Do território dominado pelo Estado do $hile:
UM CHAMADO À SOLIDARIEDADE ANARQUISTA INTERNACIONAL COM A INSURREIÇÃO: REVOLTA E AÇÃO DIRETA DIANTE À NOVA INVESTIDA DO ASSASSINO ESTADO MILITAR DO $HILE
Na sexta-feira 18 de outubro do presente ano, presenciamos e somos parte de como por meio da ação direta e da sabotagem aos distintos padrões do capitalismo moderno, os cânones da normalidade foram ultrapassados pela ação insurreta; uma normalidade imposta desde séculos neste território e consolidada por uma ditadura civil e militar que implanta o brutal modelo neoliberal vigente.
O estalar da revolta se desenvolveu em toda a extensão da capital exibindo ações de sabotagem às estações de metrô de Santiago, ao edifício da ENEL (empresa multinacional italiana “distribuidora” de luz), aos ônibus da linha “Red” (Transantiago), redes de bancos, cafeterias e restaurantes de comida rápida, concessionárias de carros, supermercado e farmácias, cada símbolo do Capital foi atacado.
O transbordar do descontentamento de milhares de hordas e individualidades que sem líderes nem dirigentes, superou a cidade com uma extensão da batalha contra xs eternxs protetorxs da propriedade privada e da paz social dxs poderosxs foram parte de uma extensa jornada de protesto e rebeldia que culminou com o fascista presidente de direita Sebastián Piñera, decretando Estado de Emergência e colocando a cargo das tropas dos assassinxs militares o nojento general Javier Iturriaga.
O avanço dos dias seguintes não foi diferente, continuaram as ações de sabotagem acompanhadas de multitudinárias expropriações massivas aos grandes centros comerciais, o ataque a edifícios governamentais e os incessantes enfrentamentos contra a polícia, argumentos perfeitos para impor o Toque de Recolher em quase todo o território e com isso dando completa liberdade e legitimidade à atuação das polícias e forças militares que tem assassinado e torturado historicamente em nome da autoridade.
Reconhecemos que o acontecimento atual é surpreendente e incalculável, mas também entendemos que provém de uma trajetória de resistência e luta antagônica, em oposição à ordem imperante, e que foi se transformando e adquirindo um caráter distinto com o passar dos anos. Neste longo caminho, as ideias e prática anárquicas no transcurso destas últimas décadas constituíram um caminho importante dentro da confrontação multiforme contra o poder. Compreendemos que as incessantes ações de sabotagem e ataques diretos aos órgãos deste sistema devastador e assassino têm contribuído na identificação dos objetivos e símbolos do Capital na ação direta desatada nas ruas. O enfrentamento contra as forças da ordem são parte do cotidiano desde umas décadas, por uma parte da luta nas ruas quando por instantes um grupo de sujeitxs realizam barricadas decidixs e em busca de um ataque às forças policiais, o que se tem manifestados há anos de maneira reiterada nas saídas universitárias [momentos em que pessoas, em sua maioria estudantes, saem dos centros universitários para realizar vinganças contra o Capital e entrar em confronto com a polícia], para estes últimos anos ser protagonizadas fora das escolas por estudantes secundaristas. Por outra parte, ataque mais planejados e o envio de artefatos explosivos à representantes da lei e a quem a faz cumprir para manter a ordem burguesa, tem sido parte de um avanço de ataques dirigidos aos eternxs inimigxs e perseguidorxs da liberdade. A atuação autônoma e antiautoritária se torna implacável diante da nova onda de repressão estatal que busca identificar “líderes” responsáveis detrás de todas estas ações supostamente dirigidas, quando não são mais que consequência da proliferação do caos desatado pela recuperação da direção de nossas vidas.
Criminalizar a ação violenta é uma tática que o poder sempre utilizou na sua tentativa de pacificar a raiva e arrancar a periculosidade. Nestes últimos dias temos evidenciado o incremento na busca de dissuadir e isolar a quem se atreve e atua transgredindo a ordem atual. Isso o fazem mediante as reiteradas declarações emitidas pelas diferentes autoridades e o respaldo que cotidianamente dão e seguirão dando os meios hegemônicos de comunicação burguesa na tentativa por controlar xs rebeldes, buscando a calma, jogando umas migalhas.
Ao longo desta semana as diferentes autoridades do governo, desde o asqueroso ministro do Interior e Segurança Pública Andrés Chadwick Piñera (primo-irmão do presidente), o Subsecretário do Interior Gabriel Ubilla Mackenney, junto a outras autoridades governamentais e militares têm apontado e acusado aos distintos setores do entorno anárquico das distintas ações diretas ocorridas desde que o descontentamento subversivo se propagou pelas ruas.
Reconhecemos a histórica perseguição política que existiu a quem se posiciona contra todo tipo de autoridade e reconhecemos as consequências de nossas ideias e práticas. Não nos parece casualidade que o mesmo Fiscal Regional Metropolitano Sul, Héctor Barros, encarregado atual da investigação do envio de pacotes explosivos à 54ª Delegacia de Carabineros do Chile na comuna de Huechuraba e o ex-Ministro do Interior Rodrigo Hinzpeter em seu escritório em Quiñenco, Las Condes, estejam liderando também a investigação dos incêndios provocados nas estações do metrô de Santiago, querendo incansavelmente atribuí-los a uma organização “dirigida” por grupos e individualidades anarquistas.
Agora mais que nunca nos mantemos firmes e inflexíveis enfrentando o poder, assumindo as consequências de nosso caminhar eternamente de pé contra toda forma de autoridade, propagando o caos e o chamado à guerra social. Um chamado a que a agitação e a ação direta transborde o cerco midiático e as falsas fronteiras impostas pelo Estado e pelo Capital.
UM CHAMADO À SOLIDARIEDADE ATIVA, CÚMPLICE E MULTIFORME COM A INSURREIÇÃO NO TERRITÓRIO QUE CHAMAM DE $HILE!
GUERRA SOCIAL-ANTISSOCIAL CONTRA O ESTADO E O CAPITAL!
CONTRA TODA AUTORIDADE E PELA LIBERTAÇÃO TOTAL… PROCUREMOS QUE VIVA A ANARQUIA!
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