[Chile] “Não esqueçam Roberto, poderia ter sido qualquer um de nós”

COMUNICADO DO PARCEIRO DE ROBERTO CAMPOS, COMPANHEIRO QUE ARRISCA 15 ANOS DE PRISÃO POR MANIFESTAR-SE NO METRÔ.

Roberto Adrián Campos Weiss é meu companheiro, e está sendo objeto de uma injustiça por parte do Estado do Chile pelos fatos ocorridos em 17 de outubro na estação de metrô San Joaquín, em Santiago, e que é a expressão de descontentamento social generalizado.

Roberto, junto a todas as pessoas que estavam nesses primeiros eventos, são o reflexo do descontentamento que atualmente é gritado pela sociedade no Chile.

Roberto é um profissional egresso da Universidade Católica, é matemático e não tem antecedentes penais.

O dia de sua detenção, terça-feira, 29 de outubro, não ofereceu resistência e foi transparente em todo o processo, não negando os fatos registrados nos vídeos que circulavam em redes sociais e na câmera de segurança do metrô, a PDI (Polícia de Investigações do Chile) o levou. Algumas horas depois alguns diários deram a notícia colocando o nome completo de Roberto, sem respeitar seus dados pessoais e ainda quando a audiência se realizaria na tarde do dia seguinte.

Na quarta-feira se realiza a audiência em que o Ministério do Interior, Metrô e Ministério Público pedem para Roberto prisão preventiva de 90 dias para a investigação por um delito que não merecia a aplicação da Lei de Segurança do Estado, que o põe em risco de passar no mínimo de 3 anos e 1 dia ou mais. Depois da audiência alguns meios de comunicação perseguiram a mãe de Roberto, ocasionando-lhe um colapso nervoso. Com o caso de Roberto o Estado quer mandar um sinal para amedrontar as mobilizações sociais, sendo vítima e detido político.

Um professor de matemática que participa no estrago de catracas e validadores (de bilhete) como parte dos protestos sociais tem prisão preventiva enquanto que nenhum crime ligado a assassinatos, violações, privação da liberdade física, torturas ou mutilações, como as que foram executadas em grande escala pelas Forças Especiais nos últimos dias, foi julgado.

O governo tem Roberto como troféu e desejam fazer um castigo exemplar com ele, querem arruinar-lhe a vida para que as pessoas pensem duas vezes antes de unir-se ao protesto e a desobediência civil. Não esqueçam Roberto, poderia ter sido qualquer um de nós, o estado quer só amedrontar e assustar a população. Roberto além de ser animalista e defensor da educação laica e pública, é um professor de matemática brilhante.

Armando Arjón

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

De que árvore florida
chega? Não sei.
Mas é seu perfume…

 Matsuo Bashô