O anarquismo, mais do que um anticapitalismo, é também uma ética anti-representatividade: sem esta ética, torna-se apenas mais um “socialismo” de Estado.
por Vantiê Clínio Carvalho de Oliveira | 01/11/2018
Esse povo “catchup” (vermelha/os e sem consistência) metida/os a “avançadinha/os”, a/os “anarca/o sufragistas” (aquela/es tão contraditória/os quanto “cristã/os” que fazem apologia ao uso de armas) e “anarquistas” castanholas (negra/os por fora, vermelha/os por dentro), estão cada vez mais sem noção do ridículo:
– Primeiro, apoiaram governos que fizeram para a/os dominantes o trabalho de pacificar os movimentos sociais (transformando tudo em “cirandinhas”), para assim fazer passar mais facilmente todos os eco genocídios e políticas repressoras perpetradas em nome da “promoção do Brasil” e do desenvolvimentismo;
– Em seguida, foram coniventes com as duríssimas repressões aos protestos de Junho de 2013 e contra a Copa de 2014 (inclusive, com perseguições policiais e judiciais arbitrárias contra manifestantes), sob o argumento de que “o Brasil estava indo muito bem e que era irresponsável protestar naquele momento”;
– Depois, disseram que “a democracia no Brasil morreu de um golpe” e mesmo assim entraram no tal “jogo eleitoral democrático” e, ainda por cima, se dividindo entre si (a esquerda) e se aliando a/os mesma/os que ela/es acusaram de “golpistas”;
– Agora, vêm nas redes sociais propor “autocrítica” para a/os anarquistas coerentes que sustentaram a campanha pelo abstencionismo eleitoral, como se o concorrente deles nas urnas, ao invés de ter sido eleito pelos votos VÁLIDOS, tivesse sido legitimado pela soma dos votos nulos, brancos e abstenções.
Ora, se essas “sumidades” em inteligência e estratégia política fossem apenas um pouquinho mais “inteligentes”, teriam percebido que, se ao invés de ficarem acusando o abstencionismo eleitoral pela responsabilidade com relação à incompetência daqueles que acreditam no sistema (e que, por isso, VALIDARAM seus votos – e todo o processo), (se ao invés disso) fizessem uma campanha para dar visibilidade ao fato de que neste segundo turno o total de votos brancos, nulos e de abstenções somou mais da metade do total dos votos de qualquer dos dois candidatos (até mesmo daquele que foi dado como eleito), poderiam desta maneira, talvez, começar a minar a legitimidade popular não apenas do eleito, mas do próprio processo como um todo.
Mas, como esse povo só “pensa” aquilo que a/os “chefa/es” de suas agremiações políticas admitem que “pensem”, e como esta/es “chefa/es”, por “negociarem” com a “ordem” hierárquica, têm interesse em promover o peleguismo, podemos esperar que, a depender dessa gente, a/os “de baixo” no Brasil vão continuar indo para o abatedouro sem “berrar” (talvez, dançando cirandinhas), pelas próximas gerações e gerações.
E o pior, é que boa parte da/os professora/es dita/os “crítica/os” do sistema, no fundo, não passam também de mera/os reprodutora/es destes discursos “autorizados” da esquerda: pobres estudantes, manipulada/os entre a ignorância da direita e o peleguismo da esquerda.
E ainda há quem diga que “o problema da esquerda no Brasil é que não faz autocrítica para reconhecer os próprios erros”: “errada/o” está é quem pensa que tudo isto trata-se de meros “equívocos” porque, quando se conhece realmente a história da esquerda institucional no mundo, se sabe com clareza que, com raríssimas exceções, este sempre foi o papel que lhe coube no sistema: o de apaziguamento da/os “de baixo”, pelo oferecimento de algumas pequenas “benesses”, favorecendo assim a manutenção da estrutura de dominação e exploração maior da/os “de cima” (“vão se os anéis, ficam os dedos”, dizem estes).
Mas, e quanto à “ascensão da extrema direita”? Também “faz parte do jogo” instituído: “a mão que bate e a mão que alisa” (mas ambas servindo a uma mesma cabeça, a qual, inclusive, é capaz de cortar até seus próprios dedos, se necessário).
Não passarão!
P.S: Minha “auto-apreciação sobre ‘A Outra Campanha'”:
Estou convicto de que escolhi o caminho mais acertado e coerente ante os últimos acontecimentos da vida nacional, ao me empenhar em impulsionar “A Outra Campanha”: a campanha pelo abstencionismo eleitoral.
É mais do que óbvio que, quem promoveu o eleitoralismo e votou, legitimou o processo, e não quem se absteve dele, pois a/os primeira/os, de fato, “mandaram um recado” de que NÃO CONCORDAM COM NADA do que está aí (e vale lembrar que a/os que deram este “recado” somaram mais da metade dos votos de qualquer dos dois candidatos – inclusive, daquele que foi dado como eleito, claro).
O fato da opção “compartilhar com” do meu perfil de facebook estar bloqueada já há praticamente uma semana – desde a ante véspera da votação do segundo turno – e de não haver notícias de que nenhum/a “anarca/o sufragista” (aquela/es tão incoerentes quanto “cristã/os” que fazem apologia ao uso de armas) tenha sido vítima de algum tipo de censura semelhante, é mais um ponto de reforço desta minha convicção de que escolhi o caminho mais acertado e coerente: apenas aquilo que pode perturbar a “zona de conforto” do “stabilishment” – tal como minha prática de replicar em muitos grupos e páginas minhas postagens pelo abstencionismo eleitoral – é alvo deste tipo de sanções.
Então, ante os recentes ataques da/os sufragistas da esquerda contra a/os anarquistas coerentes que promoveram o abstencionismo eleitoral – afirmando que esta/es seriam “a/os responsáveis pela derrota da/os (dita/os) ‘progressistas'” -, estou propondo uma campanha de autodefesa da imagem e da credibilidade (para o campo das lutas populares) da/os abstencionistas nas redes, pela adoção de um “slogan” que a meu ver elucida muito bem a realidade de quem é responsável pelo quê em tudo isto.
O “slogan” é:
– “Deu crédito ao açougue: roa o osso sem dar moral!”
Sugiro que marquem com este slogan toda/os a/os que fizeram campanha eleitoral, direta ou indireta – indivíduos, grupos e organizações, e que ainda por cima vêm querer culpabilizar a/os anarquistas coerentes pela incompetência da esquerda.
Não passarão!
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