O 25 de maio é a data na qual se festeja um novo aniversário, um ano mais de luta da Federação Obreira Regional Argentina.
Um feriado onde os trabalhadores, faz 119 anos, aproveitaram para fundar a primeira organização obreira da região argentina. Desde um primeiro momento a F.O.R.A. soube organizar o movimento obreiro da região Argentina, e lutar pelas melhoras laborais, como pela construção ideológica daqueles que se filiavam.
A perseguição à federação se fez ver em todas as suas formas, repressão, deportação, encarceramento, tortura, assassinatos, e inclusive um golpe militar que entre todas as suas intenções se encontrava a de desarmar o movimento obreiro organizado com uma finalidade ideológica. Nada mais perigoso que um movimento consciente e decidido a não retroceder.
Hoje, por esta situação pela qual está passando nosso país e o mundo, da pandemia do COVID-19, nos vemos impossibilitados de realizar os festejos desta data com normalidade. Mas cremos que este dia comemorativo fica pequeno frente ao contexto que estamos sofrendo como classe, em uma situação de claro retrocesso em nossos direitos e uma crise que cada dia vai se tornando mais visível.
Frente a esta realidade que parece incontrolável, as patronais, tanto do setor público como do privado, tentam novamente depositar todas as perdas em nossos ombros. O corte dos salários, as demissões e suspensões (ainda para as indústrias consideradas “essenciais”), a flexibilização dos contratos de trabalho, como a eliminação dos prêmios e bônus. Desta forma se assegura que seus lucros não sejam afetados, sem ter nenhum cuidado pelos que trabalham, já que o capital, o lucro, é mais importante que a vida dos trabalhadores.
Agora, o que acontece com aqueles que se supõe que deveriam nos defender? Aqueles que se proclamam como os líderes dos trabalhadores? Deram as costas novamente.
Negociaram a forma pela qual os grandes setores empresariais sejam afetados o mínimo, sendo cúmplices diretos, do avanço sobre nós. Negociaram o retrocesso antes mencionado, e nem se preocuparam por gerar nem um mínimo de resistência, mostrando novamente a quem respondem na verdade, e claro está, não a seus filiados.
As cúpulas dos sindicatos burocratas, com ares mais de empresários que de proletários, se dedicaram a negociar com olhos nos bolsos dos patrões mais do que no de quem, se supõe, tem que defender. Deixando os trabalhadores sem nada frente a esta crise que nos golpeia.
O Conselho Federal, se vê na necessidade de denunciar estes ataques sobre nossa classe. Denunciar a grande burocracia sindical, que tanto nos traiu e segue nos traindo, e acima de tudo, fazer um chamado aos trabalhadores, a levantarem-se contra este ato tão sinistro, organizarem-se com os companheiros de trabalho para não deixar que avancem mais sobre nossos direitos e nossa vida. Pôr um fim desde a ação, às migalhas que pretendem nos dar os traidores burocratas, no total matrimônio com as patronais. Já que, se algo nos deixou claro esta pandemia, é que sem nós o mundo não gira, então, por que temos que ser nós os que mais sofremos com a crise?
Buenos Aires, 25 de maio de 2020
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
a folha tomba
no meu ombro
outono
Alexandre Brito
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!