Neste sábado 11 de setembro, nossa vila, Ruesta, testemunhou a admiração e a necessidade de seguir exemplos de vida que a afiliação da CGT e outros militantes libertários têm. E um desses exemplos a seguir é a vida de Lucio Urtubia. Uma pessoa que não devemos transformar em um personagem para que seu legado não permaneça uma vida em um filme, mas um verdadeiro ensinamento de que devemos fazer algo para mudar este mundo.
A CGT decidiu organizar um dia de homenagem e lembrança ao grande lutador anarquista que morreu em 18 de julho de 2020. Escolhemos o local da jornada em Ruesta porque Lucio estava lá em 2015 participando de uma reunião de conversas com jovens da região enquanto assistia à homenagem aos prisioneiros do regime de Franco em Alto de Igal. Era Lucio, com mais de 80 anos, viajando para homenagear aqueles que sofreram repressão e viajando alguns quilômetros a mais para estar perto dos jovens que querem lutar.
Começamos a jornada recebendo os participantes com os “Zopilotes Txirriaos” em homenagem a Lucio e que fizeram algumas camisetas em comemoração ao dia da homenagem. Após a inauguração da jornada, foi exibido o documentário “Lucio, quem é você?”, que inclui entrevistas com Lucio, sua companheira, sua filha e seu advogado, entre outras pessoas com as quais ele conta sua vida e seus pensamentos. Mas o que este documentário mostra é que Lucio continuou até os últimos dias de sua vida a lutar por um mundo melhor no qual todos nós possamos nos encontrar e desfrutar a vida com amor e liberdade.
Depois tivemos uma assembleia na qual todos disseram o que pensavam sobre a figura de Lucio e como vemos a luta que nos espera no presente e no futuro. Não conseguimos resolver como chegar à Revolução Social, mas falamos em nos preparar para ela e isso é fugir do capitalismo e do patriarcado, procurando uma nova sociedade em modelos que não os neoliberais.
Após o almoço voltamos às lutas e tomamos conhecimento da luta que está ocorrendo na área do reservatório Yesa para evitar a exploração de uma mina de potássio, a mina Muga, que poderia significar um desastre para o meio ambiente e para a segurança das pessoas que vivem na área. Os vilarejos da Sierra del Perdón e Cinco Villas são os mais afetados. Entretanto, as aldeias do reservatório Yesa até Zaragoza podem ser afetadas pelos danos que poderiam ser causados se o que os estudos técnicos indicam acontecer. Gostaríamos de agradecer aos companheiros Oscar Pueyo e Enrique Miranda da Plataforma Unitaria contra las minas de potasa en la Bal d’Onsella y la Sierra del Perdón, da qual a CGT é membro. Para encerrar as atividades de protesto, foi colocada uma faixa com o slogan “Não à mina de potássio”.
E depois desta conversa muito perturbadora, começou a parte festiva do dia de homenagem a Lucio Urtubia, com apresentações de La Chula Potra e do DJ Kaylf. Em um início muito emotivo, La Chula Potra nos contou como ela tinha uma grande harmonia com Lucio as vezes em que eles coincidiam em diferentes atos, como ele a impressionava e como ela sente falta dele. Com seus discursos chamando pela anarquia e rebelião e as canções cheias de mensagem fomos jantar para apreciar as canções revolucionárias de “Juanito Piquete y Los Solidarios” e com eles encerramos o dia de homenagem a Lucio Urtubia.
Mas além disso, durante todo o dia Manolito “Rastaman” estava desenhando uma imagem de Lúcio nas paredes para que sua memória permanecesse para sempre em Ruesta, aquela pequena aldeia que o recebeu um dia em 2015 para conversar com os jovens em protesto.
Resta-nos apenas agradecer àqueles que fizeram parte da organização desta jornada (Floren e Diego estavam encarregados de tudo), hospedagem, artistas, som, palestrantes, etc., porque graças a todos eles este evento foi adiante e nos encheu de satisfação e que pensamos que Lucio teria gostado.
Porque somente aqueles que são esquecidos morrem, Lucio sempre viverá em nossos corações.
memorialibertaria.org
Tradução > Liberto
Conteúdo relacionado:
agência de notícias anarquistas-ana
Sob a lua
a sombra que se alonga
é uma só.
Jorge Luis Borges
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!