Em colaboração com o portal Freedom, apresentamos um breve texto de Peter Gelderloos que explora por que as estratégias usadas pelos principais movimentos ambientalistas atuais para conter as mudanças climáticas causadas pela indústria estão fracassando – e o que poderíamos fazer de diferente. Para se aprofundar ainda mais nestas questões, recomendamos o novo livro de Gelderloos, The Solutions are Already Here: Strategies for Ecological Revolution from Below.
Antes de mais um verão de desastres climáticos, vamos falar sobre soluções reais
O movimento climático dominante parte de uma premissa que garante o fracasso.
Não apenas fracasso. Catástrofe. E quanto mais eficiente ele for, mais danos causará.
Vamos explorar o porquê.
Reducionismo Climático
Hoje em dia, quando as pessoas pensam em ambientalismo, é provável que imaginem a desobediência civil nas ruas, o ativismo midiático, o lobby intenso e as conferências destinadas a estabelecer objetivos globais para as emissões de carbono – tudo sob a liderança de organizações não governamentais, acadêmicos e políticos progressistas. A luta ecológica, no entanto, sempre incluiu também correntes anticapitalistas e anticoloniais, e estas correntes têm-se tornado mais fortes, mais dinâmicas e mais interligadas ao longo das últimas duas décadas.
Esse crescimento, no entanto, não ocorreu sem contratempos, muitas vezes causados por intensa repressão que deixa os movimentos exaustos e traumatizados, como o Green Scare (ou “Ameaça Verde”), que começou em 2005 e a repressão de Standing Rock e outros movimentos anti-oleodutos liderados por indígenas na América do Norte uma década depois. Sistematicamente, bem no momento em que as correntes radicais lambem suas feridas, a visão predominantemente branca e de classe média do ambientalismo atrai os holofotes e empurra toda a conversa para caminhos reformistas.
A crise real que enfrentamos é uma crise ecológica complexa, na qual os mortos pela polícia, as leis repressivas, a continuidade do colonialismo e da supremacia branca, a destruição de inúmeros habitats, a apropriação de terras, o agronegócio, a saúde humana, o urbanismo, as fronteiras e as guerras estão todos interligados. A liderança do movimento ambientalista tomou a decisão estratégica de reduzir tudo isto a uma questão climática – a crise climática – e de recolocar o Estado como protagonista, como o nosso potencial salvador. Isto significa centrar o Acordo de Paris e as reuniões da COP como a solução para o problema, e usar o ativismo performativo e a desobediência civil para exigir mudanças políticas e investimento em apoio à energia verde.
>> Para ler o texto na íntegra, clique aqui:
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