Olhares ligeiros sobre a VIII Feira Anarquista de São Paulo

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A seguir, apresentamos depoimentos curtos, olhares ligeiros, de participantes da oitava edição da Feira Anarquista de São Paulo, tradicional evento libertário organizado pela Biblioteca Terra Livre, que rolou na capital paulista no último dia 5 de novembro.

A programação teatral da Feira foi muito bacana”

“Por conta do tempo curto de estadia em São Paulo, participei de algumas atividades da Feira, como a roda de conversa sobre anarquismo e poder popular, proposta pela Organização Anarquista Socialismo Libertário (OASL), integrante da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB). A atividade foi importante e necessária por tratar da necessidade da associação de compas anarquistas para resistir aos golpes dos patrões e governos. A segunda atividade presente foi o filme a Greve Geral de 1917, do diretor Carlos Pronzato, seguindo de debate. O filme foi possível acompanhar as diferentes interpretações sobre o momento de grande força do sindicalismo revolucionário no Brasil da Primeira República. A programação teatral da Feira foi muito bacana, pois é um elemento que a militância anarquista precisa retomar nas atividades militantes”. Maikon Jean Duarte, Coletivo Anarquista Bandeira Negra (Joinville-SC).

São sempre oportunidades muito massa de trocar experiências”

“As Feiras Anarquistas, não só em São Paulo (SP) mas em diversas cidades onde também são organizadas, tem cumprido um importante papel de reunir periodicamente pessoas de diversas partes do mundo que tem criado, produzido e levado adiante projetos editoriais anarquistas e outras iniciativas libertárias. Em SP temos participado com a Imprensa Marginal desde a primeira edição, e também de outras feiras como a de Porto Alegre (RS) e Natal (RN), e são sempre oportunidades muito massa de trocar experiências com outros coletivos, conhecer novas iniciativas e entrar em contato com outras maneiras de pensar, organizar e criar dentro das lutas anarquistas. É um momento também que, com as trocas, cataliza projetos conjuntos, parcerias e uma vivência que só é possível em espaços coletivos como esse. Este ano a Feira em SP teve presença um pouco menor de pessoas que os anos anteriores, mas ainda assim teve bastante circulação durante o dia todo, e contou com muitos lançamentos novos, debates e trocas de ideia, atividades para crianças, filmes, etc”. Marina Knup, Imprensa Marginal (São Paulo-SP).

Repetiu-se o que de melhor representa a iniciativa”

“O evento foi bastante produtivo, como em suas outras edições. Repetiu-se o que de melhor representa a iniciativa, a saber: a possibilidade de intercâmbio, divulgação e exposição das ideias anarquistas. A convivência entre as diferentes vertentes do campo libertário me parece de grande importância, tanto mais nos tempos que atravessamos. Ainda que a proposta da Feira Anarquista de SP não seja a de organizar formalmente os grupos que dela participam, mesmo assim, a iniciativa é fruto de uma capacidade de organização invulgar, digna de todos os elogios. No mais, segundo interpreto o resultado do esforço dos organizadores, ele colabora significativamente para o aprimoramento do tripé fundamental da militância anarquista. Auxilia no entendimento da necessária articulação entre a organização, propaganda e agitação”. Alexandre Samis, Instituto de Estudos Libertários – IEL (Rio de Janeiro-RJ).

A difusão de nossa doutrina não reconhece fronteiras capitalistas”

“A VIII Feira Anarquista de São Paulo foi definitivamente um sucesso! Com um espaço totalmente dedicado para acolher as crianças que acompanhavam os visitantes da Feira, mostramos nossa preocupação em construir um espaço convidativo e acolhedor para as mães, os pais e as crianças. Além disso, a quantidade IMENSA de material didático anarquista, distribuído gratuitamente durante todo o evento, facilitou o acesso das pessoas em conhecer a ideologia e a prática anarquista, como sempre provando que a difusão de nossa doutrina não reconhece fronteiras capitalistas. Além de performances teatrais, exibições de vídeos, rodas de conversa (totalmente gratuitas) que discutiram a organização do movimento libertário, tivemos atividades que tratavam do anarquismo e sua intersecção com o feminismo e outros movimentos sociais, discussão de extrema relevância para ampliar nossos horizontes libertários”. Cesar Antunha, Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri – NELCA-BS (São Vicente-SP).

Foi um momento de troca de experiências, bastante cordial e solidário”

“Participaram da jornada grupos anarquistas de várias cidades, estados e de alguns outros países. As atividades foram diversificadas: lançamentos de livros, rodas de discussões temáticas, teatro, atividades para crianças, exibição de filmes, exposição de cartazes, música, poesia… Ocorreu a tradicional exposição editorial e foram vendidos livros, zines, DVD’s, camisetas, comida vegana, etc. Esse ano, diferentemente de anos anteriores, colocamos a disposição de quem quisesse pegar uma quantidade ainda maior de livros e revistas anarquistas gratuitas. No ensejo do encontro, o Centro de Cultura Social (CCS-SP) lançou a 2ª edição do livro “Jaime Cubero – Seleção de textos e entrevistas”; a 3ª edição do livro “O Movimento Operário – A Greve Geral de 1917”, de Edgard Leuenroth; “Leituras Libertárias – Cultura Anarquista na São Paulo dos Anos de 1930”, de Lúcia Silva Parra. Com o Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri (NELCA) lançamos o livro “Carlo e Anita Aldegheri: Vidas Dedicadas ao Anarquismo” e com a Intermezzo Editorial e o Instituto de Estudos Libertários (IEL) “Os Anarquistas Russos, Os Sovietes e a Revolução de 1917”, de Alexandre Skirda. A Feira é um momento em que companheiros e companheiras se conhecem e outros se reencontram. Foi um momento de troca de experiências, bastante cordial e solidário. Quando termina fica a vontade de que a próxima Feira aconteça rapidamente. Parabéns para a Biblioteca Terra Livre pela organização desse excelente evento!” Antonio Carlos de Oliveira, Centro de Cultura Social – CCS-SP e Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri – NELCA-BS (São Paulo-SP).

A Feira propiciou um espaço de troca de ideias e informações”

“Cheguei na parte da tarde, a Feira estava cheia naquele momento, muita gente circulando pelas diversas barraquinhas repletas de livros, camisetas, zines e discos – uma delas tinha até legumes e queijos, vindos diretamente do “Nosso Sítio” (Sociedade Naturista Amigos de Nossa Chácara)! Muitas oficinas, debates, filmes, lançamento de livros e apresentações teatrais, movimentaram a Feira do começo ao fim. Publicações como a do jornal “Ação Coletiva” estavam sendo distribuídas livremente, enquanto era realizada uma campanha de solidariedade a Rafael Braga. Entre conversas e mais livros, aparece a “Trupe da Lona Preta” com suas burlas e bufonarias, arrancando gargalhadas de crianças e adultos. A Feira propiciou um espaço de troca de ideias e informações, num ambiente animado e descontraído, mas ao mesmo tempo pautado pela seriedade da luta contra a opressão sistêmica e as injustiças: fissuras de liberdade abertas nas estruturas do capitalismo e do Estado cuja movimentação, ao espalhar ideias e práticas libertárias aos quatro cantos, faz com que os nossos corações pulsem ao ritmo da anarquia”. Marcelo Yokoi (São Paulo-SP).

Tivemos a oportunidade de vivenciar a cultura libertária em toda sua diversidade”

“Em meio a tantas atividades da VIII Feira Anarquista de São Paulo como a exibição de filmes, debates, rodas de conversas, oficinas, saraus, teatro e lançamentos de livros tivemos a oportunidade de vivenciar a cultura libertária em toda sua diversidade. Foi uma grande ocasião para reencontrar companheiros de longa data, reforçando laços de afeto e troca de ideias. Na Feira Anarquista, coletivos libertários puderam difundir sua produção por meio da venda de livros, jornais e diversos materiais como camisetas, alimentos e outros. Participar da VIII Feira Anarquista de São Paulo nos faz acreditar que apesar dos tempos sombrios em que estamos vivendo são possíveis sim formas diferentes de nos relacionarmos entre si e com o meio ambiente”. Lúcia Silva Parra, Centro de Cultura Social – CCS (São Paulo-SP).

A Feira Anarquista sempre nos renova e nos alegra”

“A Feira Anarquista para nós da No gods No masters sempre é um dos momentos mais esperados do ano, pois é onde encontramos muitas pessoas amigas que, muitas vezes, só encontramos uma vez por ano e onde podemos fazer novas amizades e conhecer novos projetos e coletivos inspiradores. E esse ano não foi diferente, a Feira Anarquista sempre nos renova e nos alegra, com uma programação incrível que vai desde assuntos práticos como teóricos, muitos livros e materiais que mostram que o anarquismo, feminismo, queer, veganismo nos empodera e nos mostra uma outra forma de se viver e nos relacionar, com respeito, criando relações horizontais e consensuais, com apoio mútuo e solidariedade. A Feira Anarquista é um momento de encontro, de trocas de experiências, onde quem está ali aprende e ensina ao mesmo tempo. Já estamos esperando o próximo ano”. Andreza Poitena, No gods No masters (Itanhaém-SP).

Foi marcada pela grande diversidade de temas discutidos”

“A 8ª Feira Anarquista de São Paulo ocorrida no dia 5 de novembro no Tendal da Lapa, região marcada pela industrialização, foi marcada pela grande diversidade de temas discutidos e levados à Feira por coletivos em forma de material impresso, livros, camisetas e obras artísticas. Temas fundamentais como gênero, classe, raça, etnia, ecologia e veganismo, bem como a multiplicidade de lutas dentro deles estavam presentes e permearam debates, apresentações e mesmo conversas informais. Vale destacar, ainda, o resgate da memória operária por meio da rememoração dos 100 anos da Greve Geral de 1917 e a presença da campanha “Libertem Rafael Braga”, assim como a apresentação da Trupe Olho de Rua”. Samanta Colhado Mendes (Santo André-SP).

Cada vez mais este espaço ganha importância”

“Neste ano a Feira Anarquista de São Paulo contou com diversas atividades e expositores, além de conversas e debates sobre temas que nos é muito importante como a “Greve Geral de 1917” e sobre a “Revolução Russa”. Muitas atividades puderam ser vistas com participações mais locais. O espaço da criança, espaço super importante criado pelos organizadores da Feira, contou com contação de história, caça ao tesouro, debate sobre cuidado dos pequenos e maternidade, oficinas… Cada vez mais este espaço ganha importância, porque interage crianças e pais. Tive a impressão de que a adesão a Feira este ano não foi tão grande como a dos outros anos, mas ainda assim, muita gente esteve circulando no espaço da Feira. Também percebi que neste ano havia muitas pessoas mais velhas, ao contrário dos anos anteriores em que o número de jovens era maior. Como ajudei a organizar a Feira Anarquista um ano, sei do grande trabalho que dá fazer um evento desse por aqui. Mas acho que este trabalho é recompensado pelo sucesso que a Feira tem se mostrado todos os anos!”. Mix (Santo André-SP).

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