Enquanto o povo grego está sob quarentena devido à pandemia do coronavírus, as autoridades gregas continuam sua agenda contra os movimentos sociais no país. O Estado encontrou o momento perfeito para conduzir seu novo ataque contra a fábrica autogestionada Vio.Me. em Tessalônica: no início da manhã desta segunda-feira, dia 30/03, acompanhados por dois esquadrões da tropa de choque, empregados da empresa elétrica estatal cortaram a energia da fábrica.
A fábrica Vio.Me. é operada diretamente pelos trabalhadores desde 2013 e, desde o começo, orientou-se para a produção ecológica de sabões e detergentes ao preço mais barato possível, de modo a demonstrar sua solidariedade à sociedade grega em crise. Como um dos mais brilhantes exemplos contemporâneos de democracia econômica direta, a fábrica é atacada por todos os governos (incluindo o partido esquerdista Syriza, que governou a Grécia de 2015 até 2019), mas tem persistido devido ao forte apoio popular de que desfruta.
Agora o governo de direita do partido Nova Democracia encontrou o cenário perfeito para agir, já que todo cidadão grego está preso sob isolamento, o que exige que alguns documentos sejam preenchidos antes que alguém possa sair de casa, ou arriscar uma multa.
Já temos diversos casos dessa estratégia suja. Em 15 de março, apenas dois dias depois que o isolamento foi introduzido, forças policiais despejaram refugiados que estavam abrigados na histórica Universidade Politécnica no coração do bairro rebelde de Exarchia. Alguns dias depois, em 19 de março, as autoridades prenderam 11 refugiados políticos da ala esquerdista de curdos e turcos.
Isso tudo mostra que o Estado vai aproveitar a oportunidade dada pela pandemia, não para ajudar milhares de pessoas doentes, mas para avançar a militarização das cidades gregas e lidar com as lutas sociais que estão paralisadas pelo isolamento. Agora é o momento para mostrar nossa solidariedade e ser crítico sobre os excessos do governo.
Yavor Tarinski
Tradução > Brulego
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!