[Chile] Santiago: 7º dia de revolta social

Quinta-feira, 24 de outubro de 2019

SETE DIAS EM CHAMAS!

Força impressionante da Revolta, completa-se uma semana de sonho. Há cansaço, dormimos muito pouco por causa da mistura de preocupação e ansiedade. Mas não há dúvida de que ainda temos muita força para seguir lutando.

Outro dia de protestos em que a massividade foi a tônica, continuam os focos de confrontos entre rebeldes e policiais e milicos. Anarquistas e antifascistas em alerta para publicações de membros de grupos ultra-direitistas que pedem mobilização nas ruas.

Distúrbios do lado de fora de uma delegacia de polícia na comuna de Peñalolen, onde moradores dizem que policiais crucificaram detidos nas antenas da cobertura da delegacia. No centro da cidade, encapuzados atacam o metrô Baquedano, um local indicado como um macabro centro de tortura.

Os motoristas da empresa de transporte público “SuBus”, das linhas 200 e 300, paralisam suas funções em solidariedade com um colega baleado em circunstâncias pouco claras.

Caminhoneiros, taxistas, motoristas de ônibus e proprietários de veículos se juntam aos protestos. Exigindo que os preços dos pedágios das estradas diminuam. O chamado é para viajar muito devagar nas rodovias.

O amigo de Bolsonaro e candidato presidencial de extrema-direita [José Antonio] Kast tenta tirar vantagem política de um movimento chamado “coletes amarelos”, um grupo de cidadãos que, cheios de paranoia, cuidam de suas casas e patrulham seus bairros, protegendo-se de inimigos imaginários e saques (nenhum até o momento a uma casa). A verdade é que são pessoas funcionais do sistema que protegem “seus” supermercados e criticam o uso da violência. O fascista Kast convoca uma marcha para o domingo.

Partidos políticos e parlamentares “blindam” o presidente do Chile ante as demandas do povo por sua cabeça, desviam a raiva contra o psicopata ministro do Interior Andrés Chadwick Piñera (primo do presidente) culpando-o pelos assassinatos e exigindo sua renúncia.

No congresso, aprovam a ideia de legislar para diminuir às 40 horas de trabalho semanal. Há uma semana, essa ideia foi muito resistida pelo governo, pela direita e pelos empresários.

Nos bairros, os moradores se reconhecem novamente, têm tempo para brincar com as crianças e compartilhar um com o outro. Conselhos e assembléias abertas são criados para discutir o futuro da rebelião, conversar sobre seus desejos e se auto-organizar de forma autônoma.

Sorrisos e amor se formam entre os rebeldes, gestos de solidariedade, como a estrada bloqueada em algum lugar do México.

A maior marcha da história é chamada para esta sexta-feira, dia 25, às 17 horas, na Praça Itália (centro de Santiago).

Seguimos irredutíveis!

As ruas são nossas!

N.T.

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agência de notícias anarquistas-ana

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