“Eu, filho deste século hipócrita e canalha renego meu século e saio à batalha”
J.D.G.R
100 anos após o golpe repressivo do Estado do Chile contra os anarquistas e o movimento social conhecido como o “processo dos subversivos”. 100 anos após o ataque e assalto à FECH em Santiago e à FOM em Punta Arenas, ambos golpes repressivos que significaram encarceramento e morte de companheiros e companheiras.
Há 100 anos, seguimos aqui. E atravessamos uma vez mais um processo que compromete a liberdade e o bem-estar de companheires anarquistas. O Estado uma vez mais busca instaurar um inimigo interno que justifique sua nefasta presença e impor seus acordos nacionais, que sabemos, são perpetuar este regime. Anarquistas e mapuches foram os alvos favoritos desta criminalização, mas ambas resistências continuam sua digna luta demonstrando serem inimigos poderosos e implacáveis.
Apesar de conhecer a brutalidade do Estado, da classe dominante e dos grupelhos fascistas, não cairemos no medo imobilizador no qual pretendem nos envolver. Não criminalizaremos nós mesmos nossas ideias, práticas nem vínculos. Não retrocederemos nem nos dividiremos, muito ao contrário, seguiremos aprofundando nossa ação. Não fecharemos a cela por dentro.
Somos e seremos anarquistas e contamos com uma grande variedade de ferramentas disponíveis para a luta segundo as peças do tabuleiro. Não há anarquistas bons e anarquistas maus. Quem luta com sinceridade são nossos companheires, pelo que nossa solidariedade estará aí presente.
Mónica e Francisco não são personagens longínquos nem protagonistas de uma série de ação. São companheires de carne e osso enfrentando o pior do sistema carcerário e são parte da atual revolta e de uma luta antiga e maior que lhes inclui dentro das comunidades e grupos humanos que lutam para liberar-se das opressões e hierarquias.
O silêncio é parte da derrota e hoje as caçarolas, as barricadas e as palavras soam forte.
Julio Rebosio, José Domingo Gómez Rojas, Santiago Maldonado e todos os assassinados pelo Estado presente!
Mónica e Francisco à rua!
Assembleia Anarquista Autoconvocada Valparaíso
Domingo, 2 agosto de 2020
Tradução > Sol de Abril
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Zemaria Pinto
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!