Otan Game Over: Ação Antimilitarista em Bruxelas, na Bélgica

483 pessoas foram presas durante esta ação, em que mais de quinhentas pessoas, de 10 países europeus, participaram. Entre os detidos estavam três membros da Alternativa Antimilitarista. MOC [Movimento de Objeção de Consciência] procedentes das Canárias e Valencia [Espanha]. Esta ação tentava entrar no terreno da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e realizar um fechamento simbólico. Uma aliança militar que faz guerra em todo o mundo, que implanta armas nucleares e está disposta a ser a primeira a atacar, é a principal ameaça e perigo para a paz mundial.  Em 20 e 21 de maio, os chefes de Estado e de Governo dos países membros da Otan vão reunir-se em Chicago. Esta intervenção não-violenta envia uma mensagem clara para a conferência: a Otan cria mais problemas que soluções – dissolução já.

Otan Game Over é um ato de desobediência civil. Os grupos de ação direta não-violentos entraram nas áreas da Otan cometendo um delito menor, em nome do valor superior da paz, entendida não apenas como ausência de guerra, mas como a construção de um mundo mais justo. Para isso, organizações da Alemanha, Holanda, França, Reino Unido, Finlândia, Suécia, Turquia, Itália, Portugal e Espanha juntaram-se com os ativistas belgas.

Exigimos:

A cessação das políticas de intervenção militar. Em Chicago, o Secretário Geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, quer dar prioridade à construção de um sistema de intervenção militar. Após mais de dez anos de guerra, a barbárie afegã mostra o fracasso desta metodologia. Na Líbia, a Otan usou a resolução da ONU [Organização das Nações Unidas] como uma desculpa para a mudança de regime. Um ano depois, a Otan deixa um país fragmentado e dominado por milícias armadas.

O fim das armas nucleares. As armas nucleares não têm qualquer utilidade militar e há um amplo apoio público e político para a sua retirada. Em Chicago, a Otan deve abandonar suas próprias estratégias da Guerra Fria, contraproducentes para o avanço da Não Proliferação.

A cessação do desenvolvimento de escudos antimíssil da Otan. Os Estados membros aprovaram o desenvolvimento de defesa antimíssil e se comprometem a pagar seu preço, sem qualquer debate público. O investimento de centenas de milhões de euros no escudo antimíssil servirá apenas para relançar a corrida armamentista mundial.

A ação deste 1º de abril faz parte da Campanha Otan Game Over, desenvolvida na Bélgica, com o apoio da Rede Antimilitarista Europeia. Visa destacar o debate sobre o papel da Otan, dos exércitos e das alternativas de defesa que estão sendo negadas pelos governos da Otan.

Da Alternativa Antimilitarista. MOC participamos nesta ação como uma contribuição a mais para a luta pelo desaparecimento dos exércitos, para uma nova sociedade mais justa, em que a segurança das pessoas é medida pela satisfação de todas as suas necessidades humanas e em que desapareçam os mecanismos de controle político, econômico e social que mantêm um sistema injusto que nos impede de viver nossas vidas plenamente, e condena a maior parte do mundo à pobreza e miséria.

Nos sentimos especialmente próximos à denuncia que é feita do futuro escudo antimísseis da Otan, que terá uma importante presença na terra de Cádiz [Espanha]. Acreditamos que sua instalação nos torna cúmplices na militarização global e da manutenção de uma ordem internacional injusta que traz medo, miséria e desigualdade.

Mais informações com links para vídeos e fotos em:

› http://www.antimilitaristas.org/spip.php?article5097

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