ra uma sexta-feira, 03 de setembro de 2005, quando José Huenante de 16 anos, foi detido depois de um controle realizado por carabineros (polícia militar chilena), por volta das 02:30 horas, na cidade de Puerto Montt. Segundo relatos de testemunhas, essa madrugada Huenante foi levado pela radiopatrulha (RP) Nº1375 da Quinta Delegacia, pelo Segundo-Sargento Juan Altamirano, pelo Primeiro-Cabo Patricio Mena e Segundo-Cabo César Vidal, ocasião na qual José foi visto pela última vez.
Apesar da reação imediata da família Huenante, que desde o primeiro momento sai em sua busca, a investigação não dá os resultados esperados e do paradeiro do jovem, nada se sabe. A única coisa clara é a última pista do paradeiro do jovem que o coloca a poucos metros de sua casa, depois de subir como detido em um dos carabineros.
Por outro lado, as autoridades e os governos de plantão se mantiveram totalmente à margem do caso, apesar de que anos atrás, de acordo com um relatório da Universidad Diego Portales indicar que este caso se assemelha a uma das práticas próprias do período da ditadura militar no Chile: “o drama do desaparecimento forçado de pessoas e da falta de informação e de resposta oportuna da justiça e da polícia às demandas dos familiares“.
Um julgamento sem respostas
O caso Huenante só viu pouca luz quando, no final de 2008, a investigação foi assumida por um novo promotor, Sergio Coronado, que em março de 2009 processou os três carabineros da Quinta Delegacia de Puerto Montt, Altamirano, Mena e Vidal, após apresentar uma série de contradições nos seus depoimentos e depois de não poderem explicar e provar o que fizeram na patrulha naquela sexta-feira, 03 de setembro de 2005, entre as 02:00 e 06:00 da manhã.
Em 2015, o Conselho de Defesa do Estado alegou ao Tribunal Marcial que os três carabineros tinham que ser processados pela promotoria militar de Puerto Varas, portanto este novo recurso é parcialmente aceito, onde os uniformizados vinculados no desaparecimento de José Huenante foram formalizados por adulteração de documento e pela alteração da quilometragem da patrulha utilizada na madrugada de setembro, que os mantiveram sob custódia por um tempo na mesma Quinta Delegacia, conforme indicado pelo diário oficial da Região.
Durante o processo da formalização, os três uniformizados foram dispensados da instituição, apesar disso, algum tempo depois os funcionários policiais envolvidos no crime do jovem de 16 anos, foram reincorporados a suas funções na mesma Quinta Delegacia de Puerto Montt.
A mãe de José, Cecilia Huenante, não desiste, apesar do cansaço das tentativas que não mostram resultados do paradeiro do seu filho, disse ela ao jornal El Desconcierto: “Quando fazem essas coisas, a pessoa fica mal porque sempre fazem o mesmo e, no final, o que resta, não resta mais nada”. E termina dizendo que “queremos saber onde está para poder dar-lhe uma sepultura digna, isso não conseguimos alcançar“.
14 anos após o desaparecimento forçado de José Huenante, o primeiro detido desaparecido na democracia, a denúncia ainda se mantém vigente por alegada desgraça, portanto o caso permanece aberto na mãos da justiça civil já que em junho de 2018 a Corte Suprema da Justiça decidiu depois de anos que o caso fosse levado pela justiça comum, dessa forma a justiça militar está fora da causa.
>> Vídeo (05:34) La Lira Libertaria – Huenante:
https://www.youtube.com/watch?v=azXgoYfLK4U
Fonte: https://radiokurruf.org/2019/09/04/jose-huenante-a-14-anos-de-un-crimen-sin-resolver/
Tradução > keka
agência de notícias anarquistas-ana
Nos olhos da libélula
refletem‑se
montanhas distantes.
Issa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!