Durante muito tempo permanecemos na imperiosa opacidade, mas esta opacidade não é uma opacidade que invisibilize, ou talvez sim; não nasce da submissão da imaginação, senão da capacidade frugal que interiorizamos; não surge da domesticação do pensamento, senão do pensamento que resiste; não aparece com a imposição do medo, é o medo mesmo que já não impossibilita; não se constitui da colonização da caneta, nem se quer já é só uma caneta que se nega a si mesmo.
Esta opacidade ofensiva da qual falamos tem a capacidade da multiformidade, dentro dela se encontra uma forma que também é multiforme em si mesma, mas que abarca nossa capacidade criadora, imaginativa e comum, esta que se materializa na publicação.
Então a publicação que surge de milhares de formas possíveis, assim como os espaços onde conhecemos técnicas, compartilhamos saberes, criamos possibilidades, destruímos o que nos destrói, são formas possíveis da publicação – fanzine, livro, revista, folheto, ou o que seja que nos ocorra – que tem lugar nestes espaços. Estes lugares se tornam rizomas, para poder conhecer-nos, e conhecer aquilo no qual acreditamos, pensamos ou sentimos.
É assim como se concretiza o ELPA (Encontro do Livro e da Publicação Antiautoritária) para seguir apostando por tudo aquilo que nos parece possível, será um espaço para poder passar da leitura à cumplicidade, e como alguma vez se escreveu em alguma geografia: “Me desfiz também da engenhosa ideia de que a liberdade é o lugar que se espalha fora dos muros do cárcere. Para mim a liberdade não é um lugar, nem uma permissão, é ação, é o sentido antiautoritário que preenche cada ato, é o nervosismo que precede o ataque, é a expressão incontrolada por um/a companheirx, é sentir-se vivx, porque sabes que tua vida já não pertence ao capital mas que o enfrenta“.
E como disseram alguma vez uns compas: “Manifestem-se criaturas de todos os rincões e os ventos! Nos vemos pois, no festim mais suculento…“
E-mail de contato: antiautoritarixs@riseup.net
agência de notícias anarquistas-ana
A lua nova.
Ela também a olha
de outra porta.
Jorge Luis Borges
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!