‘Ef. Syn’ entrou em um bloco de apartamentos em Omonoia (Grécia), onde membros do Aurora Dourada marcam as portas com a cruz celta dos nazistas e da Ku Klux Klan. A noite, atormentam e espancam sem piedade aqueles que residem nos apartamentos marcados sob o comando de uma mulher originalmente candidata a primeira ministra.
Não importa o quanto o Aurora Dourada repudie seu próprio nazismo para evitar condenações graves, suas práticas e símbolos os traem. ’Ef. Syn’ encontrou a si mesmo em um ninho de serpentes. Entrou em um bloco de apartamentos onde um candidato do Aurora Dourada vive e apresentou as imagens chocantes do que testemunhou.
Rua Veranzerou, próxima da praça Omonoia. Entramos no local e subimos as escadas. Ao chegar no primeiro apartamento, a imagem que aparece dá arrepios na espinha. Em uma porta de madeira, observamos uma “cruz celta”. O símbolo do “Terror Branco” e ideologia da supremacia branca. Relembra o utilizado pela Ku Klux Klan. É o mesmo símbolo que neonazistas ao redor do mundo utilizam.
No apartamento, moram imigrantes. Logo percebemos que não é a única porta marcada. Visitamos outros andares e vimos o mesmo símbolo. Nos lembramos das práticas dos Nazistas que, em abril de 1933, realizaram suas primeiras ações contra os cidadãos Judeus. Inscreviam a “estrela de David” com tinta preta e amarela em milhares de portas e janelas de venda a varejo, escritórios e casas pertencentes aos Judeus. Logo após, realizavam ataques implacáveis contra eles. Os neonazistas gregos tem o mesmo propósito. Para indicar aos seus soldados onde devem atacar.
O ataque contra Abdul
Uma dessas portas carrega sinais de invasão. Mostra que os que ali vivem, foram recentemente atacados. Em outro andar, conhecemos Abdul, do Afeganistão. O símbolo nazista estava em sua porta também. No dia 7 de setembro passado, as 10h, ele foi atacado por três pessoas. “Eu tentei destrancar a porta para entrar em casa, quando dois brutamontes agarraram meu pescoço por trás, dizendo que estavam com a polícia e que eu deveria abrir a porta e dar a eles meus documentos e dinheiro”. “Então, a Senhora Dimopoulou apareceu”, ele nos conta.
Georgia Dimopoulou foi candidata pelo Aurora Dourada no primeiro distrito de Atenas. Por coincidência, ela mora no quinto andar. “Ela estava guardando a porta para que eu não pudesse ir embora. Eles começaram a me bater na cabeça e diziam “o que essa mulher lhe ordenar fazer, você irá fazer. Ela é a chefe deste bloco de apartamentos”, acrescenta Abdul. “Fiquei tonto das agressões. Me disseram “você vai embora daqui. Se você não for, vou cortar sua cabeça”. Eu estava com medo que eles fossem me matar e comecei a chorar. Estava com medo pelos meus filhos também, que na hora estavam fora, felizmente”.
Abdul mora nos blocos há 4 anos com seus dois filhos. Sua esposa obteve asilo político na Suécia, para onde se mudou com outros 4 filhos. Ela está lá esperando por unificação familiar. Este ataque pelos membros do Aurora Dourada durou pelo menos 15 minutos. Após revirar o apartamento de cabeça pra baixo para achar dinheiro, foram embora deixando uma ameaça: “Se você for até a polícia, te enviarei para o hospital. A polícia é nossa amiga. Não há nada que você possa fazer”, disseram para Abdul. Dois dias mais tarde, na manhã do dia 9 de setembro, a história se repetiu: “Eu estava fumando na entrada do bloco quando Dimopoulou veio com mais dois fascistas. Queriam me agredir, então corri e me tranquei no apartamento. Gritaram pra mim: ‘Se você não for embora, viremos a noite em 10 pessoas, e iremos assassinar seus filhos'”, conta Abdul.
A dama com o bastão
Primavera, 2009. As ocupações residenciais realizadas por imigrantes sem-teto, no antigo Tribunal de Cassação na rua Sokratous, assim como uma construção na rua Veranzerou onde somalis viviam, viram se espalhar grupos e atividades de extrema-direita que se apresentaram como “cidadãos indignados”. Georgia Dimopoulou teve um papel crucial nos ataques realizados nesta época. “Ela perseguia os somalis com um bastão. Ela sempre carregava o bastão, ordenando os brutamontes a atacarem pessoas específicas, enquanto ela alegava trabalhar com a EYP (Agência de Inteligência Nacional)”, uma moradora da região nos conta. A última vez que fomos ameaçados por ela foi no tribunal de Kon. Mountzouris e S. Michael. Ela estava entre outros membros do Aurora Dourada, que participavam do julgamento. Hoje, ela cumpre um papel fundamental na atividade do Aurora Dourada na área de Omonoia, enquanto aqueles que a conhecem a descrevem como “dinâmica” e “histérica”.
Entre os moradores – gregos e imigrantes – medo e terror se alastram, até hoje. As “tropas da tempestade” conduzem patrulhas diariamente, ameaçam imigrantes, assustam clientes das lojas e exigem que os imigrantes deixem o país. Frequentemente, os agridem fisicamente. “Quebraram minha loja, as janelas, o caixa, me roubaram e me agrediram. A única coisa que quero é trabalhar e dormir em paz”, diz um comerciante de Bangladesh.
Ameaçadores
Ataques semelhantes pelo Aurora Dourada não são denunciados para a polícia, e quando são, são arquivados. “Infelizmente, muitas pessoas votaram neles porque ingenuamente pensaram que iriam acabar com os políticos e pelos responsáveis pela nossa condição patética. Grande engano. Os brutamontes do Aurora Dourada não mexem com os que estão no poder. Eles batem em imigrantes indefesos, ativistas e assassinaram Pavlos Fyssas. Só carregam vergonha e desgraça!”, diz Nikos Mpoukias, morador da região.
Fonte: Ef. Syn newspaper
Tradução > Malobeo
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sombras em minh’alma.
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tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
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