Noj Giter-Granatsztajn (conhecido como Sznajder, ou Noj Noj Lodzer) nasceu em 1886 na cidade polonesa central de Belchatów. Filho de um alfaiate judeu pobre, desde jovem se envolveu em sindicatos trabalhistas e foi uma presença revolucionária na região ocupada pela Rússia.
É provável que o pai de Noj tenha morrido enquanto ele era jovem, deixando-o para ser aprendiz numa alfaiataria onde, aos 14 anos, passou por uma depressão extrema, chegando a considerar suicídio. No entanto, um ano depois, ele e sua irmã se mudaram para Łódź, onde, em meio ao que mais tarde descreveria como os grandes complexos industriais infernais da cidade, ele conheceu ativistas do movimento underground de trabalhadores local.
Sofrendo de injustiças, envolveu-se na luta e juntou-se ao Bund, onde recebeu o apelido de “O Alfaiate”. Ele rapidamente se revelou um ativista eficaz, e no início de 1903 foi enviado a Varsóvia para ajudar na organização dos grevistas.
Na capital do Reino da Polônia operou sob o pseudônimo Noj Lodzer (Noj Łodziak), mas um ano após a sua chegada foi preso e, apesar de ser menor de idade, esteve preso durante nove meses no 10º Pavilhão da Cidadela de Varsóvia. Pouco após sair da prisão, ele foi detido novamente e ficou preso por mais dois meses.
Após a sua libertação, foi reinstalado numa aldeia da província de Radom, como penalidade pelas suas ações políticas. Apesar disso, ele escapou de volta para Łódź e começou a agir no movimento socialista. Ele participou das lutas de rua durante a Insurreição Łódź, mas após a supressão pelas autoridades czaristas, foi obrigado a fugir para Częstochowa e de lá para Paris.
Em Paris, Noj entrou em contato com seus amigos, Maks Granatsztajn e Jakub Markiewicz. Eles o ajudaram a encontrar um lugar para morar e mostraram a cidade. Noj passou seis meses exilado em Paris, durante os quais encontrou e se juntou mais à ideologia anarquista. De volta à Polônia, juntou-se ao Grupo Anarquista-Comunista Łódź. No entanto, isto não durou muito, porque em 12 de fevereiro de 1906 ele foi preso junto a outros cinco companheiros. Eles foram presos na ul. Długa (atualmente o Museu das Tradições da Independência em Łódź), onde, na época, o gerente era Aleksander Modzelewski, conhecido pela sua desumanidade. Um dos métodos usados por Modzelewski foi colocar condenados políticos e criminosos em uma cela, entre os quais ocorria atos violentos na maioria das vezes.
Em 22 de novembro, um tribunal de guerra no distrito de Varsóvia condenou Noja a 10 anos de trabalho árduo “por pertencer ao grupo Łódź de anarquista-comunista”. Foi preso na prisão de Tobolsk, da qual, tentou escapar sem êxito, e passou os quatro anos seguintes encarcerado. Em 1910, foi transferido para uma prisão em Akatui onde foi obrigado a trabalhar, juntamente dos outros companheiros anarquistas, nas minas de prata e chumbo. Mais tarde ele foi transferido para Algaczy, onde ficou até o fim do seu encarceramento. Em 1915, foi enviado para a cidade siberiana de Czyta, onde trabalhou como alfaiate.
Nos primeiros anos, após a Revolução de Outubro, foi membro ativo do movimento anarquista e participou na guerra civil, mudando-se para Moscou na década de 1920, onde foi um dos primeiros membros (número 47) da Associação de Antigos Trabalhadores Políticos e Exilados. Na revista publicada pela associação, Каторга и ссылка (Katorga e deportação), publicou um livro de memórias em três partes sobre os acontecimentos do séc. XIX na Polônia e a sua vindoura deportação.
Naquela época, a Associação estava cada vez mais sujeita à limpeza política pelas autoridades Bolcheviques. Muitas pessoas que tinham sido anteriormente associadas ao movimento anarquista foram expulsas ou forçadas a sair. Noj recusou-se a ir e permaneceu na cidade, mas em 1935 a Associação foi extinta. O único fato da vida de Granatsztajn, mais tarde conhecido, é a sua morte. Como parte da expulsão em massa, ele foi preso em 8 de março de 1938 e acusado pela NKVD de participar de uma organização contrarrevolucionária. No dia 4 de junho do mesmo ano, ele estava no campo de treinamento de Butowo.
>> Imagem: Membros do Grupo Anarquista-Comunista Łódź (Łódź Anarchist-Communist Group)
Isto é apenas um esboço da vida de Granatsztajn. Uma biografia em polonês está disponível aqui:
https://www.odk.pl/barykady-i-katorga-wspomnienia-anarchisty,26558.html?
Fonte: https://freedomnews.org.uk/noj-giter-granatsztajn-belchatows-anarchist-tailor/
Tradução > L. Insuela
agência de notícias anarquistas-ana
Um sol transparente
e um mar azulão
brilhando na areia quente
Winston
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!