[México] Chamado à ação anárquica por Féminas Brujas e Insurreccionalistas

SOMOS MÁS e PODEMOS SER PIORES: SOMOS SEU PIOR PESADELO!

“Provocação” e “Ilegalidade” é qualquer ação que não é executada pelo Estado e excede suas leis e normas; é por isso que as autoridades insistem em apresentar a guerra anárquica contra o sistema de dominação como uma “provocação” que busca desencadear a repressão. Mas a realidade nos ensina que a repressão está aqui e agora e é praticada cotidianamente pelo poder, velada ou brutalmente.

O Estado continua exercendo o monopólio da violência e só está disposto a compartilhá-lo com os grupos do chamado “crime organizado” com quem também compartilham o DNA, demonstrando que não há nada novo em sua Quarta Transformação. Como sempre dissemos: são os mesmos cães misóginos agora com a coleira vermelha.

Finalmente a raiva antissistêmica conseguiu espalhar a raiva para amplas frações do chamado “movimento feminista”, tristemente adormecidas até a tarde de ontem. Finalmente compreenderam que o pacifismo é o cúmplice mais ativo do poder patriarcal e da dominação.

Nós sempre expressamos que não somos feministas. NÓS SOMOS ANARQUISTAS e por isso lutamos contra o Patriarcado, não pelo feminismo. Conhecemos a ideologia feminista e a vemos cotidianamente em “ação”, ocupando assentos e cargos públicos, empoleirando-se em nossas vidas e nossos corpos para propagar “a Pátria feminista” como declarou uma senadora do MORENA (partido político mexicano de esquerda), esquecendo (consequentemente) que a Pátria é o território do Patriarca.

Nem Martha Lucia Michel (senadora mexicana), nem Marta Lamas (antropóloga mexicana), nem Marilú Razo (integrante do Espacio Mujeres para una Vida Libre de Violencia), nem nenhuma das feministas sistêmicas (políticas, acadêmicas e dialogadoras) nos representam. Sua reação contra a violência roxa e negra, seu amasiado com Sheimbaum (atual prefeita da Cidade do México), só reforça sua condição de oportunistas em busca de ossos, de modo que lambem as botas e chupam os ovos de seu presidente.

A melhor mostra de sua cumplicidade é a hashtag #EllasNoNosRepresentan, afirmando que com a violência antissistêmica mancharemos “a defesa dos direitos das mulheres”, promovendo a passividade cúmplice e impondo a conduta politicamente correta da “pessoa de bem”.

Nós não somos Povo. Ser “povo” é delegar nossa realidade como mulheres, nossa liberdade e nossa autonomia a Outro, é negar nossa individualidade e nossa essência. SOMOS GUERREIRAS ANÁRQUICAS EM LUTA CONTRA O PATRIARCADO.

Somos conscientes de que estamos em guerra e sabemos quem são nossxs inimigxs. Sabemos quem estamos enfrentando, como também sabemos quem são xs aliadxs do sistema e quem são nossas cúmplices. Reconhecemos o que outras calam: a presença no palácio nacional de um fascista misógino e sexista, pró-vida, ultraconservador e evangélico a quem a esquerda se aliou em seu oportunismo constante para “tomar o poder” a todo custo.

Portanto, não pedimos justiça aos nossos carrascos nem a destituição e o castigo de seus porcos violadores. Isso seria distinguir entre policiais bons e policiais maus. Para nós o melhor policial é o que está morto.

Nós não queremos diálogo, por isso não colocamos limites à revolta. Nossos desejos de destruição e nosso ânsia de liberdade não ficarão presos nos apanhadores de sonhos: seremos seu pior pesadelo!

Se algum dia não voltemos pra casa: Não acendam velas, acendam barricadas!

Nem Deus, nem Estado, nem Amo, nem Marido!

O Estado-Capital, com AMLO (Andrés Manuel López Obrador, atual presidente do México) ou sem AMLO, patriarcado é o que tece!

Destruíamos tudo o que nos domina e condiciona!

Solidariedade anárquica com todas as companheiras e companheiros presxs em todo o mundo!

Contra a civilização patriarcal!

Pelo controle de nossas vidas!

Pela destruição do gênero!

Pela tensão anárquica insurrecional!

Pela Anarquia!

Fogo a tudo o existente!

Féminas Brujas e Insurreccionalistas (F.B.I)

Cidade do México, sábado 17 de agosto de 2019.

Tradução > keka

agência de notícias anarquistas-ana

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Camila Jabur