Tudo me sabe o metal, tudo me cheira a asfalto
(e desinfetante)
me engole este silêncio estrondoso que me rodeia,
este vazio que me enche.
As lembranças ferem,
o futuro segue inerte
sem qualquer promessa
e o presente me desperta todos os dias
uniformizado para a recontagem das 8.
Flutuo à deriva em um barco afundado
e este mar de asfalto se ergue
como hipócrita monumento
aos covardes que o construíram.
Mal vivo entre as frestas dos meus escombros,
tentando calmar minha sede comendo poeira e detritos.
O medo me paralisa
de me perder em meu labirinto.
Tudo me sabe e a lágrimas, vejo tudo ocre e cinza,
suo a impotência de não poder abrir a porta,
de vomitar correntes.
Tropeço buscando saídas para meu deserto
a minha pequena porção de castigo e paredes.
O medo me paralisa
de me perder ao me encontrar.
16-01-2019 Rodrigo Lanza (Isolamento/FIES- Arquivo de Internos de Seguimento Especial)
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Parabéns, camarada Liberto! O pessoal da Ana poderia informar como adquirir a obra. Obrigada!