Dia 42 – Da sensação de estar em casa
O ônibus pra Bristol partiria 11h e a gente tinha que arrumar as malas e desmontar toda a barraca. Paulo Júnior foi quem teve forças primeiro pra levantar e começar. Quando 10h45, ainda estávamos começando a desmontar a estrutura toda. Mais fácil do que montar, terminanos 11h em ponto, hora em que Clasher finalmente acordou. Wilf já estava puto e acelerou ele um monte pra sair da barraca, guardar tudo, etc. No final, o ônibus saiu cerca de 11h30 e ainda parou pra pegar os lituanos.
Acordamos com chuva, muita chuva no camping. No meu caso, chuva e dor no tornozelo esquerdo, dos nove jogos e meio em três dias (contabilizando cerca de 360 minutos, ou 6 horas, de futebol jogado). Não me lembro como, mas antes de dormir roubei o colchonete que o Piva tinha arranjado. Ainda deixei a barraca dele aberta, hahaha. Ele ficou me chamando de vingativo de zoeira o dia inteiro, mas eu não lembro mesmo como fiz isso. A tequila tem poderes.
>> Para ler o texto na íntegra, clique aqui:
Dia 41 – Final de Copa é final de Copa
Em todos os dias, numa barraca próxima, algum ser vivo – estimo que seja metade humano somente – roncava de maneira indescritível. Nessa manhã de fase final de Mundial, Paulo Júnior definiu bem o que parecia: garganta de braguilha, já que o ronco parecia um zíper abrindo e fechando. Por 7 segundos, ou mais. No caminho do café, encontramos com dois Vovans, torcedores, VOLTANDO da balada, haha. Alguém nos contou que de noite eles tentaram conversar com as vacas – isso depois do Za ter bebido diesel na primeira noite e do Regi ter vomitado entre os dois campos e outros Vovans terem pego pedaços de madeira e ENQUADRADO o vômito. Além de terem tentado ligar um trator em uma das madrugadas. Porra, quem não quer jogar num time com uma torcida dessa?
Eu queria, e mesmo com uma bola no calcanhar crescendo a cada dia, tomei café, meti gelo e fui pra porrada. Me troquei junto com o adversário, o Kilchoan, e fui escalado ao lado do Paulo Júnior como centre midfielder. O jogo seria duro, mas o Vova estava com o brilho no olhar (aliás, Valdívia jogou metade desse jogo depois que um dos atacantes se machucou) e caímos, Paulo e eu, como uma luva no time: zaga firme e sem erros, laterais que defendem bem e apoiam o suficiente, dois meias muito rápidos e habilidosos – o canhoto, Luka, um monstro, jogaria por um Atlético-GO da vida -, um falso ponta-esquerda que chegava bem na frente e um centroavante, Roman[1], rápido, brigador e com nome de gênio, hehe. Contra o Kilchoan, jogo perfeito pras nossas limitações, sem erros atrás, Oleg pegando tudo que por ventura passava, com chances não aproveitadas na frente, a ponto de tirar o camisa 9 deles, tão simpático no vestiário, do sério: deixou pé, deixou braço e acabou por machucar um cara do próprio time.
>> Para ler o texto na íntegra, clique aqui:
Dia 40 – Da beleza de se classificar no último segundo
Dessa vez fui mais esperto ao sair do camping: já levei toalha e roupa, e o troféu, mas esqueci a cola que a Harry tinha comprado pra mim junto com a escova de dente – uma fofa ela. Fomos tomar café e nos preparar pro nosso jogo, que era o segundo do dia, contra o Kolektivo Hebton Bridge (junção de dois times, Kolektivo Victoria e Hebton Bridge), e podia encaminhar bem a nossa classificação. Como havia três times a menos no campeonato, a tabela foi refeita pra esse dia, e cada jogo teria dois tempos de 25 minutos ao invés de 20.
>> Para ler o texto na íntegra, clique aqui:
Conteúdo relacionado:
agência de notícias anarquistas-ana
raios!
alguém rasgou
o terno azul da tarde
Alonso Alvarez
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!