por Igor Icaza | 14/10/2019
Nem tudo se diz nas redes sociais, certas coisas especialmente as pessoais (boas ou más) é melhor mastigá-las e processá-las em privado. No entanto, tenho a necessidade de compartilhar umas linhas com vocês.
Os últimos dias evidenciaram o que tratei na maior parte da minha carreira musical: a hipocrisia de nossa sociedade. Tivemos que topar fundo e só desde o lamento e a tristeza dos mortos, desaparecidos, feridos e presos, unir-nos para que o poder trema.
Nestes tempos midiáticos nos esquecemos que as palavras POVO e RESISTÊNCIA não são cabeçalhos ou simples termos de contos sociológicos do passado, são em si, a possibilidade de ver-nos diferentes e respeitar-nos, de estar juntos e defender-nos contra a opressão e a desigualdade.
Não foram só os subsídios, a carestia da vida ou a ganância dos governos de turno o que nos levou à comoção, mas também, nossa idiossincrasia absurda de desunião e facilismo. Vejamo-nos no espelho e, pelo menos, não finjamos sermos outros. Nunca é tarde para dar-nos a mão e unir-nos, todos (ou pelo menos a maioria) terminamos pedindo paz e calma.
Dentro de toda a repressão nas ruas foi bonito ver ativistas e voluntários prestando sua ajuda em saúde, logística, assessoria legal, proteção a mulheres e crianças, coleta de alimentos e víveres, etc. Todos unidos em um só punho.
Obrigado irmãos indígenas e povo do Equador por resistir e obrigar o poder a dar um passo atrás e retratar-se de suas medidas abusivas. Jamais esqueceremos estes doze dias de outubro e as vidas dos que caíram em defesa do bem estar comum. Estejamos alertas e exijamos a liberdade dos presos e as investigações dos crimes de Estado.
Abraços, saúde e anarkia!
>> Foto: Tian López
Tradução > Sol de Abril
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