A Rede de Proteção e Resistência Contra o Genocídio expressa seu repúdio aos atos de violência cometidos contra militantes por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) durante o ato em protesto contra o governo federal, realizado ontem (19/06) em São Paulo.
Segundo diversas pessoas presentes ao ato, a violência começou quando militantes tentaram fazer um bloqueio na Rua da Consolação, e adotaram outras táticas de Ação Direta, uma forma histórica e justa de ação da classe trabalhadora, no que foram apoiadas por diversos participantes do protesto.
Várias pessoas foram agredidas fisicamente e ocorreu um clima de intimidação geral. Um dos articuladores da Rede de Proteção foi uma das vítimas, tendo sido agarrado por sua camiseta.
Uma das pessoas agredidas foi agarrada por militantes do MTST e foi intimidada e ameaçada de ser levada para agentes da Polícia Militar.
As agressões só foram interrompidas graças à intervenção de mulheres do MTST.
A Rede de Proteção é uma organização suprapartidária, que, desde 2017, atua nas periferias e quebradas na denúncia e no combate à violência do Estado e considera inadmissível atos como os ocorridos ontem.
Não aceitamos nenhum tipo de violência ou intimidação contra militantes, ativistas ou coletivos, muito menos contra aqueles dedicados à luta contra o Genocídio de Estado. É inadmissível que integrantes de um movimento social atuem como linha auxiliar da repressão.
A Rede de Proteção defende a união e, na medida do possível, a ação conjunta de grupos e organizações compromissadas em combater este governo genocida e as diversas formas em que o genocídio estatal se apresenta em nossa sociedade, marcada pelo racismo e pela desigualdade.
Diferenças de opinião ou de táticas devem sempre ser debatidas e discutidas de forma democrática e respeitosa, sem nunca recorrer à violência ou à criminalização de quem pensa diferente.
Não acreditamos em posturas punitivistas ou vingativas, mas sim na perspectiva de responsabilização, balanço sério e compromisso de não mais agir assim.
Repudiamos procurar o sistema violento e seletivo para buscar reparação, mas é necessário que o MTST haja de forma coerente e responsável para buscar a responsabilização das pessoas e a reflexão sobre o que significa agir com truculência entre companheiros, a fim de que deste episódio possamos ao menos levantar a discussão sobre represálias entre as esquerdas, para esse tipo de ação não venha mais a ocorrer.
Acreditamos sobretudo em práticas antipunitivistas para lidarmos coletivamente sobre o ocorrido, e estamos abertos ao diálogo.
A Coordenação do MTST precisa se responsabilizar pela ação de seus militantes no ato de ontem, pois o silêncio ou a criação de uma narrativa que justifique qualquer violência deste tipo apenas enfraquece a unidade popular.
A Rede de Proteção e Resistência Contra o Genocídio se propõe a participar e colaborar com este debate.
Paz entre nós, guerra aos senhores.
São Paulo, 20 de junho de 2021.
agência de notícias anarquistas-ana
zínias frescas,
brancas, amarelas,
cadê as borboletas?
Rosa Clement
Parte do problema descrito na Nota é que os anarquistas estão sempre se pendurando nas manifestações dos partidos,ao invés de buscar formas de ação sem o encosto na agenda desses partidos. São como convidados penetras nas festas alheias. Isso é o que dá não organizar seus próprios levantes.
Outra parte do problema é a subserviência de movimentos ditos sociais frente a esquerda partidária e reformista que só se interessa pelo poder, em tirar o miliciano e colocar o sindicalista para perpetuar o capitalismo.
Fogo no bozo e no molusco!