Último dia em Milão: uma tentativa de conhecer o famoso Estádio San Siro, amizades belgas, jogos de carteado romenos e o reencontro com um lituano muito especial.
Dia 3 – San Siro, belgas e carteado romeno
Acordei com algum barulho promovido por Ivana por volta de 9h. Ela estava para sair, me disse que ia ao hospital tentar “resgatar” o tunisiano que não havia comparecido ao julgamento. Por resgatar, entenda, escapar com ele do hospital mesmo. Perguntei se tinha notícia dos outros e ela me disse que nada ainda. Disse também que voltaria bem tarde, e eu respondi que então não nos veríamos mais, porque eu teria de ir por volta de 22h pro aeroporto em Bergamo. Ela me deu um abraço sincero assim como o sorriso, e trocamos emails. Voltei a dormir.
Acordei por volta de 14h e fui tomar banho. Logo depois encontrei duas pessoas novas sentadas na mesa do quintal. Me apresentei e conversamos um pouco. Boris, um ruivo de dreadlocks, e Amandine, loira, ambos belgas que tinham vindo de Bruxelas de carona, passando por Oviedo, na Espanha. Amandine era formada em comunicação, Boris estudava “o meio ambiente”. Estavam indo pro encontro anarquista em St. Imier[1], na Suíça, aproveitando pra passar por lugares interessantes. O Villa Vegan era um deles.
Amandine se interessou pela horta e se foi com Walter. Eu e Boris conversamos sobre várias coisas, de música a futebol, passando por viajar pedindo carona. Ele me disse que na Europa há um grupo/movimento que viaja a pé, com o objetivo de usar no máximo 1 euro por dia. No dia anterior, Solange me disse que tinha uma filha, de 22 anos, que estava em Praga. Tinha ido com o motorhome e o cachorro. Fiquei pensando em como seria legal poder fazer isso com a Preta e o Lumpen[2]. Com certeza voltarei pro Brasil com essas idéias.
Disse a eles que iria me arrumar e fazer o único rolê turístico que me interessava de verdade em Milão: conhecer o San Siro[3]. Eles foram cozinhar. Logo depois de arrumar a mala, voltei à cozinha e fui convidado a comer com eles, Walter e mais um habitante do squat que eu não sei o nome. Conversamos sobre a Colônia Cecília[4], que eles não conheciam muito (assim como Ivana e Solange no dia anterior). Me despedi e fui embora para o metrô, pegar a linha amarela até Duomo e de lá trocar pra vermelha até Lotto, na região do estádio.
Usei o bilhete que Ivana me emprestou e não paguei a viagem. Chegando em Lotto, escolhi randomicamente uma saída e perguntei numa banca de souvenirs pelo San Siro. O cara da banca nem me esperou terminar de falar, só apontou a direção do estádio.
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!