[Espanha] 8M: Vivas, livres, insubmissas

CNT Catalunha aderimos às mobilizações e ações organizadas por causa do 8 de março (8M) dia internacional da mulher trabalhadora em solidariedade com todas as mulheres que sofrem qualquer tipo de violência e/ou exploração.

 No entanto, fazendo uma análise de mudanças reais, que possamos dar como autênticas conquistas, fruto das diferentes mobilizações de 8 de março do ano passado, não pudemos encontrá-las, já que não aconteceram. Sim, serviu para visibilizar um movimento feminista crescente, serviu como amplificador de algumas das muitas e diferentes necessidades que as mulheres vínhamos exigindo desde muito tempo e evidentemente não unicamente no laboral, pois vai mais além e abarca todas as esferas do sistema dominante. Mas continuam ignorando nossas constantes petições de deixar de ter que fazer precisamente isso, mendigar nossa liberdade e direito a que nos tratem com respeito em todos os âmbitos da vida assim como o desejamos para os outros seres vivos.

É urgente relegar interesses econômicos em forma de subvenções, já que é outra forma de especular com nossas vidas, porque nos assassinam, nos violam e nos culpam, e tudo ao mesmo tempo. Porque como classe trabalhadora nos dividem ao sermos as que padecemos maior precariedade laboral. Junto com os setores feminizados em sua maioria de cuidados e serviços de casa, encabeçamos os primeiros postos de exploração laboral e particularmente com mais intensidade, as mulheres migrantes, somos a brecha salarial em cada pagamento mensal, aos que nos consideram ferramentas produtivas de menor custo global mas que somos despedidas por estar grávidas. Seguimos pensando que a indiferença a todas as violências a que somos submetidas é por sua vez outra forma de violência.

Desde faz muito tempo, algumas temos reivindicando que a organização coletiva é a única forma eficaz frente a manipulação e utilização política de qualquer estado e instituição e que criar espaços alternativos onde poder realizar ações mais além do simbolismo de um único dia de greve são básicos como ferramenta e forma de luta. Necessitamos poder escolher nosso caminho e recuperar a herança que gerações de mulheres passadas construíram. Necessitamos tornar visível que nossa raiva pelas companheiras que já não estão não acabará em 9 de março ao amanhecer. É necessário romper a paz social e a ordem estabelecida porque só beneficia aos de sempre. Em nossa busca da liberdade nos urge criar vínculos fraternais em nossos círculos mais próximos para poder chegar um dia mais longe e assim, juntas, romper as cadeias com as quais nos querem submissas.

 VIVAS, LIVRES, INSUBMISSAS

 >> Palestra-debate

 Dia 7 de março às 18h30

c/ Joaquin Costa, 34 – Barcelona

 • Companheiras da CNT Apresentação e debate

 • Julieta Lara (IXQUIC) Ativista e criadora multidisciplinar Simbiosis Kolective

 • Ochún falará do Sindicato Sindillar, Criado por mulheres que trabalham no lar

 • Gabi (Tierra Catracha) Processo migratório da caravana migrantes Honduras

 • Mª José Historiadora e vítima da violência de gênero

 Tradução > Sol de Abril

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 A vida tacanha
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enquanto a gente se banha!

 Reinaldo Cozer