por Eduardo Ribeiro | 27/07/2018
Começa efetivamente o convívio em comunas, as bandas, publicações, as primeiras coletâneas e o punk expande-se para além da música.
Depois que nomearam as suas bandeiras, os anarcopunks se sentiram incomodados com a falta de uma prática da ação direta nos meios tradicionais anarquistas e sindicais. Foi aí que expandiram as ações e o discurso para a defesa de causas específicas. Feminismo, ambientalismo, diversidade de gênero, direitos indígenas… Eram muitas as frentes.
As primeiras reuniões do MAP (Movimento Anarco-Punk) rolavam na Estação da Luz. Por volta das 19h começavam a chegar os punks, agrupando-se nos bancos ou nas escadas com acesso fechado. Nas reuniões rolava troca e distribuição de materiais libertários — fanzines, livros, revistas, panfletos, jornais — e apresentação das correspondências que chegavam na caixa postal do movimento. Os encontros aconteciam ali porque os punks não tinham sede e moravam próximos às estações ferroviárias. Os punks se juntavam, falavam de política, de som, faziam brincadeiras, bebiam goró e compartilhavam alimentos.
Essas reuniões deram início às manifestações e aos ciclos de ações onde foram criados os coletivos e as comunas. Essa atividades incluíam panfletagens no centro da cidade, visitas a órgãos da imprensa para entregar “cartas-abertas” ou protestar, invasão de eventos “do sistema” ou burgueses. Acima de tudo, acreditava-se que isso era a verdadeira identidade do punk.
Na terceira parte desta história oral do anarcopunk em São Paulo, os depoimentos revelam as primeiras preocupações dos coletivos. Nessa época, o convívio anárquico é buscado pela primeira vez em experiências de comunas: as bandas começam a amadurecer, a galera consegue prensar os primeiros vinis na forma de coletâneas e split EPs, descola lugares pra tocar, e ainda se proliferam os zines e publicações anarcopunks, grupos de punkapoeira, teatro, poesia, artesanato e tudo mais. Com a palavra, aqueles que estiveram lá.
>> Para ler a reportagem na íntegra, clique aqui:
https://www.vice.com/pt_br/article/pakpj7/historia-oral-anarcopunk-sao-paulo-parte-3
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!