Fabio Amandola do Laboratório Anárquico Perla Nera partiu, deixando um enorme vazio no seu interior.
Fabio tinha 39 anos e um lindo filhinho, Enea, que infelizmente ele não vai ver crescer. Durante muito tempo ele sofreu de uma doença rara, a doença de Werlhof, mas isso nunca o impediu de viver sua vida de forma ativa. Infelizmente, enquanto trabalhava na Islândia, após uma queda a situação piorou e se tornou uma condição irremediável.
Fabio começou a sair com anarquistas quando era pouco mais que uma criança, com outros jovens de sua idade, veio para o Forte Guercio, ocupação histórica anarquista de Alexandria, naquela época adorava principalmente música punk e, não sei se ele queria, se era por diversão ou por escolha, o fato é que seus amigos começaram a chamá-lo de Sid, como o cantor baixista dos Sex Pistols: esse nome permaneceu preso a ele a vida toda – para nós, na verdade, ele sempre foi apenas Sid.
Ele foi desde o início uma presença ativa no sentido militante mas também no campo criativo: já em seus primeiros anos no Forte de Guercio Ocupado ele se destacou como escritor e ainda me lembro dele andando com uma mochila guarnecida não só pelas inevitáveis cervejas, mas também por inúmeras latas de spray de várias cores – por causa dessa paixão por muitos de nossos banners e também por muitos de nossos cartazes, especialmente os da Perla Nera.
Ele sempre foi muito ativo em todas as nossas aventuras que empreendemos ao longo dos anos como anarquistas. Ele tinha uma incrível habilidade técnica manual, ele consertava e restaurava tudo, desde o gerador que nem mesmo mecânicos profissionais podiam fazer funcionar, até o sistema elétrico, ele também era o mixer da maioria dos nossos shows – não é coincidência que o nosso festival nacional de Canção Anarquista tenha sido fortemente desejado por ele.
Ele era incansável, fazia jardinagem e alvenaria, trabalhava ferro e outras coisas, extremamente inteligente, sabia apreciar algumas noções e depois as colocava facilmente em prática de uma forma completamente autodidata. Ativo nas ocupações das casas e centros sociais, sempre presente nas praças, com ele compartilhamos não só momentos de tensão e encontros íntimos com os bastões dos policiais, mas também e sobretudo uma infinidade de momentos inesquecíveis e lúdicos.
Ele foi um companheiro ativo na luta, nunca se afastou, presente nos anos também entre os squats em Marselha, nas lutas em Turim e em Val Susa, com ele compartilhamos ações diretas, denúncias e manifestações. Os futuros julgamentos repressivos contra o movimento No Terzo Valico (o Tav dell’Alessandrino) o teriam visto entre os réus: em suma, toda a sua vida foi constantemente colorida também por uma bandeira vermelha/preta.
Todos o cumprimentamos com um último grande abraço, CIAO SID: sua assinatura permanecerá impressa e indelével dentro de nós, colorida em uma parede que nenhuma lei ou instituição jamais poderá decidir apagar.
Salvatore Corvaio
Fonte: https://umanitanova.org/?p=12179
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Na cidade, a lua:
a jóia branca que bóia
na lama da rua.
Guilherme de Almeida
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!