Na constante procura por compartilhar e expandir a revolta, a autonomia e as experiências que nos aproximam da anarquia, seja aprendendo dos compas, das suas ações, dos povos originários, seja nos chamando à solidariedade, compartilhando nossa constante fincada no poder ou compartilhando nossas formas de vida em rebeldia, aparecemos com mais um número da Crônica Subversiva.
“Em tempos de anúncios de cortes e políticas nefastas que reatualizam com maior vigor o genocídio, acreditamos importante trocar algumas idéias sobre o inimigo.
O Estado, é a máquina dos tiranos para governar (dominar, devastar a terra, reprimir). Para o Inimigo, governar é imprescindível e arrumar sua máquina de controle é necessário para dominar. Porém, arrumar a máquina não evita que ela siga sendo uma máquina que devasta, explora e mata.
Se estamos, por exemplo, contra a Reforma da Previdência não é porque defendemos a anterior, mas porque a obrigação de gerar dinheiro para comprar e morar segundo as convenções das cidades, pode roubar ainda mais o nosso tempo de vida, e essa é uma agressão. Que não seja um tapa na cara, não quer dizer que não seja uma agressão bem pensada e planejada desde as poltronas dos que mandam. Aqueles que criam as leis e suas reformas já estão em uma situação de privilégios, e não precisam do Estado para sobreviver, mas para dominar melhor. Suas leis e reformas servem apenas para isso, para dominar melhor. Assim se estamos contra a reforma é porque a enxergamos como um aperto mais na porca dessa máquina que funciona como um garrote vil contra as pessoas.
Fascismo! Dirão alguns. Ditadores! Dirão outros, saudosos das décadas passadas. Mas o inimigo, não é apenas sua posição política, ele pode se vestir de verde amarelo, de vermelho ou de azul e rosa. O inimigo não é apenas um presidente, alguns falam dele como o sistema, capitalismo, sociedade tecno-industrial, civilização, civilização ocidental.
O que todos esses nomes tem em comum é a vontade de dominação, mas as formas em que essa dominação acontece podem nos confundir e achar que o inimigo é a polícia, a burguesia, os falsos críticos, os políticos. O inimigo, através de seus disfarces, é isso tudo funcionando, e até fazendo cúmplices a muitos, porém tem um rosto, uma história, uma cultura, e uma visão do mundo que é imposta como a visão do mundo “normal”, “natural”, é aquele representante do projeto de imposição da civilização ocidental, aquele que enxerga a terra como um recurso, as pessoas como trabalhadores ou eleitores, aquela forma de entender a vida como uma experiência na qual tudo pode ser comprado, e vê aqueles que não estão à venda como selvagens, atrasados ou menores de idade. O inimigo é aquele que anseia a dominação, o totalitarismo, a obediência e o controle absolutos.
Felizmente o inimigo é apenas um projeto porque povos milenares resistem há séculos e nós nos opomos a ele ativamente.
Impedir que os inimigos dominem, lutar contra isso com todas as ferramentas possíveis, ser ingovernáveis, sabotar toda tentativa de governo, é estar contra todas suas reformas, contribuir, aqui e agora, com a destruição da dominação.”
Que os atos subversivos, assim como nossas formas de existir, resistir e combater continuem povoando estas páginas.
Crônica Subversiva | Outono-Inverno 2019
>> Conteúdo:
• PRIMEIRAS PALAVRAS: A máquina dos tiranos e a cara do inimigo.
• 1° DE MAIO. Entre a violenta luta pela liberdade e a festa do trabalho.
• Uma Flamejante Clareza
• 22 De Maio Dia Do Caos
• Morte ao rei!
• PELA TERRA, CONTRA O CAPITAL
• MEMÓRIA COMBATIVA: A Batalha Da Praça Da Sé
• KATAKLISMA: Ventos frios na Rússia fazem nosso sangue ferver no Brasil.
• As repressões continuam em Madrid e na Itália. / A liberdade de Panagiotis.
• Pastora Dominguez Gonzalez.
• Separata: COLETES AMARELOS. GUERRA CIVIL OU GUERRA SOCIAL?
>> PDF para baixar e imprimir:
Crônica Subversiva 4
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Contato: cronica-subversiva@riseup.net
>> Números anteriores:
Crônica Subversiva 1
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Crônica Subversiva 2
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Crônica Subversiva 3
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Paz. Forte em ruínas,
E na boca de um canhão
Um ninho de pássaros.
Luís Antônio Pimentel
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…