[Argentina] Aos membros da Comissão para a Memória das Greves de 1920-1921 em Río Gallegos

27 de março de 2025
Na terça-feira, 25 de março, como é de conhecimento público, por decisão do governo nacional, o monumento em homenagem a Osvaldo Bayer foi demolido. Em um curto espaço de tempo, essa notícia foi divulgada e as primeiras imagens da demolição com uma pá mecânica circularam. Essas imagens mostram não apenas a brutalidade e a arrogância desse ato, mas também que essa ação visa silenciar e apagar da memória coletiva as denúncias que Osvaldo Bayer testemunhou com suas várias obras. A demolição ocorreu um dia depois de um novo aniversário de 24 de março de 1976, 49 anos depois da última ditadura civil-militar-igreja, que, como em cada uma das longas noites, se enfureceu contra os lutadores sociais.

Osvaldo foi um socialista libertário, como ele mesmo dizia. Foi um palestrante assíduo em nossa Federação, onde manteve viva a chama da liberdade em cada uma de suas palestras. Sensível às injustiças do sistema capitalista, travou diferentes batalhas para reconstruir e documentar metodicamente a organização dos grevistas da Patagônia, bem como os fuzilamentos pelo exército argentino no início da década de 1920, um evento que pretendia ser instrutivo para o movimento dos trabalhadores. Ele também trabalhou para reconstruir a participação dos anarquistas em muitas dessas lutas pela liberdade. Essas batalhas lhe custaram o exílio forçado, devido às perseguições da tripla A, meses antes do golpe de Estado de 1976.

Hoje, vemos como um bando de egoístas e supremacistas, que desfrutam da exploração e da miséria que eles mesmos produzem, querem se chamar de libertários. Aqueles que lutam e constroem a libertação dos explorados, como Osvaldo, não podem ser chamados da mesma forma que aqueles que produzem essa exploração. Osvaldo, o incansável lutador, está escrevendo outra coluna no jornal de hoje, onde nos diz: “não se esqueçam de quem foram e são os verdadeiros libertários”.

Desde a Federação Libertária da Argentina queremos enviar nosso total apoio aos membros da Comissão para a Memória das Greves de 1920-1921 em Río Gallegos em sua importante tarefa de manter mais presentes do que nunca as denúncias contra as execuções na Patagônia.

Saúde e revolução social!

Federação Libertária da Argentina-FLA

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agência de notícias anarquistas-ana

curta noite
perto de mim, junto ao travesseiro
um biombo de prata

Buson

[Itália] Buscas policiais para investigação após ataque a bomba contra o Tribunal de Pisa em fevereiro de 2023

Buscas em Pisa e Carrara

Na madrugada de 26 de março, a polícia fez buscas nas casas de dois anarquistas em Pisa e Carrara. As buscas fazem parte da investigação aberta pela Diretoria Antimáfia e Antiterrorismo de Florença para um evento que ocorreu no contexto da greve de fome de Alfredo Cospito: a descoberta de um dispositivo explosivo em fevereiro de 2023 no Tribunal de Pisa.

As informações foram divulgadas pelos envolvidos por meio do Circolo Culturale Anarchico Gogliardo Faschi de Carrara.

agência de notícias anarquistas-ana

O vento cortante
Assim chega ao seu destino –
Barulho do mar.

Ikenishi Gonsui

Pré-venda do livro “Por uma economia libertária”

A Biblioteca Terra Livre e o Centro de Cultura Libertária da Amazônia têm o prazer de anunciar a publicação do livro “Por uma economia libertária”, de Frédéric Antonini.

O livro, publicado originalmente em 2019, apresenta a partir de uma perspectiva libertária um debate contemporâneo em torno da economia refletindo sobre seus desafios e possibilidades no século XXI.

PRÉ-VENDA

O livro está em pré-venda e pode ser adquirido diretamente em nosso site por apenas R$20:

https://livrariaterralivre.lojavirtuolpro.com/pre-venda-por-uma-economia-libertaria/p

Caso prefira, você pode adquirir o combo promocional de lançamento com os livros “Por uma economia libertária” e “Sobre o anarquismo” com 20% de desconto, de R$40 por R$32:

https://livrariaterralivre.lojavirtuolpro.com/combo-por-uma-economia-libertaria/p

Previsão de envio: a partir do dia 21 de abril.

LANÇAMENTO

Se programe, no dia 18 de abril teremos uma atividade de lançamento online com a presença do autor e de membros dos coletivos editoriais.

Em breve mais informações!

agência de notícias anarquistas-ana

A abelha tristonha,
fauna e flora devastadas,
produz mel amargo.


Leila Míccolis

Comemoração do Dia do Jovem Combatente no Chile deixa mais de 40 detidos no país

Santiago do Chile, 30 março – A comemoração do Dia do Jovem Combatente no Chile deixou mais de 40 pessoas presas somente na Região Metropolitana de Santiago, informaram as autoridades no domingo após uma avaliação inicial dos distúrbios na capital.
 
De acordo com os Carabineros, a força policial militarizada do Chile, vários incidentes foram registrados em diferentes partes da Grande Santiago entre a noite de sábado e o início da manhã de hoje, principalmente nas comunas de San Bernardo, Cerro Navia, Peñalolén e Estación Central, onde barricadas foram erguidas e dispositivos incendiários foram lançados contra policiais.
 
Um grupo de desconhecidos tentou acender as primeiras barricadas depois das 21:00 horas no setor de Villa Francia, na Estación Central, interrompendo o tráfego e dando início a uma concentração de manifestantes.
 
A Villa Francia é um local emblemático de protesto, o coração de uma comemoração que ocorre todo dia 29 de março, relembrando o assassinato de dois irmãos pela polícia de Carabineros poucas horas depois de participarem de uma manifestação contra a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) em 1985.
 
Militantes do Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR), organização que foi brutalmente perseguida e dizimada durante os primeiros meses do regime civil militar, os irmãos Eduardo e Rafael Vergara Toledo foram interceptados por uma patrulha policial pertencente à 21ª delegacia de polícia; após uma breve perseguição, os jovens foram parados e executados pela polícia.
 
Por ser particularmente intenso nas áreas suburbanas e em alguns pontos específicos do centro da capital, o Dia do Jovem Combatente faz com que serviços e lojas fechem mais cedo como medida preventiva.
 
Diferentemente dos anos anteriores, a comemoração deste ano não incluiu grandes marchas ou manifestações no centro de Santiago.
 
Fonte: agências de notícias
 
Conteúdos relacionados:
 
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2021/03/31/dia-do-jovem-combatente-e-celebrado-com-protestos-no-chile/
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2017/04/08/chile-barricadas-e-ataques-contra-a-policia-no-dia-do-jovem-combatente/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
Saudades da amada —
Caem flores de cerejeira
às primeiras luzes.
 
Kaya Shirao

[Alemanha] Decodificando o anarquismo: ‘Tiempo Muerto’, de Juan Pablo Macías

Agora em exibição na Galerie im Körnerpark, Tiempo Muerto, de Juan Pablo Macías, revela um lado esquecido da história anarquista.

Por Duncan Ballantyne-Way | 17 de março de 2025

Em 2007, o artista mexicano Juan Pablo Macías desenvolveu interesse pelo anarquismo: um conjunto de ideias que busca desmantelar o governo hierárquico em favor de uma sociedade mutualista. “Mas era incrivelmente difícil encontrar qualquer informação”, lembra ele.

“A única fonte disponível era uma biblioteca na Cidade do México, mas sua coleção havia sido confiscada e ela enfrentava despejo por aluguel não pago.” Determinado a tentar salvá-la, Macías buscou formas de garantir financiamento. “Estou sempre tentando desviar dinheiro do mundo da arte para financiar as atividades da biblioteca e qualquer forma de militância anarquista.”

Fundada em 1978 pelo exilado político catalão Ricardo Mestre, a Biblioteca Social Reconstruir tornou-se a base para o envolvimento vitalício de Macías com o anarquismo e o pensamento libertário. Esse trabalho o levou a criar o arquivo digital Biblioteca de Anarquismo y Anarquistas e a lançar Tiempo Muerto (“tempo morto”), uma publicação dedicada a explorar a prática anarquista. “É minha maneira de compreender o anarquismo”, explica ele, “sua relação com a arte e como ferramenta para questionar as estruturas de poder que moldam nossa visão de mundo.”

Pela primeira vez, todas as edições de Tiempo Muerto, junto com obras em vídeo, serão exibidas na Galerie im Körnerpark, coincidindo com o lançamento da sétima edição da publicação na data de abertura da exposição. Macías começou a publicar Tiempo Muerto em 2012, com cada edição abordando um aspecto diferente do anarquismo, da propriedade privada ao legado de anarquistas europeus influentes, passando por textos fundamentais como o segundo capítulo de Walden (1854), de Henry David Thoreau.

Um suplemento na segunda edição explorou uma colônia utópica fundada em Topolobampo, México, em 1896. “Era socialista por natureza”, explica Macías. “Durante 20 anos, não havia propriedade privada nem dinheiro em circulação.”

A publicação apresenta fotografias em preto e branco tiradas por um participante da colônia, retratando grandes reuniões, arquitetura colonial branca, céus amplos e colinas nubladas. “Não está claro se as imagens estão completamente em domínio público”, ele admite, “mas, conceitualmente, sou fascinado pela questão da propriedade das imagens. Acho absurdo e brutal que uma imagem possa ter mais peso legal do que as relações humanas.”

Dado o profundo impacto do anarquismo em sua prática acadêmica e artística, isso influenciou seu modo de vida? “Não importa o quão diferente você tente viver, você sempre se vê preso em contradição”, reflete. “Como um cachorro perseguindo o próprio rabo. Todos participamos da sociedade; todos pagamos impostos que, no fim das contas, financiam munições e armas que combatemos. No final, somos todos cúmplices do sistema.”

Galerie im Körnerpark, Schierker Str. 8, Körnerpark, Neukölln 

7 de março a 11 de junho

Fonte: https://www.the-berliner.com/art/juan-pablo-maciass-tiempo-muerto-exhibition-galerie-im-koernerpark/  

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

Linha de combate:
as granadas e os petardos
são de chocolate.

Flora Figueiredo

[Argentina] Documento de repúdio à demolição do monumento a Osvaldo Bayer

Desde a Organização Resistência Anarquista (ORA) expressamos nosso mais enérgico repúdio à demolição do monumento em homenagem a Osvaldo Bayer, levada a cabo em Río Gallegos como parte de uma ofensiva reacionária que busca apagar a memória dos povos e legitimar um modelo de país baseado na repressão, no esquecimento e na exploração.

Este não é um ato isolado. É parte de um projeto político que necessita arrasar com toda forma de pensamento crítico e toda história de dignidade. O  monumento demolido recordava Bayer e as greves obreiras da Patagônia Rebelde, onde o Estado argentino fuzilou centenas de peões rurais entre 1920 e 1922 por reclamar condições de vida e trabalho dignas. Foi Bayer quem, com rigor e valentia, tirou essa verdade dos arquivos e a converteu em memória coletiva.

Estão matando a verdade histórica.
Estão demolindo a história escrita com sangue obreiro. Estão pisoteando a memória dos que lutaram por pão, terra e justiça.

Denunciamos esta ação como um ato de censura, de negacionismo e de provocação ideológica. Reivindicamos a Osvaldo Bayer como um verdadeiro libertário, comprometido com os princípios do anarquismo, com a defesa dos direitos humanos, com o antimilitarismo, com o internacionalismo e com as lutas dos povos originários.

Não aceitamos que os que governam hoje, com discursos de ódio, motosserra e servilismo ao poder econômico, se autodenominem “libertários”.
Não o são.
Libertários foram os peões rurais fuzilado pelo Exército. Libertário foi Osvaldo Bayer, que pôs sua vida a serviço da verdade, da memória e da justiça social.

Por cada monumento que derrubem, levantaremos milhares.
Por cada ataque à memória, responderemos com organização, com história viva e com luta.
Por cada mentira, responderemos com a verdade dos povos que resistem.

Osvaldo Bayer vive em cada luta popular!
A memória não se apaga, se defende com as mãos!
E por cada um que tirem, levantaremos milhares mais!

Organização Resistência Anarquista (ORA)
Março de 2025

Tradução > Sol de Abril

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agência de notícias anarquistas-ana

lua nublada
no alto da montanha
a solitária árvore

Alonso Alvarez

[Grécia] Maniatika: Intervenção antifascista

NÃO EM MANIATIKA OU EM QUALQUER OUTRO LUGAR

A Frente Proletária Antifascista dos Subúrbios Ocidentais continua suas excursões organizadas em nossos bairros, com o objetivo de fortalecer as forças antifascistas e esmagar qualquer tentativa de reorganização dos fascistas. Convocamos as pessoas de nossos bairros a se organizarem juntas e a esmagá-los.

Nos últimos tempos, a gangue fascista do Aurora Dourada tem tentado ganhar presença no bairro de Maniatika, no Pireu, por meio de algumas intervenções. Essas intervenções vêm na esteira do ataque fascista covarde a uma estudante menor de idade na área, em janeiro do ano passado.

Sua escolha de reaparecer nesse bairro não é acidental. É óbvio que essas pessoas descaradas querem reviver as “glórias passadas” de sua gangue, quando espancavam e aterrorizavam imigrantes e pessoas em dificuldades nos bairros de Pireu, culminando com o assassinato de Pavlos Fyssa. O principal é o fato de que eles sabem que Maniatika é um bairro popular, com pessoas que lutam todos os dias para viver e que eles querem manipular e virar contra sua própria classe, servindo assim aos interesses do capital.

O que quer que os faça acreditar que Maniatika é uma área segura para eles, onde podem agir sem serem perturbados, uma coisa é certa. Nos bairros em que vivemos e nos deslocamos, eles sempre nos encontrarão do lado oposto, como já aconteceu no passado. Nos bairros da classe trabalhadora dos subúrbios ocidentais, que pagaram um pesado imposto de sangue pela luta contra o fascismo e o nazismo, e onde moradores e imigrantes vivem e trabalham lado a lado, não permitiremos que os batalhões de assalto fascistas reproduzam sua ideologia podre e tenham ação.

ESSES BAIRROS SERVEM PARA TODOS NÓS, EXCETO PARA OS FASCISTAS.

UNIDADE, ORGANIZAÇÃO E LUTA DE CLASSES CONTRA O FASCISMO

Frente Proletária Antifascista dos Subúrbios Ocidentais

agência de notícias anarquistas-ana

vento nas cortinas
fico atenta
ao que a manhã ensina

Camila Jabur

[Argentina] Temperamento N° 70 – “Não contamos com nada além da luta” Entrevista com Jubilados Insurgentes (março de 2025)

Origem, atualidade e perspectivas do Jubilados Insurgentes (Buenos Aires). E porque sua luta é a luta de todos os trabalhadores. Esta entrevista tem o objetivo de contribuir para a reflexão a partir das palavras daqueles que hoje lutam com base em um programa claro, baseado em suas necessidades e nas de nossa classe.

A pedido dos compas, encerramos com “Hijo del Pueblo” – (Versão de El Violinista del Amor e Los Pibes que Miraban).

>> Para escutar desde YouTube:

https://youtu.be/a0oxaf1lBl4

>> Para escutar este episódio e os anteriores:

https://temperamentoradio.blogspot.com/

>> Para escutar no Spotify:

https://open.spotify.com/episode/5jGmQREYHT5mX4nsvfmVaX

agência de notícias anarquistas-ana

sol poente
numa ruela
menino corre das sombras

Rod Willmot

Declaração de camaradas antiautoritários da Turquia sobre as perspectivas do movimento de luta em curso

21/03/2025

Os protestos desencadeados pela prisão de mais de 100 pessoas, incluindo o prefeito da região metropolitana de Istambul, Ekrem İmamoğlu (candidato do CHP e principal oponente de Erdogan nas próximas eleições), continuam a aumentar. Os protestos liderados pelos estudantes assumiram um carácter militante e tornaram-se massivos, apesar dos esforços do CHP [1] para os conter. Embora esses protestos tenham surgido do conflito entre dois clãs governantes, está claro que a raiva que foi desencadeada tem causas muito mais profundas do que a prisão de İmamoğlu.

Hoje, não é por acaso que os jovens, os trabalhadores de amanhã e os de hoje, cujo futuro se tornou incerto, e muitos dos quais devem trabalhar enquanto continuam seus estudos, estão na vanguarda da luta. Essa raiva também decorre do crescente empobrecimento de milhões de pessoas que sobrevivem de seus empregos, da pressão diária da crise econômica, dos assassinatos incessantes de mulheres, das políticas de opressão e agressão contra pessoas LGBTI+, do massacre de animais, dos ataques ao povo curdo, apesar das chamadas negociações de paz, e do fato de que as vidas de milhões de pessoas se tornaram insuportáveis devido às políticas governamentais baseadas na opressão e na coerção. Esta raiva é dirigida não só contra o governo do AKP – MHP [2] , mas também contra o CHP , que durante anos se apresentou como um partido de oposição, mas que se tornou cúmplice do governo em todos os momentos difíceis, limitando os riscos de explosão social em cada crise e concentrando a sua energia nas eleições. As pessoas entenderam que eleições são inúteis e que não há outro caminho para a libertação senão a luta. Agora está claro que os manifestantes não podem ser facilmente detidos pela repressão, nem manipulados pelo CHP para servir aos seus próprios interesses.

Por outro lado, é preciso reconhecer que esses protestos têm limites. É muito provável que esse movimento de reação, desprovido de qualquer caráter de classe e cujo conteúdo político e reivindicações não são claros, continue sendo um instrumento de conflito entre os poderes instituídos ou se extinga. No entanto, também tem potencial para crescer, radicalizar-se e alcançar um progresso real e duradouro se for articulado com as lutas existentes em termos de reivindicações e métodos. Desde o início de 2025, as greves selvagens e a resistência dos trabalhadores em várias cidades, a resistência das mulheres e das pessoas LGBTI+ apesar de todas as formas de opressão e violência, as lutas contra a destruição ecológica e os massacres de animais que vivem nas ruas mostram que o espírito de resistência foi preservado nessas regiões apesar de tudo. Hoje, não são os políticos de terno, os burocratas sindicais ou os magnatas ricos que estão agitando essa onda de luta, mas os trabalhadores, os filhos dos trabalhadores e os indivíduos que participaram ativamente das lutas mencionadas acima.

Portanto, é possível fortalecer a onda de luta com reivindicações e discursos de classe, e é justamente isso que devemos fazer. Devemos nos engajar nessa luta, não como um pilar da luta pelo poder, mas de forma organizada, para articular os problemas e demandas atuais da classe trabalhadora, das mulheres e de todas as pessoas oprimidas e discriminadas, e torná-los as demandas do movimento. Por outro lado, devemos nos esforçar para envolver nessa luta os diferentes setores da classe trabalhadora, já engajados em greves e resistência.

Devemos levar essa luta das ruas para nossos locais de trabalho, e dos nossos locais de trabalho para as ruas. Não podemos deixar o destino da luta nas mãos de um grupo de políticos de terno. Para isso, precisamos criar mecanismos autônomos de tomada de decisão em nossos locais de trabalho, escolas e bairros, onde possamos discutir nossos problemas econômicos e políticos e definir nossas demandas concretas. Os fóruns criados na sequência da Resistência de Gezi [3] constituem experiências importantes neste sentido, e devemos desenvolvê-los e revitalizá-los. É assim que a luta se tornará sustentável e conseguiremos resultados.

É resistindo que venceremos!

Nossa força vem da nossa união!

Anarcho Queers

Anarchists from Ankara

Bilgi Gökkuşağı

Bizim Elimizde Campaign Group

Eşitlik Topluluğu

Heimatlos Kültü

Anarchists from Istanbul

Izmir Anarchy

Kuir Uşak

Autonomous Workers’ Associations

OzU LGBTIQ+

VeganEsk

Fonte: https://www.iscibirlikleri.org/2025/03/21/to-struggle-against-the-order-of-exploitation-tyranny-and-plunder/

Notas:

[1] O Partido Republicano Popular, de centro-esquerda e de tendência kemalista, é o principal partido de oposição a Erdogan.

[2] A coligação governante na Turquia desde 2018 é composta pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), do qual Erdogan é membro, e pelo Partido de Ação Nacionalista (MHP), uma organização nacionalista pan-turca de extrema direita.

[3] Refere-se ao movimento de luta que abalou a Turquia em 2013 após a ocupação do Parque Taksim Gezi contra a sua destruição.

Após os chamados de greve geral que surgiram no movimento, a liderança do CHP apelou às burocracias sindicais do Dİ SK para organizarem chamados de greve.

Diante dessas tentativas de controle, os camaradas autônomos pedem que nada seja esperado do CHP ou do Dİ SK e que a greve seja construída por meio da auto-organização e com base na classe.

agência de notícias anarquistas-ana

Nuvens,
sem raízes
até que chova.

Werner Lambersy

[Argentina] Osvaldo Bayer voltará ao seu lugar!!!

Por Marcelo Valko | 25 de março de 2025

Antonio Gramsci, antes de morrer em 1937, escreveu uma daquelas frases visionárias e definitivas, que não perdem a validade nem atualidade: “O velho não acaba de morrer e o novo não termina de nascer. Enquanto isso, surgem monstros.” E ele tinha toda razão. Naquele momento, o mundo se preparava para uma noite muito escura de dor e espanto. Hoje, sopram ventos de um neoliberalismo extremo e extremista. Sem a intenção de comparar um período com outro, observamos semelhanças de intolerância e afinidades de autoritarismo absoluto. Como diria Giambattista Vico, o corsi e ricorsi da história não avançam de forma linear, mas em ciclos que se repetem, com avanços e retrocessos. Fluxos, recorrências e refluxos da história que, no dia de ontem, com a mobilização massiva em todo o país pelo Dia da Memória, Verdade e Justiça, parecem começar a ser revertidos.

Um mar de gente se mobilizou em Mar del Plata, Rosario, Bariloche, Córdoba e em diversas localidades como Chivilcoy ou Bolívar, para citar alguns pontos onde houve manifestações contra o absurdo negacionismo de um governo que ignora a realidade dos aposentados, a escolha sexual das pessoas, que atenta contra a saúde, a educação, a economia familiar, ignora as mudanças climáticas e também descarta a verdade histórica.

O governo e seus lacaios devem ter percebido algo, e o temor e tremor os levaram a perpetrar não apenas o absurdo vídeo relacionado ao 24 de março, mas também a cometer outro ato repulsivo. Na entrada da cidade de Río Gallegos, em Santa Cruz, como uma “boas-vindas”, um monumento erguido em sua memória no dia 24 de março de 2023, homenageando o escritor Osvaldo Bayer, que revelou uma carnificina deplorável perpetrada pelo governo de Irigoyen em 1920/1921 com o fuzilamento de mil e quinhentos trabalhadores rurais na Patagônia, foi derrubado, como pode ser visto nessas fotos. O ato foi cometido no dia 23 de março, e mandaram a Viação Nacional destruí-lo, cuja função é bem diferente. O fato de terem cometido isso um dia antes do 24 é um símbolo e uma mensagem. Inclusive, deixaram registrado por escrito na “página libertária de El Diario Santa Cruz”, onde, entre uma série de falácias, balbuciam que “essa estrutura, mais do que um tributo, era parte da propaganda ideológica que o kirchnerismo impôs ao espaço público.”

Todos os que conheceram o minucioso pesquisador Osvaldo Bayer sabem tanto de sua honestidade intelectual à prova de tudo, quanto de seu amor pela bela Patagônia. Uma pessoa que resiste a qualquer arquivo, sempre manteve sua postura de anarquista libertário (autêntico, não como esse corso de fantasias que usurpa esse nome). Era daquelas pessoas que “nunca se casou com ninguém” que estivesse no poder. E isso apesar de terem tentado seduzi-lo. Por isso, teve que se exilar com sua família quando o governo de Isabel Perón/López Rega o ameaçou de morte no começo do espanto que depois se espalhou pelo nosso país. Nunca foi peronista, radical, nem kirchnerista. Todos sabem disso. Fui seu amigo por quase 20 anos.

Que derrubem o monumento alegando essas bobagens é indignante, irritante e revolta a consciência, e sua honesta memória não merece isso. No país existem bibliotecas públicas que levam o nome de Bayer, e até quatro cidades têm seu nome nas ruas, como Puerto Deseado, Pirâmides, Calafate e Governador Gregores, todas na Patagônia, uma região onde Osvaldo Bayer tem grande ascendência. Lá, os moradores conseguiram deixar para trás, sempre de forma democrática, o general Julio Roca, substituindo-o pelo escritor Osvaldo Bayer. Que um país remova um militar para colocar um escritor é um sonho realizado. Mas o nosso país tem imensos feitos, um potencial que não devemos esquecer, ainda mais agora: na Argentina, Videla morreu na prisão, enquanto no Chile, Pinochet faleceu como senador vitalício. Não devemos desanimar, continuar e avançar.

Mas está claro que nesses tempos brutais, onde batem na cabeça de uma aposentada de 81 anos que desmaia no Congresso, tudo pode acontecer. Apesar de esta nota estar escrita, poucos minutos após conhecer essa aberração contra a história, estou convencido de que essa bela imagem de Bayer voltará ao seu lugar mais cedo ou mais tarde. A história é longa e haverá prestação de contas. Para finalizar, vale a pena lembrar novamente o que Gramsci disse: “a indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua.” Memória, Verdade, Justiça. São 30.000. Foi genocídio. É lento, mas vem…

Fonte: https://huelladelsur.ar/2025/03/25/osvaldo-bayer-volvera-a-su-lugar/

Tradução > Liberto

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agência de notícias anarquistas-ana

Jardim às escuras.
Só a presença dos grilos
e melancolia.

Zuleika dos Reis

[Indonésia] Nós somos o povo, selvagem, indomável e livre…

Nós nos levantamos, não em silêncio, mas em fogo furioso.

Um incêndio de desafio, alimentado pelo amor à liberdade

e pelo espírito inflexível daqueles que se recusam a se ajoelhar.

Esta não é apenas uma luta pela Indonésia,

mas um grito de guerra para cada alma que ousa sonhar

com um mundo livre, inquebrável e implacável.

.

Rejeitamos as correntes do militarismo,

o aço frio do autoritarismo

e o domínio sufocante do neofascismo.

Nós somos as vozes dos oprimidos,

as mãos que constroem barricadas,

os corações que batem pela anarquia

— o caos e a bela desordem da libertação.

.

Não deixaremos que as sombras do regime de Suharto

escureçam os céus do amanhã.

Não deixaremos que os sonhos militaristas de Prabowo

atropelem os jardins da liberdade.

Nós somos a tempestade, o acerto de contas,

a força ingovernável que diz:

Chega.

.

Aos tiranos, aos executores, aos arquitetos da opressão:

Seus muros ruirão,

Suas leis queimarão,

Seu poder se dissolverá como cinzas ao vento.

Pois nós somos o povo,

selvagem, indomável e livre.

.

E lutaremos,

não apenas pela Indonésia,

mas pelo amor anarquista e sem limites pela liberdade

que vive em todos nós.

Em Raiva e Solidariedade,

Indonésia

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agência de notícias anarquistas-ana

Um reflexo roxo
no céu todo poluído –
Paineira florida

Sergio Dal Maso

[EUA] Anarquistas na mira do FBI

O FBI lançou uma força-tarefa na segunda-feira (24/03) para tentar prender os indivíduos que atearam fogo em veículos e estações de recarga da Tesla —  chamando os atos de “terrorismo doméstico”  e mirando blogs anarquistas que divulgam campanhas e notícias de ataques contra a Tesla.

O departamento recebeu relatos de 48 ocorrências até agora neste mês relacionadas a veículos, concessionárias e estações de carregamento da Tesla e está investigando pelo menos sete delas em conjunto com as autoridades locais.

A força-tarefa recém-formada de 10 pessoas da agência mobilizará pessoal da ATF — agentes especiais e analistas de inteligência do Bureau de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos do Departamento do Tesouro — e pessoal da Divisão de Contraterrorismo do FBI, incluindo sua Seção de Operações de Terrorismo Doméstico e Armas de Destruição em Massa.

O presidente Trump prometeu ser duro com os “vândalos violentos” que estão por trás dos ataques que cruzaram o país e visaram a empresa do amigo e conselheiro bilionário Elon Musk.

Recentemente, ele sugeriu enviar os “criminosos” para cumprir penas de 20 anos de prisão em El Salvador, onde os EUA recentemente alugaram uma prisão para supostos membros de gangues ilegais deportados.

O FBI está tratando os ataques como “terrorismo doméstico” e rastreando pessoas que ameaçam realizar atos de “vandalismo” contra a empresa de veículos elétricos como parte de um plano de vingança contra a intervenção governamental de Musk como chefe do polêmico Departamento de Eficiência Governamental.

“Parem de ser malucos”

“Não consigo passar na frente de uma televisão sem ver um Tesla pegando fogo”, disse Musk, numa reunião da Tesla na semana passada. “Eu entendo se você não quer comprar o nosso produto, mas não precisa tocar fogo nele. Isso é maluquice. Parem de ser malucos”.

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agência de notícias anarquistas-ana

A porta da casa
amarela-se com folhas
pintadas de outono.

Júlio Parreira

[Irã] Primavera: Ou na Revolução ou na Prisão

De asranarshism

À medida que o aroma da primavera enche as ruas do Irã, o fedor da pobreza e da miséria também emana das mesas vazias do povo. O Nowruz, que já foi uma celebração do renascimento da natureza e momento de esperança, tornou-se um lembrete amargo da alta dos preços, da estagnação econômica e da ruína financeira. Para muitos, o ano novo não é um momento de alegria, mas sim uma queda mais profunda em dívidas e desespero. Mas quem é responsável por essa crise? E, mais importante, que caminho resta para o povo?

O Custo de Vida: Mais Caro Que a Morte

A cada ano que passa, as mesas das pessoas ficam mais vazias. Arroz, frutas, legumes e até ervas frescas não são mais itens comuns do cotidiano, mas sim artigos de luxo. A inflação descontrolada e o colapso da moeda nacional tornaram a vida insuportável para a classe trabalhadora e até mesmo para a classe média. De acordo com as estatísticas, a taxa de inflação tem aumentado continuamente nos últimos anos, chegando a 47,7% em 2022 e 52,2% em 2023.

No entanto, essa catástrofe econômica não é apenas o resultado de sanções externas ou má administração interna; é o produto de um sistema econômico corrupto que prioriza a sua própria sobrevivência em detrimento do bem-estar da população. O regime tomou o povo como refém por meio de impostos paralisantes, taxas de câmbio altíssimas e supressão de subsídios diretos e indiretos. Os bancos concedem empréstimos com taxas de juros absurdas, mas o dinheiro acaba indo para os bolsos das elites do regime, financiando a compra de imóveis de luxo na Europa e no Canadá.

A “Classe Neutra” Não Existe Mais

Dentre as pessoas afetadas, estão os proprietários de pequenas empresas e comerciantes que antes formavam a chamada “classe neutra” – um grupo que evitava o confronto direto com o regime enquanto tentava navegar pelo sistema. Hoje, eles não podem mais se dar ao luxo de jogar esse jogo. A dívida esmagadora e o colapso financeiro os empurraram para as fileiras da pobreza, deixando-os com apenas duas opções: submissão à classe dominante ou rebelião contra ela.

O regime está bem ciente de que uma classe média relativamente estável poderia se tornar uma poderosa força de mudança. Portanto, ele sistematicamente empurra essa classe para a submissão ou para a pobreza por meio de pressão econômica. Essa é uma estratégia comum entre os estados autoritários – manter a classe média tão onerada pela sobrevivência que ela fica exausta demais para resistir.

Revolução ou Prisão? Não Há Outra Opção

Hoje, trabalhadores, professores, aposentados e até mesmo proprietários de pequenas empresas se encontram em uma encruzilhada, enfrentando apenas duas opções:

Submissão e resistência:

Continuar a viver em condições cada vez piores, enquanto o regime reprime brutalmente qualquer protesto e elimina até mesmo a menor possibilidade de reforma. No final, muitos se afogarão em dívidas e irão para a prisão.

Revolta e transformação: Recusar-se a aceitar esse ciclo de pobreza, exploração e humilhação.

Se as pessoas não se levantarem e protestarem, todos – proprietários de empresas, trabalhadores e profissionais liberais – acabarão sendo esmagados pelo peso das dívidas e da opressão. Aqueles que antes esperavam por uma reforma gradual logo se verão falidos e atrás das grades. No entanto, se os trabalhadores, empresários e a classe média desfavorecida se unirem e se juntarem às manifestações, ainda pode haver uma chance de mudança. Mas como seria essa mudança?

Estratégias Anarquistas para Resistência e Luta

Ao contrário daqueles que ainda se apegam à ilusão de reforma dentro do sistema, os anarquistas defendem a auto-organização, a ação direta e a resistência descentralizada. Algumas das principais estratégias anarquistas para se libertar dessa crise incluem:

  1. Autogestão de Trabalhadores

A autogestão dos trabalhadores – assumir o controle dos locais de trabalho e administrá-los sem depender dos capitalistas – é um princípio fundamental da luta anarquista. Exemplos disso podem ser vistos no movimento Zapatista no México e nas comunas de Rojava.

  1. Criação de Cooperativas Populares e Redes Econômicas Independentes

Em vez de depender da economia controlada pelo estado, as pessoas podem reduzir sua dependência do regime formando cooperativas de trabalhadores e de produção, mercados independentes e usando criptomoedas e sistemas de troca direta. Essas estratégias redirecionam o controle financeiro do regime iraniano de volta para as mãos do povo. Modelos semelhantes foram bem-sucedidos na Espanha.

  1. Resistência Descentralizada e Lutas nas Ruas

Os movimentos anarquistas enfatizam que a resistência não deve se limitar apenas a protestos pacíficos. A resistência descentralizada significa empregar uma ampla gama de táticas, desde a formação de comunas locais até a ação direta nas ruas e a autodefesa contra a repressão estatal.

O povo não tem mais meio-termo – ou ele se levanta ou será enterrado sob o peso da opressão. Se houver um futuro, ele não virá de dentro do sistema, mas da destruição de seus alicerces.

  1. Boicotes e Desobediência Civil Generalizada

A desobediência civil é outra ferramenta poderosa na luta contra a tirania. O boicote às políticas estatais – desde a recusa em pagar impostos até a rejeição de leis impostas pelo governo – pode enfraquecer e desestabilizar gradualmente o regime. O estado depende da conformidade para se sustentar; a não cooperação em massa pode derrubá-lo.

  1. Educação e Conscientização para a Construção de uma Sociedade Livre

Nenhuma mudança pode ser realmente sustentável sem educação e conscientização. Anarquistas acreditam que uma sociedade deve romper com a censura da mídia imposta pelo estado e promover a consciência de classe por meio da educação de base. Nessa luta, as redes de informação on-line independentes, a publicação de livros e materiais educacionais e os grupos de discussão locais desempenham um papel crucial no empoderamento das pessoas com conhecimento.

Quebre as Correntes ou Apodreça Nelas.

The Anarchists Union of Afghanistan and Iran (Media Section) / A União Anarquista do Afeganistão e Irã (Seção de Mídias), como parte da auto-organizada Federation of Anarchism Era / Federação da Era do Anarquismo

Tradução > acervo trans-anarquista

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2018/06/18/anuncio-de-formacao-da-uniao-anarquista-do-afeganistao-e-ira/

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No céu cor de rosa,
a lua já se insinua,
crescente e vaidosa .

Zunir Andrade

[EUA] A Continuous Struggle (Pré-Venda) | A Vida Revolucionária de Martin Sostre

Garrett Felber (pessoa autora); Robin D.G. Kelly (prefácio)

Para cada exemplar de A Continuous Struggle adquirido em pré-venda pela AK Press ou Burning Books, será enviada uma cópia gratuita da edição para leitores encarcerados a alguém na prisão.

A primeira biografia do preso político revolucionário que estabeleceu as bases da luta abolicionista contemporânea e do anarquismo negro.

A Continuous Struggle (Uma luta contínua, em tradução livre) é uma biografia política de um dos mais importantes revolucionários do século vinte nos Estados Unidos. Martin Sostre (1923 – 2015) foi um porto-riquenho negro de East Harlem que se tornou um prisioneiro politizado e consultor jurídico informal, ganhando casos no início dos anos 1960 que ajudaram a assegurar os direitos constitucionais da população encarcerada. Ele abriu uma das primeiras livrarias negras radicais do país e foi usado como bode expiatório, sendo incriminado pela polícia e o FBI após a rebelião de Buffalo de 1967. Ele recebeu, de um júri totalmente branco, uma sentença de trinta e um a quarenta e um anos.

Durante os nove anos em que esteve preso, Sostre transformou a si mesmo e os movimentos revolucionários dos quais fazia parte, até o ponto em que passou a se identificar como um anarquista revolucionário e estabeleceu as bases do anarquismo negro contemporâneo. Nesse tempo, ele resistiu às revistas íntimas, pelo que ele foi espancado onze vezes, conscientizando sobre a rotina de agressões sexuais contra pessoas aprisionadas. O movimento Free Martin Sostre durou uma década e foi uma das maiores e mais improváveis vitórias de uma campanha de defesa da era Black Power, junto daquelas para libertar Angela Davis e Huey Newton. Embora Sostre tenha se afastado da vida pública após sua libertação em 1976, ele viveu outras quatro décadas de luta engajada como um organizador de inquilinos e mentor de jovens em Nova York e Nova Jersey. Por toda sua longa vida, Martin Sostre foi um consultor jurídico informal, livreiro revolucionário, iogue, mentor e professor, organizador anti-estupro, ativista pela justiça habitacional e pensador político original. A variedade de estratégias que ele usou e os terrenos nos quais ele lutou enfatizam a necessidade e a possibilidade de uma luta contínua e multifacetada contra todas as formas de opressão na busca de uma sociedade igualitária fundamentada nos princípios de “liberdade humana máxima, espiritualidade e amor”.

Elogio à A Continuous Struggle:

“Estava esperando há anos por uma biografia de Martin Sostre que fizesse jus a ele. Aqui está. Garrett Felber conta uma história cativante de um homem comprometido e complexo que dedicou sua vida a lutar pela liberação dos oprimidos com profundidade e amor revolucionário. Agora, uma nova geração conhecerá alguém cujas contribuições tornaram nossas vidas mais possíveis. A Continuous Struggle será um dos destaques da minha estante e das minhas recomendações de livros.” —Mariame Kaba, coautora de Let this Radicalize You

“Agora que Garrett Felber nos deu uma biografia envolvente e profundamente pesquisada de Martin Sostre, suas contribuições abrangentes e cruciais para o movimento contra as prisões e o abolicionismo de maneira mais ampla não podem mais ser ignoradas. Esse livro é mais do que a biografia de um simples indivíduo, ele mapeia o trabalho coletivo que nos guia até hoje.” —Angela Y. Davis é ativista política e autora de inúmeros livros, incluindo A liberdade é uma luta constante

A Continuous Struggle é uma leitura urgente para organizadores em toda parte. A visão revolucionária baseada em projetos de Martin Sostre nos presenteia com ideias perspicazes. Garrett Felber nos mostra de maneira vívida como Sostre entendeu o poder de expandir a consciência dos, frequentemente modestos, ‘exemplos objetivos’. Como resultado, a vida do homem e esse livro nos encorajam a perceber as muitas pessoas anônimas que trabalham por uma nova sociedade militando de formas práticas.” —Ruth Wilson Gilmore, autora de Abolition Geography

“Um exame rigoroso da vida revolucionária de Sostre que oferece lições vitais para aqueles que buscam levar a luta adiante.” —Orisanmi Burton, autor de Tip of the Spear

“A vida radical e verdadeiramente revolucionária de Martin Sostre, um prisioneiro político porto-riquenho e negro, é memorável. Ele foi para a prisão vendo a si mesmo como apolítico, mas aprendeu, através de lutas e experiências duras, que cada vez que enfrentamos o estado (Leviatã), nós nos evolvemos com a política… Sua biografia nos conta a história de um homem que se transformou quando confrontado com novos desafios, se tornando mais radical a cada transformação. Os estudantes dos anos 60, os nacionalistas negros e o movimento pelos direitos dos encarcerados fariam bem em ler essa obra.” —Mumia Abu-Jamal, prisioneiro político e coeditor de Beneath the Mountain

Garrett Felber é uma pessoa educadora, escritora e organizadora. Elu é pessoa autora de Those Who Know Don’t Say: The Nation of Islamthe Black Freedom Movement and the Carceral State e pessoa coautora de The Portable Malcolm X Reader, com Manning Marable. Felber é pessoa cofundadora do coletivo abolicionista Study and Struggle e atualmente está construindo uma biblioteca radical móvel, a Free Society People’s Library, em Portland, Oregon.

Robin D. G. Kelley é autor ou coeditor de inúmeros livros premiados, incluindo Freedom Dreams: The Black Radical ImaginationThelonious Monk: The Life and Times of an American Original Race Rebels: Culture, Politics, and the Black Working Class, entre outros.

Editora: AK Press

Formato: livro

Encadernação: capa dura

Páginas: 424

Lançamento: 6 de maio de 2025

ISBN-13: 9781849355902

$30,00

akpress.org

Tradução > C. Gauche

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está calor
o sapo coaxa
dentro da bromélia

Akemi Yamamoto Amorim

Mercado da Morte: Governo Lula patrocina a maior feira de armas, defesa e segurança da América Latina

O evento, ou mercado da morte, acontece no Rio de Janeiro, de 1 a 4 de abril, no Riocentro. A página oficial da LAAD Defence & Security destaca os seguintes tópicos do encontro, que é restrito as forças policiais, forças armadas, autoridades e profissionais dos setores de defesa e segurança:

  • 5ª edição da maior e mais importante feira de Defesa e Segurança da América Latina;
  • Defesa e Segurança em todas as frentes: Marinha, Exército, Força Aérea, Segurança Pública e Corporativa;
  • Presença de visitantes qualificados: autoridades das três Forças Armadas, Forças Policiais, Forças Especiais, executivos da indústria de defesa e segurança e agências governamentais;
  • Programa de Delegações Oficiais: autoridades de defesa e segurança do Brasil, da América Latina e outros países convidados para participar do evento;
  • Exposição da cadeia produtiva: expressiva participação da cadeia produtiva industrial – âmbito nacional e internacional – de todos os elos da defesa e segurança;
  • Eventos paralelos: reuniões ordinárias de importantes instituições de Segurança Pública, Simpósio Internacional de Logística Militar.

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Voando, canta
ruidosa maritaca
no céu outonal

Kingo Yamazaki

Como sempre, Lula foi fortalecer o capitalismo e defender os interesses das grandes empresas que exploram e destroem a natureza

Lula, líderes do Congresso e 11 ministros estão no Japão para uma visita oficial. Todos sorridentes (foto). O traste levou uma delegação de empresários que inclui executivos da JBS (gigante global do mercado de carne), da Vale (uma das principais produtoras de minério de ferro do mundo), da Embraer (gigante brasileira que atua no segmento de defesa e segurança, fornecendo aeronaves e sistemas para forças armadas) e outros mais para “negociações”.

Ou seja, trocando em miúdos, como sempre, foi fortalecer o capitalismo defendendo os interesses das grandes empresas que exploram a população e destroem a natureza. E migalhas ao povo com medidas eleitoreiras. O sujeito ainda levou na “bagagem” uma cambada de sindicalistas-pelegos da CUT, Força Sindical, CGT… Para quê?

Com a alta dos preços, do custo de vida, projetos desenvolvimentistas de destruição do meio ambiente em vários cantos do país e outras coisas mais, na volta para o Brasil, deviam ser recebidos com as ruas “urrando”, com poesias, pedras, paus e molotovs… Mas, realidade crua e nua, tristes tempos de alienação e apatia…

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O gari folheia
o livro de poesias—
Voa passarinho!

Regina Ragazzi