O movimento anarquista no Líbano tem sido ativo na insurreição revolucionária em curso contra o Estado libanês e suas políticas econômicas capitalistas. Entrevistamos Kafeh, que fala sobre os protestos e a organização anarquista no Líbano.
Com tantas revoltas ocorrendo ao redor do mundo, quais são algumas das características únicas da revolta no Líbano?
A revolta do Líbano é única por ser uma revolução não apenas contra um sistema ou um símbolo… mas contra vários. Sabendo que o Líbano tem 18 seitas, e cada seita tem seus chefes e líderes. Portanto, esta revolta representa o povo unido contra os chefes que não nos deram nada além de guerra, conflitos, pobreza e corrupção. Embora ela tenha algumas semelhanças com as revoltas de outros países, relativo à opressão e às demandas.
Quais são as questões que mais preocupam as pessoas e qual foi o ponto de virada que levou a um movimento revolucionário tão difundido no Líbano?
A ideia principal é que há uma oligarquia governando o país por quase 40 anos e esse regime se recusa a desistir. Vimos até pais dando posições e poderes para seus filhos e netos para seguir seus modos corruptos de governar. E como resultado disso tudo, as pessoas que estão sofrendo com a pobreza, a insegurança, a crise econômica e social não encontraram outra solução senão revoltar-se e derrubar esse regime.
Quais são alguns dos fatores históricos que têm criado as condições para uma insurreição revolucionária no Líbano?
O cartel interminável de governantes e suas famílias que têm raízes profundas na história do Líbano por serem famílias de governantes regionais além das religiões e seitas.
Como anarquista, quais são alguns dos seus objetivos para o seu envolvimento nos protestos?
A derrubada do regime é um grande primeiro passo, assim como a acusação e punição dos corruptos e a abolição das leis sectárias.
Quais são alguns dos slogans anarquistas e revolucionários que vocês têm cantado nos protestos ou pintado nos grafites?
Todos eles são em árabe… mas seriam traduzidos como:
● O povo quer a queda do regime
● Quando o povo fica com fome, ele come seus governantes
● Nossa guerra é uma guerra de classes
● Abaixo o domínio das forças armadas
● Nós somos o pesadelo iminente
E claro, o símbolo anarquista nas paredes, bancos e prédios do governo.
Que preparativos a longo prazo os anarquistas podem fazer para defender os ganhos realizados na insurreição revolucionária?
Divulgar a filosofia anarquista entre o povo e mostrar a eles como eles podem viver perfeitamente sem ninguém governando sobre eles.
Quais movimentos ou figuras revolucionárias atuais ou históricas você acha mais inspirador para seu grupo?
A revolução catalã, Rojava e Mikhael Bakunin.
Fora do movimento de protesto, qual outra atividade seu grupo tem estado envolvido?
Encontros, debates públicos, plataformas de mídia social, pesquisa e educação.
Que tipo de ação você recomendaria que os anarquistas de outras partes do mundo adotassem para mostrar solidariedade com os revolucionários no Líbano?
Para ser honesto, um pouco de financiamento seria ótimo.
Qual é a posição de vocês como anarquistas no Oriente Médio sobre o suposto “Plano de paz” do Trump para a região.
Demonstramos solidariedade com todos os indivíduos e grupos oprimidos. Portanto, o povo da Palestina deve ser libertado da opressão de Israel.
Fonte: https://www.amwenglish.com/articles/interview-with-kafeh-anarchist-movement-in-lebanon/
Tradução > Brulego
agência de notícias anarquistas-ana
De manhã, a brisa
encrespa o igarapé
e penteia as águas.
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!