Os anarquistas cubanos concluíram domingo passado (7 de junho) a Segunda Jornada Primavera Libertária de La Habana, um encontro auspiciado pelos coletivos independentes Taller Libertario Alfredo López, El Guardabosques e a Locación Cristo Salvador.
De 29 de maio a 7 de junho, as e os participantes majoritariamente jovens ensaiaram o que chamam “um espaço aberto a processos e dinâmicas antiautoritárias e anticapitalistas” onde elementos como a “horizontalidade”, “aprendizagem mútua” e “responsabilidade” estiveram na base.
Cumpriram com o programa de cinco dias de trabalho e discussões 51 participantes de Cuba, Alemanha, República Dominicana, Holanda, Estados Unidos, Espanha, Canadá e França.
Ademais, desde México, Estados Unidos e Argentina, se enviaram colaborações.
Com a intenção de desenvolver um encontro que incluíra temas transcendentais para estes coletivos, críticos do atual ordenamento institucional cubano, a jornada esteve articulada por cinco linhas gerais.
O primeiro eixo de trabalho se referiu às criações antiautoritárias. Aqui se apresentaram experiências artísticas em Cuba e no mundo, que foram fruto de um processo de trabalho coletivo horizontal e a margem das instituições.
Também, a nova cena de relações inter-estatais entre Cuba e Estados Unidos, reiniciadas em 17 de dezembro de 2014, teve sua correspondente análise entre os ácratas cubanos.
“Desconhecemos os termos desta negociação. Trata-se de um golpe de efeito que contribui a uma mentalidade milagreira e nos deixa como espectadores passivos”, avaliam integrantes doTaller Libertario em uma apresentação.
“Nos preocupa, ademais, que se gerem novas oportunidades para que o capital explore “mais” e “melhor” a nossa gente; que intensifique o conformismo, a insignificância e a miséria, por obra de mais consumismo, mais depredação ao meio ambiente e mais invasão da cultura para massas”, acrescentaram.
Nos debates criticaram-se também as medidas econômicas da atual reforma que vive o arquipélago e se avaliaram seus custos sociais.
Por sua parte, o coletivo El Guardabosques expôs as relações das empresas que integram a Coalizão Estadunidense de Agricultura por Cuba com práticas lesivas ao ambiente, contrárias a legislações protetoras do meio ambiente e dos trabalhadores e promotoras de cultivos transgênicos.
Ligadas ao grupo que agora faz loby em Washington para levantar o bloqueio imposto a Cuba desde 1962 e ampliar os intercâmbios no setor do agro, estão a American Farm Bureau Federation, American Soybean Association, National Corn Growers Association e a International Dairy Foods Association, entre outras.
Também foram debatidos assuntos relacionados com o gênero, raça, orientação sexual, modelos de alimentação, discriminações e autoritarismos.
Realizou-se a apresentação de várias publicações independentes como o fanzine de arte “Carne Negra”, o boletim ambientalista “El Guardabosques” e o número cinco em versão impressa do periódico anarquista cubano “Tierra Nueva“.
A primeira edição desta Jornada teve lugar no ano passado.
De acordo com o historiador e ativista social Mario Castillo, estas experiências conseguiram “estabelecer vínculos com valiosas pessoas que fazem parte de outros circuitos, que podem ser muito proveitosos para o trabalho social e a ampliação dos espaços e as perspectivas libertárias no contexto cubano”.
Fonte:
Tradução > Sol de Abril
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agência de notícias anarquistas-ana
No solar ruído
há ainda verdes cortinas
e um senhor, o sapo.
Alexei Bueno
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!