Este é um primeiro informe, escrito no final de julho de 2015. Esperamos que haja continuação…
Após 35 anos de vida como movimento (talvez mais tempo) político/social, o informalmente chamado movimento anarquista-antiautoritário, no qual em muitos casos foram incluídos ramos de organizações e indivíduos da esquerda radical marxista, a autonomia marxista e anarquista, assim como libertários pacifistas, após haver fracassado reiteradas vezes em criar uma organização anarquista para vincular e unir a todas as entidades independentes e coletivos anarquistas, assim como os indivíduos que não podiam identificar-se com algum coletivo político, tratou de realizá-lo em dezembro de 2012. Naquele momento um chamado mais sério parecia tentar novamente formar uma Organização Política Anarquista. O chamado inicial realizado em 19 de dezembro de 2012 veio de quatro coletivos influentes e de longa vida, e foi publicado após longos debates entre as coletividades que assinaram a minuta da comunicação aos demais anarquistas sobre a necessidade de um nível de organização ainda maior. Ao que parece, isto criou um amplo interesse em outros coletivos em Atenas e no resto do território do Estado grego. Este interesse se converteu em um processo complexo sobre como formar propostas em comum, anunciadas sobre a organização e as posições políticas sobre os temas mais importantes que os anarquistas costumam posicionar-se. No entanto não conhecemos o conteúdo detalhado destes processos.
Fora do espectro dos coletivos que participaram nesta tentativa durante quase dois anos, guardou-se silêncio. Ao mesmo tempo existia a esperança de que algo sério estava sendo preparado. Alguns intuíam e especulavam sobre isso. Ao mesmo tempo havia uma curiosidade crescente sobre a identidade do que tardava em anunciar-se durante tanto tempo. Finalmente, o silêncio foi rompido por um coletivo insatisfeito chamado ASMPA (Coletividade Anarquista para a Reconstituição Proletária Militante), que ao que parece separou-se do esforço pelo projeto depois de um desacordo feroz com os outros coletivos sobre a possibilidade de um deles, o coletivo Kathodón fazer parte do grupo. Este desacordo era uma lembrança e também uma prova de que o projeto estava em curso e que estava amplamente apoiado por cerca de vinte coletivos em todo o território do Estado grego.
O desacordo parece estar relacionado a um fato que remonta a fevereiro de 2013, quando uns membros do Kathodón participaram (segundo o comunicado de ASMPA) em um ataque contra um edifício ocupado, e posteriormente ao ataque distribuíram a certos coletivos uma declaração (comunicado) explicando e argumentando sobre sua ação e sobre o que havia sucedido. Pouco depois a ASMPA publicou um segundo comunicado no qual explicava-explicitava por que já não podia tolerar a atitude do resto dos grupos que encobriam segundo ela a responsabilidade de Kathodón, acusando aos que consentiam a este grupo como um mecanismo protecionista partidário. Por muito negativas que fossem as declarações de ASMPA que descreviam uns aspectos do esforço pela edificação da Organização Política, eram a única fonte sobre este projeto e constituíam a prova de que este ainda estava vigente e em constante evolução, já que muitos especulavam que havia sido abandonado. A única prova que havia até aquele momento sobre a existência e a continuação do projeto era indireta.
No início de junho de 2015 saiu um novo comunicado (um pré-anúncio de um processo pendente), assinado por apenas um dos coletivos que haviam assinado o chamado original (Ciclo do Fogo) junto com alguns outros coletivos, três de Atenas, um de Tessalônica, e um de Patras. Um dos novos coletivos (O72) parece ser uma evolução de um velho coletivo e de um dos coletivos que haviam assinado o chamado inicial. Uma das coletividades de Tessalônica parece haver surgido de uma cisão de outro coletivo anarquista. No entanto, a informação publicada sobre todos estes detalhes parece ser confusa e possivelmente de menor importância.
Este último comunicado associou este esforço (tentativa) ao chamado original e falava diretamente da evolução natural deste processo com o fim de criar uma Organização Política. Não obstante, se alguém se refere ao chamado original e aos comunicados emitidos por vários coletivos individualmente (Antipnia, por exemplo, afirma diretamente que este esforço é um projeto cujo fim é a criação de uma Federação) tem a sensação de que a evolução deste esforço (tentativa) era claramente o desenvolvimento da base de uma conferência para criar uma Federação Política, não uma Organização Política. O comunicado emitido em junho de 2015 pelos cinco coletivos não responde claramente a pergunta, o que aconteceu com o resto dos coletivos, mas era óbvio que havia havido uma divisão (cisão), já que uns coletivos que nos comunicados de ASMPA apareciam juntos neste esforço (tentativa, projeto) naquele momento, não parecem estar juntos nesta última atualização do processo.
Para responder a todos os curiosos que perguntavam o quê havia acontecido, no final de julho foi publicada uma nova atualização pelos coletivos restantes, os quais parecem reconhecer aos que formam a Organização, desejando-lhes o melhor e sorte. Também expressam sua vontade de cooperar no futuro com eles, fazendo também um chamado a um processo aberto de criação de uma Federação. Segundo eles o congresso acontecerá em outubro de 2015 e o processo do projeto será determinado neste congresso, dando uma margem de tempo de um ano para desenvolver a declaração final da fundação da Federação. Seu discurso foi dirigido aos anarquistas, aos explorados e aos oprimidos. Nos perguntamos se os indivíduos apolíticos vão levantar de seu sofá para integrar-se em uma federação anarquista, só por serem explorados em seus locais de trabalho e/ou por serem oprimidos em sua comunidade. Nos absteremos de comentar mais sobre este tema.
Não se pode saber se tudo isto faz aumentar a confusão e se alimenta ainda mais a curiosidade e a especulação. Em nenhum destes comunicados se declara algo de forma específica; uma data, um lugar, um contato, para que os que estão fora deste processo possam atuar. Tão só uns “pré-anúncios” dos “anúncios” que estão por vir. Todos estamos esperando que os dois projetos separados (divididos) deem o primeiro passo no assunto da organização. É lógico que algo que não pode materializar-se durante 35 anos e que em várias ocasiões foi dito não ser fácil e definitivamente não possa agradar a todos. Parece que há uma lista enorme de autodenominados “coletivos anarquistas” que se negaram a participar, foram excluídos (não diretamente senão que pela forma que tinha o chamado alguns não podiam ver-se a si mesmos dentro do projeto) ou abandonaram o esforço (tentativa, projeto), e seguiram caminhando de forma autônoma, forjando outras formas de associações coletivas (cooperações de curto prazo, plataformas tímidas, etc.).
Uma destas associações que tem uma história significativa de participação nos principais eventos políticos são os chamados bairros ocidentais (Dytiká), a qual inclui alguns mas não todos os coletivos dos bairros do oeste de Atenas, principalmente Resalto, Sinialo e Thersitis e seus projetos satélites. Não podemos especular se os motivos da formação de dita associação são políticos ou se são de diferente índole, ou seja, se são geográficos. Assim como é importante o fato de que as milhares de pessoas que durante vários anos participaram nas ações do movimento anarquista e antiautoritário, especialmente a corrente massiva de jovens que surgiu desde a rebelião de dezembro de 2008, não participam nas ações destes coletivos e não pertencem aos grupos anteriormente mencionados. Quer dizer, que estas pessoas nunca perceberam a necessidade de unir-se ou de criar coletivos estritamente políticos. Alguns participam somente em coletivos sociais ou em ações sindicais do movimento horizontal libertário em geral, e o resto se nega a integrar-se em alguma coletividade. Respondem a chamados mais gerais de assembleias celebradas no bairro de Exarchia, e aparecem em protestos e manifestações, festas, concertos, etc.
É uma questão que de momento não se pode responder se um ou ambos projetos para a criação de uma Organização Política Anarquista ou uma Federação Anarquista serão capazes de atrair a maioria dos indivíduos que mantêm a tendência a permanecer como “indivíduos”, e se esta tendência é motivada politicamente por eles como “individualistas”, ou é só falta de interesse e de motivação para fazer algo mais que ruído durante as ações massivas nas ruas. Se dissermos “continuará” (sobre estes projetos), seria uma afirmação muito incerta, já que há muitos que creem que estes esforços organizativos deste movimento decadente chegaram um pouco tarde, e os 35 anos de história deste movimento transcorreram e a história acabou. Se há algo que possa evoluir, este seria algo totalmente novo e iniciado do zero. Ou como costumam dizer os individualistas e insurrecionalistas “O novo surgirá das cinzas do existente”, demostrando que seu enamoramento com as cinzas e o fogo se aproxima da psicopatologia coletiva relativa à piromania.
O texto em inglês:
O texto em castelhano:
Tradução > Sol de Abril
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