
A paz social no Chile é agora uma coisa do passado. E a tolerância e consenso com o Estado e a barbárie capitalista também pertencem ao passado: a submissão à versão moderna da ditadura de Pinochet, representada pelo governo Piñera. O Chile está a arder com a chama proletária insurrecional dxs oprimidxs.
Tudo começou em 19 de outubro, quando um protesto estudantil contra o aumento dos preços de passagens de transporte público foi recebido com uma repressão violenta das forças policiais. A partir de então, tudo seguiu o seu curso. Dia após dia, milhões de revoltosxs inundam as ruas, atacam as forças policiais, queimam e saqueiam os símbolos de riqueza e poder. Estão a queimar o seu passado, marchando nos horizontes revoltosos de amanhã. 11 anos após a revolta nos territórios gregos, essxs rebeldes recordam-nos do que mais gostamos: a recusa em voltar à normalidade.
Insurreição não é já uma palavra morta. É, sim, o último suspiro da ordem e segurança numa sociedade que tem sufocado com a miséria e a barbárie do capitalismo. O resultado do persistente labor de todxs aquelxs que têm actuado de forma tão consistente e teimosa, questionando e desestabilizando o consenso social do regime. Contra o primeiro recuo do regime que se apressou em negociar, propondo novas medidas mais favoráveis, os rebeldes respondem sem arrependimento: amanhã começa um novo dia de guerra de classes. Vamos tomar tudo!
A revolta chilena, anos após a ditadura de Pinochet, experimentou uma onda de repressão sem precedentes. O estado de emergência foi declarado em todo o país, com o exército a coordenar a execução da ordem ao mesmo tempo que xs revoltosxs denunciam dezenas de assassinatos pelo Estado e suas forças repressivas – enquanto são já tornadas públicas 7.000 detenções. Existem inúmeras acusações de tortura por parte de pessoas que foram presas, principalmente violações e agressões sexuais. Por outro lado, existem centenas de feridxs, aumentando dia a dia nos distúrbios e confronto. Mas, dia após dia, xs rebeldes estão a recuperar o espaço e tempo que lhes foram roubados diariamente até hoje.
O Chile é outra chama mais no mosaico internacional dos acontecimentos insurrecionais a ocorrer em diferentes partes do planeta. Não se tratam de eventos individuais. O mundo é incendiado pelas nossas faíscas. Desde o Chile, do Equador, contra medidas de austeridade do FMI, até ao Iraque, Líbano, Hong Kong, passando pela resistência curda e pela experiência revolucionária da confederação democrática, xs oprimidxs estão à procura da gota de água que fará transbordar o vaso. Vamos então dar o próximo passo de forma coletiva, passando das revoltas regionais à revolução social e de classe global. Assumimos a responsabilidade pelo ataque incendiário a um veículo diplomático, na rua Makrigianni, em Tessalônica, na manhã de quinta-feira, 31 de outubro, no âmbito da chamada de solidariedade para com xs rebeldes chilenxs,.de três dias, em todo o país. Enviamos a nossa mais ardente solidariedade às consciências rebeldes do Chile e de toda a parte do planeta.
Os nossos dias já chegaram…
Incendiários da era chilena
Fonte: https://athens.indymedia.org/post/1600799/
Tradução > E.C.
agência de notícias anarquistas-ana
no mesmo banco
dois velhos silenciam
no parque deserto
Carol Lebel
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!
Não entendi uma coisa: hoje ele tá preso?