[Espanha] Nova edição: “O Islã como Anarquismo Místico”, de Abdennur Prado

Existe uma convergência paradoxal de interesses entre os inimigos do Islã e aqueles que desejam ser a autoridade no Islã ao padronizar o fato muçulmano, reduzindo-o a uma única leitura, a uma única doutrina, fazendo com que, em última instância, a voz e as práticas da umma (comunidade de crentes) dependam de uma hierarquia estatal ou religiosa. Mas, como indica Abdennur Prado, “o mundo islâmico se caracteriza desde seus primórdios pela proliferação de correntes e modos de entender e viver o Islã, tanto no individual quanto no coletivo”.

O Islã como Anarquismo Místico não é tanto uma interpretação sui generis do anarquismo, mas uma leitura radical e revolucionária do Islã, que não carece de precedentes e está baseada em um profundo conhecimento dos textos. Sem esconder as diferenças entre a religião islâmica e o ateísmo radical do anarquismo, Prado nos mostra que, em aspectos como o antiestatismo, a justiça social ou o apoio mútuo, os textos do profeta Maomé ou de certos intelectuais islâmicos coincidem com a lógica libertária. Nesses termos, quando o autor fala de misticismo ou de “anarquismo místico”, está se referindo a uma espiritualidade livre, sem clérigos nem dogmas, que “antepõe a experiência à crença”, que, longe de se abstrair da realidade, está enraizada na terra e na vida, e que rejeita qualquer mediação ou codificação por parte da religião institucionalizada.

A partir de posições como as de Avempace, o turco Sheikh Bedreddin ou Ibn Khaldun, que “antepôs o ideal ético da ajuda mútua e da cooperação entre os membros de uma comunidade à obediência ao Estado”, este livro relaciona algumas das fontes clássicas do Islã com a lógica antiautoritária e comunista ou coletivista da tradição libertária. Um texto rigoroso que convida à reflexão.

O Islã como Anarquismo Místico

Abdennur Prado

Editora: Virus Editorial

ISBN: 9788417870478

Páginas: 160

Dimensões: 12×17 cm

Ano: 2025

Edição: 2ª

Preço: 12,00 €

viruseditorial.net

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

No parapeito
da velha janela
a gata espreita

Eugénia Tabosa

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