Terminou o XI Congresso da CNT, que aconteceu entre os dias 4 e 8 de dezembro, em Zaragoza. Para o secretário-geral, Martín Paradelo, “partimos da premissa de que a classe trabalhadora deixou de ser reconhecida como sujeito. É fundamental reconstruir e reformular os laços comunitários para podermos ter a capacidade de transformar a sociedade. Com este Congresso conseguimos polir as nossas táticas e estratégias, o que nos permitirá ser uma ferramenta de luta eficaz em cada vez mais empresas e setores”.
Após intensos debates, tanto nas comissões de reformulação como no plenário, foram abordados e alcançados acordos com amplas maiorias.
No domingo foi aprovada a reformulação dos Princípios, Táticas e Finalidades, que reafirmam a CNT como organização anarcossindicalista, revolucionária e também feminista, ademais de rechaçar explicitamente as novas e velhas superstições.
Na jornada de segunda-feira foram discutidas e aprovadas a maior parte das reformulações realizadas pelas comissões: ação social, ação sindical, comunicação, patrimônio, internacionalismo e, já de madrugada, as normas orgânicas.
Os acordos alcançados destacam a preparação da organização ante as questões trabalhistas e sociais mais complexas como as demissões coletivas, a situação dos autônomos e falsos autônomos ou a recuperação e cooperativismo de empresas, com especial ênfase nas áreas negligenciadas pelos sindicatos de conciliação e de representação unitária. Foram criados órgãos específicos de análise econômica e de autogestão da sociedade desde uma perspectiva do comunismo libertário.
Foi dada especial ênfase para as questões de gênero, fomentando a eliminação de discriminações diretas e indiretas e articulando tabelas reivindicativas orientadas para a correlatividade de tarefas. Por outro lado, o Gabinete Técnico Confederal reforça as áreas de jurídica e economia e se estende até social e de saúde no trabalho. Nas demissões coletivas e EREs se articulam estratégias para que a empresa assuma os danos causados e que não pode fugir da sua responsabilidade. A CNT potencializará o emprego promovendo assembleias de desempregados e bolsas de trabalho nos sindicatos.
A CNT propõe uma comunicação integral adaptada às novas tecnologias, que otimize a divulgação de sua mensagem na classe trabalhadora. Em questões internacionais, serão reforçadas as relações com organizações anarcossindicalistas com as quais já vinham sendo realizado um trabalho conjunto sobre questões trabalhistas e sociais.
Mais infos, fotos: xicongreso.cnt.es
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