Até essa terça-feira (11/06), 24.860 euros foram coletados para os dois companheiros do grupo anarquista grego Rouvikonas¹, condenados a pagar 30.000 euros de multas cada um (Nikos até 14 de junho, e Giorgos até 20 de junho), caso não paguem poderão enfrentar 10 anos de prisão.
Existe uma ampla solidariedade internacional contra a repressão de nossos companheiros, cabe a nós fortalecer essa luta.
Link para apoio financeiro²: https://www.lepotcommun.fr/pot/mjj83sy2
Nossos companheiros foram identificados após o ataque do Parlamento Grego em 21 de maio (uma ação em apoio a Dimitris Koufontinas, um companheiro preso para toda a vida então em greve de fome). Ameaçado em seu conjunto com uma multa de 200.000 euros (mais 25.000 euros em custas judiciais), Rouvikonas é um objetivo primordial do Estado e vice-versa.
Formado em 2013 dentro do movimento social derivado da crise, eles originalmente trabalhavam como um coletivo em apoio aos presos políticos, mas rapidamente expandiram sua luta contra a escalada opressora do Estado. Eles se distinguem pela natureza radical de sua “propaganda pelo fato” e sua pronunciada cultura de “ajuda”. Eles já promoveram dezenas de ações de invasão, sabotagens, apoio local e internacional. A pluralidade, a frequência e a sustentabilidade do seu compromisso, juntamente com uma ampla comunicação, colocam a possibilidade de destoar na opinião pública. Entre os pilares de Exarchia (o bairro anarquista de Atenas), a repressão sofrida pelo grupo é equivalente ao contra-poder que representa.
Em consequência, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, e a Justiça tentam de uma vez por todas acabar com Giorgos Kalaitzidis, co-fundador do Rouvikonas e Niko, ambos membros do mesmo e conhecido grupo da Resistência na Grécia. De fato, ambos são processados não por um delito, mas desta vez por um crime. Exumando uma antiga lei sobre a proteção dos monumentos históricos de grande valor – lei raramente usada, destinada para a Acrópole de Atenas ou Ruínas de Delfos – o poder encontrou uma maneira de pegar os nossos companheiros que sempre tomavam cuidado para não ultrapassar o limite jurídico em termos de qualificação. Resultado: Giorgos e Nikos enfrentam 10 anos de prisão e são solicitados a realizar um depósito de segurança gigantesco, três semanas antes das eleições legislativas gregas. A disposição para instrumentalizar a lei para conseguir o mais rápido possível o enclausuramento de alguns membros bem conhecidos do grupo e oferecer um retumbante show midiático é clara.
O endurecimento da repressão contra o grupo (cuja última sentença em abril foi de 3.000 euros de multas ou dez vezes menos) é uma das manobras de instrumentalização da opinião pública no contexto atual. Após as eleições europeias e locais, Tsipras acaba de convocar eleições legislativas antecipadas para 7 de julho, se apresentando como um outsider à direita. O centro-direita do espectro eleitoral odeia Exarchia, os anarquistas e outros revolucionários, e se prepara para passar a Kyriakos Mitsotakis, o líder da direita, para “evacuar Exarchia em um mês” e “prender bandidos vermelhos e pretos”. Há dois meses, Tsipras ataca tudo o que horroriza a direita e ganha suas cartas de nobreza em matéria de autoritarismo: seis espaços de refugiados são evacuados, o bairro de Exarchia diariamente é assediado por sua polícia, em um programa de televisão no horário nobre sobre o bairro anuncia que seu fim está próximo, privou brutalmente o prisioneiro político Koufontinas de sua permissão de saída supervisionada para ver seu filho, e agora membros do Rouvikonas prestes a ir para a cadeia.
Este ataque à resistência na Grécia é, sem dúvida, o mais frontal desde que o esquerdista Tsipras chegou ao poder. Nenhum grupo tem resistido tanto nos últimos anos como o Rouvikonas: diariamente, como um soro contra a resignação. Esta resignação que Tsipras precisamente havia provocado. Quase todos os dias ouvimos falar de anarquia e resistência nos noticiários e na imprensa. Quase todos os dias, mais e mais pessoas pensavam que nada havia acabado.
Porque a nossa solidariedade é tão inquebrantável como a nossa luta, vamos apoiar nossos companheiros em todos os lugares, em todos os momentos, enquanto lutamos.
Peça ajuda financeira para aqueles que podem contribuir ou, pelo menos, espalhe esta chamada. Mesmo que não consigamos impedir a prisão de Giorgos e Nikos, outros membros do grupo podem pelo menos escapar de outras sanções e continuar a luta.
[1] Apresentação do Rouvikonas (10 minutos):
https://www.youtube.com/watch?v=342ZzVVCm70
[2] Para fazer uma transferência ou paypal (ou cheque, mas é um pouco demorado e complicado em comparação com outras formas possíveis), o contato em francês é: rouvikonasfrancophone@riseup.net ou apenas para uma transferência, comunicar em inglês: rouvikonas@espiv.net
E se você passar por Atenas antes de 14 de junho:
Visite o K*vox todos os dias, a partir das 16h00, na Praça Exarchia.
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!