O Comitê de Relações da Internacional de Federações Anarquistas (CRIFA), reunido em Marselha nos dias 19 e 20 de Março, aprovou o comunicado que se segue:
Condenamos a criminosa agressão à Ucrânia promovida pelo governo russo, em conjunto com todos os militarismos, e solidarizamo-nos com os povos oprimidos de ambos os lados da fronteira, promovendo o apoio ativo às vitimas do conflito, aos refugiadxs, desertorxs e prisioneirxs dos dois bandos desta guerra e da sua potencial expansão. Nos contextos em que agem as nossas diferentes federações, devemos denunciar e opormo-nos ao papel da OTAN, dos Estados Unidos e da UE na criação, também, das condições prévias que permitiram ao Estado russo atacar o seu vizinho mais débil com a cumplicidade da sua marionete, a Bielorrússia. Denunciamos o crescimento do autoritarismo em todo o mundo nos últimos anos, em que se viu o papel crescente dos exércitos nas políticas públicas. Com a situação atual, destacamos especialmente a crescente militarização da sociedade, no contexto do aumento do rearmamento em toda a UE, entre apelos generalizados para a criação de um Exército Europeu em detrimento das despesas sociais.
Xs pobres e xs oprimidxs do mundo são sempre xs perdedorxs em todas as guerras. Convertem-se em carne para canhão e são tiradxs à força das suas casas, e deparam-se com a pobreza e a doença em consequência desta guerra. Ao mesmo tempo, os patrões globais continuam a movimentar-se para controlarem os recursos do planeta. Nós opomo-nos ao capitalismo global e ao nacionalismo que são as causas da guerra. Ao contrário, temos que promover a guerra de classes, contrariando a indústria bélica e a despesa pública na guerra, e toda a lógica da guerra, desenvolvendo mobilizações horizontais mais amplas por parte dxs trabalhadores e das coletividades.
Deste modo, insistimos no perigo de se cometer o erro de defendermos a “nossa” nação ou o “nosso” país, fazendo ressaltar as nossas posições anti-nacionalistas e de negação/recusa, já que o nosso inimigo está no “nosso” país e o estado nacional ou a burguesia nacional são “nossos”. Pelo contrário, pretendemos construir a solidariedade entre todxs xs proletarixs e destacar o caráter global dos estados capitalistas.
Confirmando os nossos valores históricos de internacionalismo, solidariedade e parentesco global, para além das fronteiras, reafirmamos a nossa oposição a todos os crimes e massacres perpetrados pelo capital e pelo Estado, desde o genocídio dos povos negros e indígenas que hoje continua no Brasil, na América Latina e em todo o Sul Global, até à destruição do meio-ambiente provocada pela lógica dos Estados, a ganância e os mercados que ameaçam a própria existência de vida no nosso planeta.
Comitê de Relações da Internacional de Federações Anarquistas (CRIFA)
Marselha, 20 de Março de 2022
i-f-a.org
agência de notícias anarquistas-ana
Dentro do grilo
Um grito verde
Desfolha-se.
Paulo Ciriaco
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!