Greve de fome na prisão de Moria
Dia 5 de abril, os prisioneiros do centro de detenção de migrantes de Moria entraram em greve de fome, para exigir a sua libertação imediata.
Os policias na prisão responderam com ridicularização, intimidação e violência: fazendo troça dos grevistas, rusgas, levando pessoas para interrogatório e batendo numa delas. Quatro detidos fecharam as suas bocas com costura em protesto. Um médico foi chamado para vir e remover a costura à força.
Esta é agora a segunda greve de fome dentro de poucos dias em centros de detenção de migrantes na Grécia. Já no dia 3 de abril, os detidos no campo de detenção de Paranesti, em Drama, entraram em greve de fome depois de lhes terem sido servidos alimentos não comestíveis. Um detido relatou: “70 agentes da polícia de choque entraram no campo ontem à noite e bateram em toda gente com bastões”.
Nestes dias, governos de todo o mundo têm libertado pessoas com sentenças curtas, enquanto que o Estado grego continua a insistir que nenhum migrante detido será libertado.
Os homens aqui na prisão estão sob detenção administrativa e não cometeram nenhum crime. Eles estão detidos apenas por causa do seu status. Alguns devido à sua nacionalidade, outros porque o seu pedido de asilo foi rejeitado, outros porque tentaram sair das ilhas, outros até porque se inscreveram para o suposto “regresso voluntário”. Muitos dos que têm pedidos rejeitados nem sequer tiveram a oportunidade de solicitar asilo, devido às recentes mudanças legais que discriminam pessoas que não falam a língua colonialista do país de onde fugiram.
Aguardam a deportação para a Turquia, apesar de não haver deportações programadas para um futuro próximo.
A situação dentro da prisão atingiu um ponto de crise após a implementação das novas leis de asilo do partido Nova Democracia. As autoridades aumentaram os seus esforços para rejeitar pedidos e realizar deportações. Pessoas foram deportadas apesar de terem casos de asilo em curso. Foram deportados sem nunca terem posto um pé livre na Grécia.
Aqueles que estão agora na prisão não têm esperança. Em 6 de janeiro, um homem de 31 anos foi encontrado enforcado na sua cela depois de ser colocado em confinamento solitário, numa cela isolada. Várias tentativas de suicídio se seguiram após isto. Num caso, um homem tentou suicidar-se e foi deportado no dia seguinte. A violência policial e o assédio continuam, e em mais do que um caso precedeu e seguiu tentativas de suicídio por parte dos presos.
Em solidariedade com os grevistas de fome!
Libertem todos os prisioneiros em Moria!
Fechem a prisão e todo o campo!
Fechem todos os centros de detenção!
Cozinha Sem Fronteira Lesbos
Tradução > Ananás
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!