O novo primeiro-ministro grego está tratando de salvar a pele, depois de quase um mês de estagnação, obstaculizado por uma forte mobilização local e internacional.
ATENAS: EVACUAÇÃO DE DUAS OKUPAÇÕES AO LADO DE EXARCHIA
A “Okupa de Refugiados Jasmine” foi evacuada pela polícia na rua 22 Acharnon, em Atenas, a uns cem metros a oeste de Exarchia, em um edifício escolar abandonado. Outra okupa ao lado, na rua Sourmeli, também foi evacuada.
A operação começou antes do amanhecer: um total de 230 refugiados foram detidos, incluindo 70 crianças. Estas okupas albergavam principalmente famílias para oferecer-lhes uma alternativa aos acampamentos vergonhosos criados pelo Estado e a União Europeia, e gestionados com a colaboração de várias ONGs em condições odiosas: super população, alimentos deploráveis, higiene catastrófica, exposição a variações de temperaturas, humilhações…
Como nos desalojos anteriores, não encontraram drogas, apesar das buscas do esquadrão de drogas. Desta vez, a polícia recebeu instruções para evitar que se tirassem fotografias de famílias e crianças.
Em 26 de agosto, durante o desalojo de 4 okupas em Exarchia, incluídas 2 de refugiados, as fotos foram profundamente impactantes, mostrando crianças arrastadas pela polícia ou móveis quebrados durante o ataque para aterrorizar as famílias.
Estas okupas das ruas Acharnon e Sourmeli estão próximas de Exarchia, mas situadas no lado oeste do bairro rebelde, que vem resistindo desde princípios de julho a vontade do novo governo de aniquilá-lo.
O primeiro-ministro grego anunciou com grande pompa e circunstancias, antes e durante sua eleição, que iria “limpar Exarchia no primeiro mês”. Mas depois de dois meses e meio, frente à resistência local combinada com um forte apoio internacional, Kyriakos Mitsotakis conseguiu evacuar 4 das 23 okupas dentro de Exarchia (final de agosto) e só 2 das 26 nas proximidades do bairro (esta manhã, dia 19/09). Em outras palavras, 6 okupas evacuadas de um total de 49. Apenas 10%, embora que o tempo anunciado a princípio é muito tempo desde então: é um fracasso estrondoso para o governo de direita frente ao bairro libertário de Atenas, cada vez mais conhecido na Europa e no mundo por sua resistência, seus grafites e sua concentração de iniciativas de autogestão e solidariedade.
Esta manhã, o governo deixou de atacar o bairro rebelde onde deteve por completo os desalojos durante exatamente 24 dias. Além disso, evacuou só 2 ocupações em vez de 4 como da última vez. O novo governo está tratando de livrar a pele, enquanto que a situação está estancada no bairro rebelde, mas ainda 30% ocupado pela polícia.
Por quê? Porque desde 26 de agosto, a mobilização aumentou consideravelmente, tanto na Grécia como em outros lugares da Europa e mais além. Cada vez mais pessoas foram para a rua. Em 31 de agosto, o bairro estava cheio de gente e a grande multidão rompeu todas as linhas da polícia para fazer um percurso completo por Exarchia. Em 14 de setembro, 7000 anarquistas e revolucionários se manifestaram no centro da cidade pressionando o parlamento que preferia manter sua MAT (tropa de choque) à distância. Ontem à noite, muita gente estava na rua, inclusive, desta vez era uma manifestação antifa em memória de Pavlos Fyssas: se reuniram 8000 antifascistas, também em solidariedade com as okupas ameaçadas pelo poder.
Além disso, há mais de 60 embaixadas e consulados da Grécia marcadas em todo o mundo por ações de solidariedade com Exarchia e as okupas. Estas ações, às vezes acompanhadas de destruição ou adesivos, também se organizaram em apoio ao grupo anarquista Rouvikonas, particularmente atacado pela polícia e sob a ameaça de uma classificação fantasiosa de “organização terrorista”, enquanto que nunca houve nenhuma pessoa assassinada. Fotos e mensagens chegam diariamente de todo o mundo.
Não, nada é melhor para Mitsotakis. O tempo passa e seu grandiloquente desafio se rompe no muro da solidariedade sem fronteiras.
Exarchia ainda está de pé e para cada desalojo, uma nova okupa verá o dia, cedo ou tarde.
Yannis Youlountas
Tradução > Sol de Abril
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