[Grécia] O rebelde Nikos Paleokostas

por Dimos Vosinakis | 26 de abril de 2025


Nikos Paleokostas partiu hoje (26/04) para uma longa jornada com apenas 65 anos. Nikos, assim como seu irmão Vasilis, expressa o espírito orgulhoso e rebelde encontrado nas montanhas gregas de ladrões e armatoles, aqueles que não se submetem e nunca se rendem a nenhum conquistador. Ele nasceu em 1960 em Moschofyton, Trikala, e depois de algumas breves andanças pelo mar, decidiu se voltar para o crime, principalmente roubos, assaltos e sequestros. E ele se saiu muito bem.


Em junho de 1992, Nikos e Vasilis Paleokostas, juntamente com Kostas Samaras e outra pessoa, invadiram armados a agência do Banco Nacional em Kalambaka, que fica a 250 metros da delegacia de polícia. Sem dar um pio e sem colocar em risco nenhum funcionário ou cliente, eles pegaram aproximadamente 125.000.000 de dracmas [moeda grega antes do euro, em 2001] do cofre e desapareceram nas montanhas da região, onde esconderam partes iguais para serem coletadas vários dias depois. Foi um dos maiores roubos, se não o maior, que já ocorrera em território grego.


Desde 1998, ele estava na lista da Interpol dos dez criminosos mais perigosos do mundo, e o estado grego estava tentando encontrá-lo. A Polícia Helênica e seus especialistas usaram todos os meios possíveis e improváveis para chegar mais perto dos vestígios do infame fantasma, sem sucesso. Finalmente, Nikos foi preso na quarta-feira, 13 de setembro de 2006, em um posto de controle policial nos arredores da vila de Livadi, em Parnassos, uma área que ele conhecia como a palma da mão. O tribunal o condenou por uma série de crimes e sua sentença final foi de 197 anos e 376 meses.


Após 16 anos de prisão contínua e 13 pedidos de benefícios penais que foram rejeitados, apesar dos comprovados problemas cardíacos graves e insuficiência renal que enfrentava, Nikos foi libertado da prisão em outubro de 2021. A fúria vingativa do Estado e da mídia oligárquica, que sempre foram alvo dos irmãos Paleokostas, vão querer classificá-lo definitivamente como um “criminoso perigoso”. Não é por acaso que hoje todas as reportagens que noticiam sua morte trazem fotos dele aflito, ferido e algemado.


Para todos nós faria bem lembrar que, além de sua prolífica atividade criminosa, ele tinha instinto, ética, princípios, respeito e uma consciência de classe inata especial que é tão rara em nossa época. Tenha uma boa viagem, fantasma, e condolências a Vasilis, que continua aproveitando sua liberdade.


Fonte: https://www.alerta.gr/archives/37829


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Tarde de sol,
o armador da rede
range devagar.


Luiz Bacellar

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