[Espírito Santo-ES] 1º de Maio 2024: Rompamos nossa jaula!

E outra vez se aproxima o 1º de Maio… em um cenário de guerras alastradas por todo o mundo, de investimentos bilionários, por consequência, na indústria militar, apesar de milhões e milhões de pessoas passarem fome neste instante. A violência aumenta a cada dia, a desesperança também. A conjuntura nos conduz ao derrotismo e nos paralisa, na medida em que, enquanto isso, nós, trabalhadoras e trabalhadores somos espoliados a cada instante de nossa existência.

Porém, apesar de tudo e todos, aqui estamos mais um ano, outra vez. Podemos e devemos romper as grades de nossa jaula, gritar alto, gritar forte e com altivez: não acreditamos e não aceitamos este sistema socioeconômico. Não toleramos a destruição do meio ambiente e a mercantilização da vida!

Acreditamos em outro mundo, solidário, fraterno, pacífico e autogerido pelas próprias produtoras da riqueza social. Acreditamos em um mundo em que não consumiremos todo o planeta apenas para gerar lucros cada vez maiores aos conglomerados empresariais que nos controlam.

Por isso, para que este novo mundo que levamos em nossos corações surja, a organização anticapitalista de todo o conjunto de exploradas e explorados é fundamental e urgente!

Dessa forma, contamos com todas vocês neste Primeiro de Maio de 2024, a partir das 16 horas, nas proximidades da Arquidiocese de Vitória/ES, para uma marcha/protesto e, às 20 horas, um debate e articulação no Espaço Lacarta.

ABAIXO A PARALISIA!

PELA REVOLUÇÃO SOCIAL!

ORGANIZE-SE E LUTE!

EM MEMÓRIA DOS MÁRTIRES DE CHICAGO!

Federação Anarquista Capixaba – FACA
Filiada à IFA Brasil e IFA-IAF

federacaocapixaba.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

com mãos de hera
enlaço teu corpo
oferto em espera

Eugénia Tabosa

[Espanha] 1º de Maio de 2024. Contra todas as guerras e a indústria militar que as promove.

[Por um mundo sem Estados nem fronteiras]

Introdução

Desde a queda da União Soviética e o fim da Guerra Fria, o mundo está agora em uma fase multipolar. O discurso que nos foi vendido de que, em um mundo globalizado, as tensões e guerras internacionais diminuiriam, é uma mentira. Atualmente, os conflitos armados são uma constante na Europa e no resto do mundo. Além disso, muitos conflitos ainda são consequência do colonialismo europeu, e muitos outros do “neocolonialismo” que surgiu como resultado dos processos de descolonização.

O motor da guerra: a indústria militar

A guerra é prejudicial em todos os sentidos: para a população, forçada a virar bucha de canhão, para a sociedade como um todo e para o ecossistema. Mas nunca para aqueles que vivem da indústria da morte e se beneficiam dela.

Nos últimos anos temos visto como a indústria de armas está no seu auge, aumentando seus lucros e disparando nas bolsas de valores. Os principais beneficiários são os empresários do setor, os bancos que o financiam e os investidores que o promovem. Tudo isso no calor dos preceitos da OTAN, que exige que os Estados invistam 2% de seu PIB em gastos militares. É por isso que, na Espanha, o investimento em gastos militares aumentou para 1,3%. Embora ainda esteja longe das exigências da OTAN, esse valor chega a 13,4 bilhões de euros.

A Espanha está no “top 10” de vendas e suprimentos de armas, chegando a 594 milhões de dólares em 2021, com países em conflitos armados, como Arábia Saudita e Israel, entre seus clientes.

O discurso bélico dos poderes políticos

Os poderes políticos nos preparam, por meio de discursos bélicos, para aceitar as mudanças econômicas que resultarão do aumento do investimento na indústria militar. Isso prejudicará o “estado de bem-estar social” por meio de cortes orçamentários e do desmantelamento do mesmo, o que é claramente contraproducente para a classe trabalhadora.

Já durante a pandemia do “coronavírus”, tornou-se normal que os militares aparecessem na televisão e em outros espaços públicos com uma retórica nacionalista e belicista. O autoritarismo, o abuso de poder pela polícia e o exercício do controle social também foram normalizados. O Estado continua legalmente armado por meio da “lei da mordaça” (Lei Orgânica 4/2015, de 30 de março, de proteção da segurança dos cidadãos) para exercer repressão contra a ação política de indivíduos e grupos de trabalhadores.

Hoje em dia, altos funcionários da UE, como Josep Borrell ou Ursula von der Leyen, apresentam em seus discursos questões como exportação de armas, economia de guerra ou crescimento do investimento militar. O governo francês, por meio de seu primeiro-ministro ou ministro da Defesa, fala abertamente de uma “economia pré-guerra”, do envio de tropas militares ou do “derrotismo”. Países como a Polônia ou a Turquia usam argumentos semelhantes quando começam a materializar o discurso belicista, abolindo o tratado internacional europeu que limita as forças militares na Europa.

Os anarquistas contra a guerra

Nossa posição política como anarquistas é contra a guerra e a fragmentação da sociedade por ódios nacionais, étnicos e identitários, exacerbados pelas economias globalizadas. Em um mundo multipolar em que os interesses geopolíticos e a economia capitalista giram em torno da guerra, da morte e da destruição para obter recursos e mercados, é mais do que necessário que nós como anarquistas divulguemos nossas posições políticas contra a guerra entre a classe trabalhadora da Europa e o mundo. Não apenas como um meio de aumentar a conscientização, mas para que os trabalhadores usem os meios à nossa disposição: boicote, greve ou sabotagem, para impedir o máximo possível a máquina belicista para a qual os poderes políticos e a economia capitalista estão nos empurrando.

Contra a ordem militarista baseada na dominação, exploração, medo e opressão, defendemos a desmilitarização e a dissolução dos exércitos. Acreditamos na prática da solidariedade e do apoio mútuo entre todos os trabalhadores e em sua independência política de partidos e instituições parlamentares.

Nem guerra entre povos, nem paz entre classes.

Pela anarquia.

Grupo Tierra

Federação Anarquista Ibérica (FAI)

federacionanarquistaiberica.wordpress.com

Tradução > anaracademia

agência de notícias anarquistas-ana

sob o último sol,
ave beija a face do lago;
o espelho trêmulo se arrepia.

Alaor Chaves

[Espanha] 1º de maio. Lembramos daqueles que nos precederam na luta pela liberdade e pela justiça

A CNT-AIT asturiana se desvincula das “procissões festivas” do Primeiro de Maio para organizar um ato em memória daqueles que nos precederam na luta pela liberdade e pela justiça. Em 1º de maio, iremos à vala comum no cemitério civil de San Salvador, em Uviéu, para prestar homenagem aos trabalhadores (muitos deles da CNT-AIT) que foram reprimidos pelo regime de Franco entre 1936 e 1937.

Muitos dos que estão lá foram transportados vivos para o lado de fora do cemitério e mortos lá. Aqueles que não morreram por fuzilamento foram enterrados moribundos, sem um golpe de misericórdia, cobertos de cal e, muitas vezes, com membros expostos e comidos por cães e corvos. Os gritos de dor dos infelizes que ainda não haviam morrido podiam ser ouvidos por aqueles que moravam nas proximidades.

Outros haviam sido sequestrados, levados e executados em outros lugares (como no caso do companheiro Higinio Carrocera, executado na prisão de Uviéu), seus cadáveres transportados em caminhões, deixando rastros de seu sangue nas ruas de Uviéu, e levados à sepultura para encerrar episódios sombrios e muitas vezes anônimos.

Após o ato, as companheiras e os companheiros presentes irão para a área recreativa de Santianes, próxima ao local, onde teremos um almoço “de traxe”.

Fonte: https://blog.cntgijon.org/1o-mayo-recordamos-a-las-que-nos-precedieron-en-la-lucha-por-la-libertad-y-la-justicia/

agência de notícias anarquistas-ana

o tempo ainda não passou
canta no galho mais alto
o sabiá-laranjeira

João Angelo Salvadori

[Reino Unido] Um Maio em Paris

Como a Cidade Luz revela a força e o potencial da organização anarquista contra a repressão policial.

É frequentemente dito que os franceses aperfeiçoaram a arte do protesto, e se você estiver comparando a partir de uma perspectiva britânica, eles certamente o fizeram. Antes de ir a Paris no dia 1º de maio, nunca tinha visto um prédio sendo incendiado, nunca vi a polícia recuar da proteção aos bancos sob uma chuva de pedras, e nunca vi o espetáculo de um confronto entre o Black Bloc empunhando uma chuva de fogos de artifício e as investidas intermitentes dos porcos.

Mas além do espetáculo que frequentemente vemos nas notícias ou canais de telegram, há uma análise mais profunda a ser feita sobre os tumultos em Paris no dia 1º de maio. Neste artigo, gostaria de focar na relação dinâmica entre os dois atores desses protestos, os manifestantes e a polícia, e como isso revela as forças táticas da organização anarquista contra os extremos do estado policial.

Repressão

O dia 1º de maio pode exibir o melhor da organização anarquista, mas também mostra os extremos das forças da reação. À medida que o Black Bloc avança na frente do protesto, eles estão sob constante ataque e vigilância pelas forças da repressão. Drones sobrevoam, monitorando e documentando o protesto; a polícia bloqueia as estradas ao redor da rota oficial, às vezes em fileiras de sete de profundidade; policiais de choque tentam dividir o protesto encurralando elementos radicais, batendo naqueles que avançam com bandeiras em recusa às suas ordens e lançando gás lacrimogêneo sobre a procissão. Uma vez alcançado o fim da rota do protesto, a Place de la Nation, cada saída é guardada por uma espessa parede de policiais de choque, vans e canhões de água.

Ao longo de todo o processo, vemos a disposição da polícia em infligir crueldade indiscriminada aos manifestantes para controlá-los e fazer prisões. No início, para dividir o Black Bloc ao meio, eles lançam gás lacrimogêneo na rua, forçando todos, jovens e idosos, a serem esmagados em uma debandada humana contra os prédios. É extremamente desconfortável para mim, mas para os idosos, é uma situação potencialmente perigosa, e seu desdobramento contínuo só é evitado pelos gritos de outros manifestantes para caminhar em vez de correr do gás lacrimogêneo.

Da mesma forma, na Place de la Nation, a polícia de choque periodicamente avança de suas posições para prender manifestantes, atropelando qualquer pessoa que esteja por perto. Isso não é acidental nem simplesmente violência desnecessária (embora haja muita disso acontecendo ao redor), mas sim uma tática necessária para dividir os manifestantes “mais radicais” e “pacíficos”. O uso de gás lacrimogêneo é particularmente intenso, pois isso reduz as multidões enquanto o Black Bloc (geralmente mais preparado) permanece, permitindo prisões. Isso é visto principalmente na Place de la Nation, onde toda a área é inundada por gás lacrimogêneo, reduzindo muitos a gemer no chão ou a se afastar da área onde os confrontos mais acirrados estão ocorrendo.

Do ar e do solo, os protestos são monitorados, assediados e presos por uma força treinada, equipada e experiente nessa situação específica. Ainda assim, o Black Bloc continua, causando danos massivos aos alvos ao longo do caminho.

A partir dessa adaptabilidade dos anarquistas na França, podemos encontrar inspiração para nossas lutas no Reino Unido.

Resistência

Ao discutir as táticas dos anarquistas na França, gostaria primeiro de fazer duas observações: estou me concentrando no dia 1º de maio em Paris de 2023, a partir da minha experiência. Outras formas de resistência, como ações de greve, os Soulevements de Terre e tumultos após o assassinato de Nahel Merzouk pela polícia em junho, merecem análise sob uma perspectiva anarquista, mas não são o foco. Em segundo lugar, considero o Black Bloc uma força em grande parte anarquista. Eu entendo que isso não é estritamente verdade; a maioria dos anarquistas pode apoiar o Black Bloc, mas você não precisa ser um anarquista para “participar”. No entanto, como veremos, em táticas e aparentemente composição, o Black Bloc na França parece ser uma força profundamente anarquista, o que certamente tem relevância para os anarquistas no exterior.

Sob o ataque previamente discutido das forças estatais, a resistência que emerge exibe o melhor da organização descentralizada. Os princípios básicos disso são simples. Em cada protesto (incluindo os muito menores na minha cidade natal de Reims), o Black Bloc se reúne na frente, atrás de grandes faixas. Isso é feito sem ordens, mas como conhecimento comum: se você quer participar, a frente do protesto é o lugar certo. Armado com fogos de artifício contrabandeados, explosivos pequenos e martelos para quebrar pedras, o Black Bloc é acompanhado por outros manifestantes, muitas vezes dos sindicatos mais militantes, como a anarco-sindicalista CNT.

No entanto, a partir do que inicialmente parece ser uma simples reunião de indivíduos com ideias semelhantes, a organização descentralizada que emerge se adapta aos extremos da repressão a cada momento. Contra a violência policial, paramédicos voluntários viajam em grupos, cada um com uma mão no ombro da pessoa à frente. Quando alguém cai, ferido, eles são rapidamente chamados pelos gritos de “Médico!” e formam um escudo humano ao redor de seu camarada caído para evitar serem pisoteados. Outros grupos menores surgem, como os que visam prédios específicos, dividindo o trabalho entre quebrar janelas, lançar fogos incendiários ou explosivos e impedir que espectadores tirem fotos. Além de certos pequenos grupos focados em tarefas específicas, recursos como água salina e pedras são distribuídos livremente.

Talvez o mais importante seja o papel do espectador em tudo isso. O Black Bloc, embora neste caso seja forte, não se compara aos 550.000 manifestantes em Paris, de acordo com os organizadores do sindicato CGT. Em muitos casos, essas vastas multidões atuam como um escudo humano, impedindo que a polícia responda rapidamente ao Black Bloc para fazer prisões.

Em tudo isso, prevaleceu uma aparente mentalidade de grupo entre as multidões. Quando a polícia recuava de uma carga ou tentava avançar para uma posição avançada, a multidão avançava como um só, com uma chuva de pedras voando sobre suas cabeças. Pequenos grupos assumiram tarefas específicas, mas foram as grandes massas com quem as batalhas dos policiais foram travadas, como se um grande rio estivesse constantemente lutando contra eles, tentando se libertar de seus confinamentos. A destruição causada foi prodigiosa. Nenhum símbolo do Establishment foi poupado ao longo do percurso (embora empresas menores tenham sido poupadas), e as ruas pareciam como se um tornado de posters e adesivos tivesse passado por elas.

Implicações

A principal mensagem que retiro dessa resistência em Paris é a importância de um impulso arraigado entre os anarquistas em uma situação de tumulto. Com isso, refiro-me às regras fundamentais do Black Bloc, sem as quais eles não poderiam funcionar. Cada pessoa sabe ir para a frente do protesto, como se preparar para as armas que serão lançadas sobre eles e como reagir quando a polícia avança e recua. Sem isso, outras organizações mais focadas, como os paramédicos e grupos que visam prédios específicos, não poderiam funcionar. Simplificando, o conhecimento adquirido pela experiência é necessário para fornecer a base para a destruição criativa que se segue.

Nisso, aqueles de nós em lugares com uma população menos radical podem se alegrar. Em nossa luta, em nossa experiência, estamos criando as sementes da revolta popular no futuro. No protesto, assim como em tudo o mais, devemos garantir os blocos de construção a partir dos quais uma organização mais complexa pode ser lançada, mesmo que tudo isso signifique, por enquanto, vestir preto e caminhar até a frente.

Fonten

Fonte: https://freedomnews.org.uk/2024/03/17/a-mayday-in-paris/

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

Pequena flor
Sol contido na cor
Ipê amarelo

Luciana Bortoletto

[Grécia] Agrinio: Concerto pelo Primeiro de Maio e pelos 14 anos da okupação Apertus

Resistência – Auto-organização – Solidariedade! Três palavras que durante séculos iluminaram o caminho dos oprimidos rumo à libertação do homem.

1º de maio de 1886, Chicago. Os anarquistas lideram as lutas dos trabalhadores pela liberdade e dignidade. A provocação e os assassinatos de Estado, na praça Haymarket, foram a resposta dos patrões às justas lutas dos trabalhadores, que perderam a vida na luta pela liberdade universal.

1º de maio de 2024, os anarquistas, como parte integrante da luta social de classes, com projetos coletivos e ação direta, num mosaico de resistências, existem em todas as partes do planeta. Uma pequena pedra neste esforço, a Okupação Apertus em Agrinio, completa 14 anos de existência e atividade.

O Estado político não tem outra missão que a de proteger a exploração do trabalho popular por parte das classes economicamente privilegiadas, o poder dos Estados são compatíveis somente com a liberdade exclusiva das classes das quais representa, e precisamente por esta razão é forçado a ir contra a liberdade e os interesses do povo, e toda a dominação supõe a existência de massas dominadas. Por conseguinte, o Estado não pode ter confiança na ação espontânea e no livre movimento das massas, cujo os interesses militam contra sua existência. É seu inimigo natural, seu invariável opressor, embora tenham o cuidado de não dizer abertamente, atuando sempre neste sentido. M. Bakunin

No mundo da violência e do poder, criamos focos de ruptura e resistência, células da proposta organizativa anarquista, de contra-ataque social e de classe. Armamos a sociedade com o projeto da revolução social, para a derrubada universal do Estado e do capital.

Concerto

Sexta-feira, 3 de maio de 2024, 21h, Okupação Apertus

SIKSA (Polônia), BLOVS (Arta), MENSAGEM EM UMA GARRAFA (Patras)

Iniciativa Anarquista Agrinio

protovouliaaa.blogspot.com

agência de notícias anarquistas-ana

cai, riscando um leve
traço dourado no azul
uma flor de ipê!

Hidekazu Masuda

[República Tcheca] Primeiro de Maio Anarquista

O Primeiro de Maio deste ano será mais uma vez comemorado em grande estilo: nas ruas! Mais uma vez, desfrutaremos juntos de um dia que está indelevelmente ligado tanto à luta pela jornada de trabalho de oito horas quanto à continuidade do movimento anarquista tcheco. Mesmo quando parece que o mundo está indo descarga abaixo cada vez mais rápido, ainda temos muitos motivos para nos alegrar. Afinal de contas, “não temos o menor medo das ruínas”. Temos uns aos outros, e as crises dos últimos anos mostraram que podemos contar com nossa força coletiva.

Os exércitos imperialistas do ditador do Kremlin estão em ação na Ucrânia há mais de dois anos, mas continuamos a desenvolver projetos de solidariedade em apoio aos nossos amigos que decidiram resistir à invasão. Juntos, estamos conseguindo organizar apoio material em uma escala sem precedentes.

À medida que a crise climática, exacerbada pelo fracasso dos governos em confrontar os interesses do capital, continua a se agravar, o mesmo acontece com o movimento pela justiça climática, exigindo e trabalhando por um futuro sustentável e justo.

Ainda somos governados por um bando antissocial de ultraconservadores e tecnocratas que parecem ter a intenção de dar o maior número possível de votos ao projeto rival “ANO”, um oligarca solitário.

Tanto eles quanto suas pretensas alternativas de mercadores do medo nacionalistas de Okamura ou putinistas marrom-avermelhados não dão a mínima para as pessoas que estão desperdiçando os melhores anos de suas vidas em vários empregos ao mesmo tempo por causa de aluguéis extorsivos, ou para os idosos pobres e as mães solteiras, ou para os jovens, ou para os LGBT+, ou para qualquer pessoa que não seja os patrocinadores de seus partidos em geral.

Mas, apesar dessa atmosfera não tão positiva, estão surgindo cada vez mais espaços autônomos, projetos autogeridos e grupos ativos de pessoas maravilhosas que acreditam que um mundo melhor é possível. O movimento anarquista não está apenas vivo, mas podemos dizer com certeza que está crescendo, tanto em número quanto em qualidade. Nós não estamos parados, estamos avançando, aprendendo e promovendo as ideias de liberdade, justiça e igualdade todos os dias, de muitas maneiras diferentes. E o Primeiro de Maio é uma oportunidade para nos reunirmos, nos conectarmos, fazermos novos amigos e talvez até planejar algo grandioso.

Neste Primeiro de Maio, nos encontraremos às 13h30 para comemorações, alguns discursos e um piquenique na Ilha Střelecký, o local tradicional dos eventos nacionais do Primeiro de Maio. Em seguida, sairemos para um desfile colorido e barulhento pela cidade. Um rico programa musical nos espera na Ilha Štvanice – apresentaremos os artistas individuais em breve.

Estamos ansiosos para ver todos vocês!

akce.nolog.cz

Tradução > anarcademia

agência de notícias anarquistas-ana

é quase noitinha
o céu entorna no poente
um copo de vinho

Humberto del Maestro

[Chile] 1886 – 2024 | 1° de Maio Anarquista

Convidamos você a comemorar um novo Primeiro de Maio na Plaza Bogotá, bairro Matta Sur, a partir das 14h, para lembrar os companheiros anarquistas assassinados pelo Estado gringo e pela abolição do trabalho, dos salários, da autoridade e dessa sociedade de classes que é mantida pela exploração de todos nós, dos animais e da terra.

Diante do cenário atual em que o sionismo se sente à vontade para assassinar impunemente milhares de pessoas na Faixa de Gaza, na Palestina histórica, diante dos conluios criminosos do empresariado que terminaram com a morte de mais de 100 pessoas nos incêndios da última temporada na V região e uma devastação sem paralelo entre as famílias exploradas do setor, diante dos despejos das casas e terras ocupadas, diante da contínua deterioração da saúde mental do proletariado por viver nessa sociedade de miséria e uma infinidade de outros motivos, continuamos nos organizando, compartilhando, analisando, atacando e resistindo como anarquistas contra toda autoridade, seus defensores e seus falsos críticos.

Que as redes que destruirão esse sistema sejam tecidas na sociabilidade fraterna e na luta firme e determinada, que continuemos a nos reunir para nos tornarmos mais fortes e mais eficazes em nosso ataque aos poderosos que mantêm o atual estado de coisas.

POR UM PRIMEIRO DE MAIO COMBATIVO E ANARQUISTA!

EM MEMÓRIA DOS MÁRTIRES DE CHICAGO!

PELA LIBERDADE DE TODOS OS COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS NA PRISÃO!

CONTINUAMOS A LUTAR PARA QUE VIVA A ANARQUIA!

agência de notícias anarquistas-ana

Brilha até de dia
O relógio fluorescente –
Estação chuvosa.

Keizan Kayano

[Alemanha] 1º de Maio em Berlim | Bloco de luta de classes da manifestação sindical

Nós, Seção de Estrangeiros e Seção de Saúde e Social da FAU Berlim, apelamos a que se juntem a nós no apoio ao bloco de luta de classes da manifestação da Confederação dos Sindicatos Alemães (DGB). O lema é “Sindicatos e assalariados na ofensiva! Contra a guerra, as políticas de austeridade e a agitação da direita.”

Quando: 1º de maio de 2024 às 10h

Onde: U Weberwiese 

As crises produzidas pelo sistema econômico capitalista estão a chegar ao auge. Os cortes sociais e no sistema de saúde, um debate sobre a migração racialmente carregado e a mudança para a direita na sociedade são apenas alguns dos seus sintomas. Em resposta, os partidos no Bundestag [parlamento da Alemanha] discutem mais uma vez um aumento do horário de trabalho semanal ou restrições ao direito à greve e tentam transferir-nos os custos.

A liderança dos sindicatos da Confederação dos Sindicatos Alemães (DGB) não tem muito para contestar, visto o seu rumo para a reconciliação e o equilíbrio entre as classes. Repetidamente chegam a assinar acordos coletivos que nem sequer compensam os aumentos de preços provocados pela inflação.

É claro para nós: a única maneira de sair da crise é construir uma força pujante desde baixo. Chega de pacto social – lutar pela revolução social!

Após a manifestação, o AG Lokal convida você cordialmente para um tradicional come e bebes no local da FAU, na Grüntaler Str 24, a partir das 13h. Venha em grande número!

berlin.fau.org

agência de notícias anarquistas-ana

engano amigo
tenho a impressão
que a lua vem comigo

Estrela Ruiz Leminski

[Itália] Primeiro de Maio Ecossocial | Trabalhar menos para poluir menos

As assembleias para organizar um Primeiro de Maio Ecossocial em Milão teve a participação de diferentes subjetividades, mas abraçadas num sonho de um mundo livre da exploração das pessoas e do meio ambiente.

Ativistas sociais, militantes sindicais, climativistas, antiespecistas, trabalhadores e trabalhadoras, estudantes e precarizados unidos em torno de uma ideia: reduzir a semana de trabalho para quarto dias mantendo a paridade salarial, trabalhar menos para poluir menos.

Unamos nossas forças e as batalhas para um Primeiro de Maio Ecossocial de festa e de luta contra o nosso inimigo comum: o capitalismo, que rouba nosso tempo condenando-nos aos ritmos infernais do trabalho precário e destruindo o nosso planeta.

Esperamos vocês na praça.

LIVRE O TEMPO SALVE O PLANETA!

STREET PARADE ECO-SOCIALE

Primeiro de Maio 2024

14h30

Piazza 24 Maggio, Milão

Fonte: https://ponte.noblogs.org/2024/3676/primo-maggio-ecosociale/

agência de notícias anarquistas-ana

a lua na rua:
um gato lentamente
torna-se minguante.

André Ricardo Aguiar

[Espanha] 1º de Maio | Conferência: Ni amas ni esclavas. Las mujeres en las luchas obreras

Todo 1º de Maio, dia dos trabalhadores, comemoramos o massacre de Haymarket e honramos a memória de nossos companheiros, os Mártires de Chicago.

No marco desse dia de protesto, e por iniciativa do Grupo Anarcofeminista Sindicato de Ofícios Vários da CNT-AIT Albacete, será realizada uma atividade cultural com o objetivo de recuperar boa parte da memória do movimento operário por meio da exibição de episódios de nossa história nos quais as mulheres desempenharam um papel mais do que relevante, já que em muitos casos não se limitaram a participar de determinados eventos, mas foram a força motriz e protagonistas de inúmeros cenários de luta nos quais se despojaram com veemência do papel que lhes era imposto. Companheiras rebeldes e revolucionárias que ocupavam trincheiras na rua, na fábrica, na imprensa ou conspiravam na clandestinidade… Onde às vezes a arma podia ser uma ferramenta agrícola, um rifle ou uma caneta…

Falaremos sobre greves, motins, boicotes, sabotagens, insurreições, assassinatos e resistência antifranquista de mulheres que derrubaram todos os estereótipos e abriram caminho para a emancipação e a liberdade. Mulheres que entenderam que não podiam esperar que alguém fizesse a revolução por elas e que precisavam dar um passo à frente sem permissão.

A conferência “Ni amas ni esclavas. La mujer en las luchas obreras” abordará todos esses aspectos, de preferência a partir de uma perspectiva de história local, trazendo à tona eventos pouco conhecidos na província de Albacete e no restante da região, e alguns muito relevantes em outras partes da Península Ibérica. No entanto, não sem mencionar os grandes marcos feministas das lutas dos trabalhadores.

Assim, desde o Sindicato de Ofícios Vários de Albacete convidamos a classe trabalhadora a participar das atividades propostas neste dia de protesto e luta.

  • 11h00 – Manifestação desde a Praça Francisco Pizarro até o Parque Abelardo Sánchez.

Comício dos trabalhadores na chegada e mesa redonda Anarcofeminista.

  • 17h30 – Conferência: “Nem patroas nem escravas. As mulheres nas lutas dos trabalhadores”.

Local do SOV Albacete da CNT-AIT: C/Ecuador, 26.

Pela memória e cultura anarquista dos trabalhadores e por toda a classe trabalhadora.

Contra o Estado e o capital, contra toda autoridade.

cntaitalbacete.es

agência de notícias anarquistas-ana

Gosto de ficar
Olhando as cores do céu –
Os dias se alongam.

Hisae Enoki

[São Paulo-SP] Centrais sindicais convidam Tarcísio e Nunes para ato [Pelego-Adulador-Hilário] do 1º de Maio

As centrais sindicais envolvidas na realização dos eventos de 1º de Maio [Pelego-Adulador-Hilário] em São Paulo enviaram convites para o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e para o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Também foram chamadas outras autoridades, como Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado, e Luís Roberto Barroso, presidente do STF, além de ministros, presidentes de partidos e líderes de movimentos e associações.

Os sindicalistas contam com a presença do presidente Lula (PT) nos festejos.

“Estamos seguindo a orientação de Zé Dirceu: compor com a centro-direita, neste momento histórico, é fundamental”, afirma José Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.

Ex-ministro da Casa Civil na primeira gestão Lula, Dirceu disse na segunda-feira (22/04) que o presidente montou um governo de centro-direita e que essa é “a exigência do momento histórico e político que vivemos”.

A expectativa de CUT, UGT (União Geral dos Trabalhadores), Força Sindical, CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Nova Central, Intersindical e Pública Central do Servidor é reunir cerca de 50 mil pessoas.

Fonte: agências de notícias

agência de notícias anarquistas-ana

entre os vinte cimos nevados
nada movia a não ser
o olho do pássaro preto

Wallace Stevens

Lula militari$ta-hipócrita: ‘Precisamos de indústria de defesa forte para construir a paz’

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo tem intenção de fortalecer a indústria bélica

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi a São José dos Campos, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira (26/04), visitar a Embraer, onde afirmou que o país necessita de uma indústria de defesa forte, para evitar hipotéticas guerras.

“Um país do tamanho do Brasil não pode ficar dependendo de tecnologias de países inferiores”, disse o petista.

Os maiores exportadores de material bélico no mundo são Estados Unidos, França, Rússia, China e Alemanha, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo.

“Temos que criar tudo o que for possível criar para, em vez de a gente ser dependente, as pessoas ficarem dependentes de nós. (…) Temos condições de ser uma grande nação na área da defesa para construir a paz, não para fazer guerra”, afirmou o presidente.

// Contra a paz capitalista! A paz não se constrói se armando até os dentes! Contra o militarismo! Contra o macabro comércio de vendas e compras de armas de guerra! Contra os gastos militares! Armas não matam a fome! Desmantelar a indústria bélica! \\

Conteúdos relacionados:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/04/23/em-mundo-em-guerra-gastos-militares-batem-recorde-e-superam-us-24-tri/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/04/23/forcas-armadas-do-brasil-e-franca-fazem-exercicio-militar-no-rio-de-janeiro/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2023/10/26/mercado-de-arma-defea-eguranca-e-estupidez/

agência de notícias anarquistas-ana

na noite, o vento
vindo cheiroso de ver
madressilvas.

Alaor Chaves

[Chile] Chamado para um Primeiro de Maio Insurrecional

Repito que sou inimigo da atual ‘ordem’ e repito também que, com todas as minhas forças e enquanto me restar um fôlego, lutarei contra ela (…) Eu lhes digo: Sou anarquista! Eu os desprezo; desprezo sua ordem, suas leis, sua força, sua autoridade! Me enforquem então!” – Louis Lingg

Pois quando em seu coração a liberdade, o amor e a anarquia acompanham seus batimentos cardíacos: a anarquia não morre na boca, ela prevalece nas mãos ativas.” – Punki Mauri

Manter viva a história insurrecional anárquica que nos precedeu, em todos os idiomas e territórios, é vital para as lutas do aqui e agora.

Haymarket em 1886, caos e revolta, greves selvagens, prisão e morte de companheiros nos Estados Unidos que deram origem ao histórico Primeiro de Maio no mundo, são eventos que comemoramos há muito tempo neste território, sob uma posição anárquica.

Convocamos os grupos de ação e os indivíduos anarquistas a se prepararem para um novo Primeiro de Maio de combate, com a memória sempre viva.

Que as ruas da cidade continuem a ser espaços de conflito contra a polícia, os traficantes de drogas, os defensores da propriedade e do poder, que a luta de rua seja fortalecida, que a propaganda seja multiplicada em todos os lugares.

Comecemos o Maio Negro lembrando o companheiro anarquista Mauricio Morales, que 15 anos depois de sua morte em ação continua contagiando novas vontades.

Sozinhos ou acompanhados, com autocuidado e coragem, que nosso grito de guerra seja ouvido.

Nos vemos nas ruas.

POR UM PRIMEIRO DE MAIO INSURRECIONAL!

PELA EXPANSÃO DO CAOS E DA ANARQUIA!

MAURICIO MORALES PRESENTE!

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/04/11/chile-chamada-para-acao-e-propaganda-15-anos-apos-a-morte-do-companheiro-anarquista-mauricio-morales/

agência de notícias anarquistas-ana

sinto um agudo frio:
no embarcadouro ainda resta
um filete de lua

Buson

[Itália] Alfredo Cospito e Anna Beniamino condenados a 23 e 17 anos de prisão

As sentenças de 23 anos e 17 anos e 9 meses de prisão para os anarquistas Alfredo Cospito e Anna Beniamino são definitivas. A Corte de Cassação confirma a sentença bis do Tribunal de Apelação de Turim. Os pedidos da defesa e do Ministério Público de Turim foram rejeitados, e eles insistiram até o fim para conseguir a prisão perpétua: Raiva e amor por nossos camaradas! Com as práticas das quais são acusados! Alfredo fora do 41 bis!”.

Foi assim que os companheiros e companheiras da Itália comunicaram nesta quinta-feira (25/04) as sentenças finais impostas a Alfredo Cospito e Anna Beniamino no que foi o julgamento do caso Scripta Manent, que buscava culpar os dois companheiros por “massacre político”, com base na ação contra a escola dos Carabinieri de Fossano.

Durante o julgamento no Tribunal de Cassação em Roma, um recurso referente aos fatores atenuantes na condenação por “massacre político” foi revisado, finalmente reconfirmando as sentenças já estabelecidas em junho de 2023, após a longa greve de fome de Alfredo Cospito contra o 41 bis, que durou 182 dias. Dessa forma, ambos os companheiros permanecem na prisão e sob as mesmas medidas de isolamento.

Deve-se destacar que, durante a madrugada de 22 de abril passado, a DIGOS de Turim “executou 19 medidas cautelares (3 prisões domiciliares, 1 proibição de residência e 15 obrigações de residência e assinatura diária) no âmbito da chamada Operação Cidade relacionada aos eventos da marcha de 4 de março de 2023 em solidariedade a Alfredo Cospito, isso como parte de uma série de intimidações repressivas contra aqueles que se mobilizaram em apoio ao companheiro.

Apesar da perseguição e da prisão contínua de Anna e Alfredo, os sinais de solidariedade continuam fortalecendo-os do outro lado do muro.

Conteúdos relacionados:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/04/25/italia-ultima-operacao-repressiva-contra-anarquistas/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/03/26/supremo-tribunal-italiano-rejeita-pedido-de-alfredo-cospito-para-sair-do-41bis/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2023/10/30/italia-a-tortura-continua-alfredo-cospito-permanece-no-41bis/

agência de notícias anarquistas-ana

Nem uma brisa:
o gosto de sol quente
nas framboesas

Betty Drevniok

[Espanha] Manifestação de 1º de maio – Dia do Trabalhador – CNT-AIT

Às 12h00 no metrô Buenos Aires

De acordo com o que nos dizem, vivemos no melhor de todos os sistemas possíveis. Esse mantra foi instalado em nossas consciências como uma realidade inquestionável, em sociedades, as do Ocidente coletivo, onde a democracia representativa e o livre mercado são inquestionáveis, enquanto é aceito como se fosse uma lei física que a mídia, as oligarquias econômicas e políticas dirigem o destino de nossas vidas e ditam aos parlamentos o que deve ser feito.

Os dados oficiais nos dizem que 26,5% da população espanhola está em risco de pobreza e exclusão, que 9% de nós vivem em “grave privação material e social”, conforme definido pelo Instituto Nacional de Estatística. No mundo, quase 10% da população, 700 milhões de pessoas, vivem em extrema pobreza, enquanto dezenas de milhares de pessoas arriscam suas vidas migrando para fugir da fome e da guerra, mesmo sabendo que, onde chegarem, se não morrerem no caminho, encontrarão racismo e exploração. Será que esse é o melhor sistema possível? Será que um parlamento que vive discutindo sobre corrupção e anistias, e que está mais preocupado em garantir os lucros das empresas do que em assegurar que seus representantes comam e durmam aquecidos todos os dias, nos representa?

Vivemos no melhor mundo possível, mas a mudança climática causada por esse sistema, e sobre a qual parece haver tanta preocupação nas organizações internacionais e nos governos, está apenas acelerando e antecipando as previsões mais catastróficas, enquanto as emissões de CO2, em vez de diminuírem, aumentam a cada ano: esse, nosso melhor sistema possível, está correndo desenfreadamente em direção à sua autodestruição, e a única solução que vemos os governos realmente adotarem é aumentar os gastos militares.

Vivemos no melhor mundo possível, um mundo em que é legítimo cometer genocídio, se seu nome for Israel e suas vítimas forem árabes. Um mundo em que é legítimo se apoderar dos recursos naturais de outros territórios, mesmo ao custo de mergulhar países como o Congo em uma guerra contínua. Um mundo que considera a possibilidade de uma guerra, Rússia/OTAN, uma guerra que poderia contemplar o uso de armas nucleares. Um mundo que garante, usando a força se necessário, o movimento de bens e capital através de suas fronteiras, e que assassina em suas fronteiras pessoas que querem se mover tão livremente quanto as calças que fabricam.

Este é um panfleto para o 1º de maio, o dia da luta dos trabalhadores, e não falamos sobre condições de trabalho. Perdoe-nos se não nos lembrarmos dos mártires de Chicago, nem mencionarmos que o CEOE quer liberar as empresas dos custos sociais de seus trabalhadores. Estamos sufocados pela raiva de ver um mundo impassível diante de tanta atrocidade e queremos acabar com esse sistema que nos separa, nos confronta e nos mata.

Reivindicamos nossa tradição revolucionária, nos identificamos com aquela tradição operária que não se contentou em melhorar sua própria situação, mas buscou melhorar a situação de todos, um movimento operário solidário e internacionalista. A situação está piorando exponencialmente; o tempo de reformar pouco a pouco acabou; é necessária uma mudança radical, e ela é necessária agora. Obviamente, não temos a força necessária, mas teremos de obtê-la porque é a nossa própria existência e a de nossos iguais que está em jogo.

Porque outro mundo é necessário;

1º de maio Revolucionário.

sovmadrid.org

agência de notícias anarquistas-ana

Arco-íris no céu,
chega ao fim o temporal:
tobogã de gnomos.

Ronaldo Bomfim

[Espanha] Não permitiremos que acabem com tudo. Vamos construir juntas um mundo melhor

Neste 1º de maio desde CNT, dizemos basta. Não podemos permitir que destruam nosso mundo, nossa dignidade e nosso futuro.

A ameaça tem muitas caras: a ameaça de um sistema capitalista que nos explora, espreme nossos recursos naturais e degrada o meio ambiente. A de uma classe política corrupta e elitista que destrói o público, ignora nossas necessidades e nos arrasta para genocídios e guerras. E também uma sociedade que discrimina, marginaliza e exclui os mais vulneráveis.

Nosso sindicato está crescendo a cada dia. Embora tenham tentado nos silenciar centenas de vezes, estamos cada vez mais presentes nas lutas, nas greves, nos locais de trabalho. A bandeira vermelha e preta da Confederação tremula onde quer que haja um conflito trabalhista, onde quer que um de nós exija o que é justo. Desde Xixón até Granada, de Compostela a Valência.

Nossas lutas e reivindicações são agora mais vigentes do que nunca, por condições de trabalho decentes, salários justos e direitos sindicais. Por uma sociedade baseada na igualdade, solidariedade e apoio mútuo. Por um mundo em que valha a pena viver.

É por isso que construímos um sindicalismo de ação direta, trabalhamos dia a dia para nos organizarmos em nossos locais de trabalho, desde as assembleias, sem líderes ou dirigentes, onde todos nós temos o mesmo valor e nossas opiniões são levadas em conta, onde somos ouvidos, onde aprendemos a ouvir. Onde colocamos em prática o mundo que queremos e lutamos para mudar o que não gostamos.

Não pararemos até alcançarmos um mundo em que todas as pessoas sejam donas de seu destino, onde a riqueza seja distribuída igualmente e em que a natureza seja respeitada. Chegou a hora de mostrar que somos mais, que estávamos aqui antes deles e que somos capazes de construir tudo o que eles destroem todos os dias.

cnt.es

agência de notícias anarquistas-ana

Com lua diante
nenhuma palavra surge
somente contemplo.

Francisco Handa