!
Nem em Spoleto nem em nenhum outro lugar: vamos boicotar, obstruir e sabotar a indústria da guerra!
O inimigo não são os explorados do outro lado da frente, mas o político, o industrial, o banqueiro que se enriquece com nosso sangue!
Anarquistas em Spoleto
t.me/circoloanarchicolafaglia
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o mais é cenário!
Gustavo Terra
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!