
Na última semana, o governo federal anunciou a inclusão da Hidrovia do Rio Madeira no Programa Nacional de Desestatização (PND), abrindo caminho para que mais de mil quilômetros do rio sejam entregues à iniciativa privada. O decreto, assinado por Lula, também inclui os rios Tocantins e Tapajós, somando mais de 3 mil quilômetros de vias navegáveis destinados ao lucro empresarial.
O Rio Madeira, que já sofre com secas extremas, cheias devastadoras e impactos de hidrelétricas, agora será explorado sob a lógica da mercadoria: transportar milhões de toneladas de grãos para exportação, principalmente da produção destrutiva do agronegócio em Mato Grosso e Rondônia. O discurso oficial fala em “redução de custos”, “abastecimento” e “geração de empregos”, mas a realidade é o aprofundamento da dependência regional, a destruição de ecossistemas e a subordinação de populações ribeirinhas, indígenas e camponesas às necessidades de exportação de soja e milho.
O governo prevê contratos de 12 anos com empresas privadas, que vão controlar a dragagem, a sinalização, a gestão ambiental (sob medida para o lucro) e a recuperação de terminais. Os investimentos virão de recursos públicos, inclusive da venda da Eletrobrás, mas os lucros ficarão nas mãos de corporações.
Mais uma vez, o Estado cumpre seu papel histórico: abrir territórios, rios e florestas para a acumulação capitalista. Em vez de defender os povos que vivem às margens do Madeira, o governo prioriza o escoamento de commodities, reforçando o modelo de saque da Amazônia.
A “audiência pública” prevista é apenas ritual de legitimação, onde decisões já tomadas são apresentadas como se fossem fruto de “participação popular”. O que se decide, de fato, é quem lucra com a transformação de rios vivos em corredores de exportação.
Enquanto isso, comunidades locais continuam enfrentando cheias, secas, perda de peixes, poluição e deslocamentos forçados, efeitos diretos de um projeto de “desenvolvimento” que destrói modos de vida e entrega territórios ao capital.
A luta contra a privatização das águas e contra o avanço do agronegócio sobre a Amazônia é também a luta pela autonomia dos povos e pela preservação da vida contra o projeto de morte do Estado e das empresas.
agência de notícias anarquistas-ana
No porta-retrato
um tempo respira,
morto.
Yeda Prates Bernis
xiiiii...esse povo do aurora negra é mais queimado que petista!
PARABÉNS PRA FACA E PRAS CAMARADAS QUE LEVAM ADIANTE ESSE TRAMPO!
Um resgate importante e preciso. Ainda não havia pensado dessa forma. Gratidão, compas.
Um grande camarada! Xs lutadores da liberdade irão lhe esquecer. Que a terra lhe seja leve!
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