Logo nas primeiras horas desta sexta-feira, 24 de julho de 2020, em Santiago do $hile, uma operação policial resulta na detenção de Mónica Caballero e Francisco Solar, acusados de distintas ações com artefatos explosivos.
A operação, levada a cabo conjuntamente por instituições de investigação e repressão do Estado $hileno, contou também com grande cobertura dos meios de comunicação corporativos, que não perdem a oportunidade para criar mais um show midiático.
Tendenciosos e defensores dos interesses da classe dominante utilizam o tempo e o alcance que têm no ar e nas redes para fazer seu próprio julgamento dos fatos. Aproveitam também para atacar a todxs aqueles que se organizam e lutam em diversas localidades do território $hileno.
É mais uma tentativa de vincular ações que confrontam aos poderosos a algo que supostamente coloca em risco a “segurança pública”, quando na verdade é o próprio Estado quem oferece e distribui terror e violência à população.
Perguntem axs amigos e familiares de mortos e desaparecidos da revolta que se espalhou por todo o território desde outubro do ano passado.
Perguntem às centenas de pessoas que perderam um olho por conta das ações imprudentes da polícia reprimindo essas manifestações. Perguntem a Gustavo Gattica que perdeu a visão e Fabiola Campillay que perdeu os dois olhos. Isso sem falar das ações e políticas genocidas do Estado $hileno na sua guerra contra o povo Mapuche.
Mas assim funciona um Estado: matando, desaparecendo, mutilando e violando. E ainda por cima estão as leis e as grades para xs que não se cansam de lutar; montagens judiciais, shows midiáticos e grandes sentenças para servir de exemplo e desencorajar axs que seguimos vivos e fora de suas masmorras.
Neste modo de vida doentio que tentam nos impor não somos nem vítimas nem inocentes, somos os que lutam, sabendo dos riscos e assumindo as consequências.
Axs companheirxs detidxs, nossa força, nosso carinho, nossa cumplicidade. Que possam passar por mais essa situação com a coerência e a dignidade que há tanto tempo os acompanha.
Até que não sobre nenhum muro de nenhuma prisão
Até que não sobre nenhum policial respirando
Saúde e Anarquia
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Pisando folhas secas.
Ryûshi
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!