O COMMONER FALA COM A DOG SECTION PRESS, UMA EDITORA E DISTRIBUIDORA ANARQUISTA COM BASE NO REINO UNIDO.
Esperamos que você goste de nossa entrevista com a Dog Section Press. Siga-os no Twitter (twitter.com/dogsectionpress) e confira o conteúdo deles no site (dogsection.org). Se você quiser apoiar o seu trabalho fantástico, confira o Patreon (patreon.com/dopemag) deles.
Bem, temos aqui algumas distribuidoras de boa literatura para transmitir conhecimento e inflamar a paixão revolucionária. A Dog Section Press já está nesse jogo há alguns anos e publicou muito trabalhos interessantes sobre uma variedade de tópicos pertinentes à teoria e ação anarquista. Dois exemplos dignos de nota são Make Rojava Green Again (“Faça Rojava Verde Novamente”) (Debbie Bookchin), que descreve a ecologia social e como isso é colocado em prática na região referida, e a revista DOPE, um jornal trimestral que te mantém informado das correntes e perspectivas anarquistas no Reino Unido. Seu trabalho é sem fins lucrativos e os rendimentos de suas vendas vão para vários projetos e causas que todos nós amamos. Eles também têm muitos pôsteres e adesivos legais. Leia o que eles têm a dizer abaixo:
Que papel a Dog Section Press espera desempenhar na construção de um movimento anarquista?
DSP: Somos praticamente um batalhão da divisão de propaganda. Publicamos e distribuímos literatura subversiva e nosso objetivo é aumentar a consciência do anarquismo e o envolvimento nos modos anarquistas de organização.
Mas nós também tentamos ser o “mais ações e menos palavras” possível (para uma organização preocupada principalmente com a publicação e distribuição de palavras), é por isso que nos engajamos em formas solidárias de publicação. Make Rojava Green Again é publicado em colaboração com a Internationalist Commune of Rojava (“Comuna Internacionalista de Rojava”), que usa o dinheiro arrecadado das vendas do livro para engajar nos projetos de ecologia social na região. E a DOPE Magazine é distribuída de graça para pessoas em situações financeiramente precárias, que podem vendê-la e ficar com tudo o que recebem – totalmente sem restrições. Ao longo desse ano nós imprimimos e distribuímos 30.000 cópias da DOPE (apesar da pandemia global), o que vale aproximadamente £90.000 para nossos vendedores.
Nós pensamos nisso como uma forma de propaganda pela ação.
Como a Dog Section Press é organizada?
DSP: É basicamente o seu clássico grupo de afinidade – um grupo de pessoas com afinidades compartilhadas que se juntaram para um propósito específico. No nosso caso, é a publicação de literatura subversiva. Estamos oficialmente registrados como uma cooperativa de propriedade dos trabalhadores atualmente, mas ainda somos bastante horizontais e continuamos a operar sem fins lucrativos. Continuamos bastante enxutos e tentamos evitar muitas reuniões e o máximo de burocracia possível – no entanto, nós temos que mostrar os recibos ao homem agora.
Achamos que é um preço relativamente pequeno a pagar para ser parte do movimento cooperativo internacional e gostamos de cumprir nossos princípios cooperativos trabalhando com outras cooperativas, como Calverts, No Sweat e Footprints.
Como é o processo editorial e de publicação?
DSP: Provavelmente a parte mais chata da publicação radical – são muitos esboços e revisões. Todos temos nossas várias especialidades, mas tentamos permanecer o menos hierárquico possível – encontrando um equilíbrio entre uma divisão do trabalho rígida demais e o caos totalmente desorganizado. Nós nem sempre conseguimos esse equilíbrio, mas é também um processo constante, portanto, pode mudar e evoluir com o tempo.
O que torna vocês diferentes de editoras capitalistas típicas?
DSP: Não é necessariamente sobre conteúdo: A Penguin publica alguns livros muito bons sobre anarquismo. Mas quase toda publicação é baseada na posse de propriedade intelectual, na competição e na exploração dos trabalhadores da editora, desde autores aos administradores. Isso também é verdade principalmente para os editores que produzem exclusivamente conteúdo radical.
Por isso somos uma cooperativa de trabalhadores sem fins lucrativos. É também por isso que publicamos sob uma licença creative-commons e disponibilizamos todas as nossas publicações para leitura online gratuita, e por isso temos um modelo de distribuição solidária com a DOPE. Estamos tentando fazer as coisas de formas diferentes, porque queremos que as coisas sejam diferentes. É mais sobre a forma do que o conteúdo – mas é também sobre o conteúdo.
Como tem sido suas interações com o governo local e estadual?
DSP: A Dog Section Press começou, na verdade, por alguma compensação paga depois de uma interação particularmente ruim com o Estado. Nós usamos o dinheiro da compensação pra pagar a impressão de nossa primeira publicação, Options for Dealing With Squatting (“Formas de Lidar com a Ocupação”), e então também o panfleto ACAB – então você pode agradecer o Met por isso.
Recentemente tivemos alguns relatos da polícia confiscando a DOPE de vendedores sem-teto em Newcastle, mas fizemos uma reclamação e os policiais encontraram o cara e devolveram a propriedade que eles tinham confiscado ilegalmente. Parecia uma pequena vitória, mas teria sido melhor se os policiais não estivessem inutilmente incomodando pessoas sem-teto, em primeiro lugar.
Como vocês interagem com a comunidade?
DSP: Depende do que você quer dizer por comunidade. Em termos de comunidade anarquista, nós tentamos estar presentes com a nossa banca em tantas feiras de livros e eventos anarquistas quanto é possível. Também tentamos montar bancas em lugares que normalmente não são associados com o movimento – gostamos muito de montar bancas em shows.
Nós temos nosso escritório na Freedom Books em Whitechapel, e a maioria de nossas interações com a comunidade lá são baseadas em torno da distribuição da revista DOPE. Antes do lockdown havia muita demanda por ela, e nós estávamos distribuindo em torno de 1000 cópias semanalmente para moradores de rua locais.
Que conselho você daria para aqueles que buscam construir uma organização como a sua?
DSP: Apenas faça – e então continue fazendo. A impressão é provavelmente mais barata do que você pensa, e você provavelmente pode pagar por isso com financiamento coletivo – quase todos os nossos livros são feitos assim. Gostaríamos que houvesse o maior número de editoras radicais possível: as ruas deveriam estar inundadas com publicações radicais. Se alguém tiver dúvidas específicas sobre partes específicas do processo editorial, ficaremos sempre felizes em ajudar – basta entrar em contato.
Fonte: https://www.thecommoner.org.uk/an-interview-with-dog-section-press/
Tradução > Brulego
Conteúdo relacionado:
agência de notícias anarquistas-ana
foi ao toalete
e cortou os sonhos,
a gilete
Leila Míccolis
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!