Caracas (e Venezuela como um todo) com grave escassez de leitos hospitalares agravando o impacto da pandemia

Por Shari Avendaño (Efecto Cocuyo)

O presidente da Federação Médica Venezuelana (FMV), Douglas León Natera, disse que cerca de 10.500 leitos deveriam estar funcionando em Caracas, mas apenas entre 2.000 e 2.500 leitos estão disponíveis para o atendimento médico.

“Se estivessem trabalhando, não haveria razão para [a administração de Nicolás Maduro] habilitar abrigos, academias ou qualquer hotel. Lá, de repente, as pessoas do governo que adoeceram poderiam ter sido tratadas nos hospitais”, comentou León Natera no fórum sobre as condições do sistema hospitalar e a assistência à população em Caracas, realizado nesta sexta-feira, 21 de agosto.

O especialista em urologia infantil disse que no final dos anos 90, 600 leitos estavam funcionando no Hospital Dr. Domingo Luciani, 900 no Hospital Dr. Miguel Pérez Carreño e 1.300 leitos no Hospital Clínico Universitário. Até o momento, os centros de saúde pública não têm os suprimentos necessários para atender os pacientes.

“Agora com a intervenção da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) podemos ter alguns equipamentos de biossegurança. Mas a administração do hospital não está fornecendo nada.

A pandemia do coronavírus chegou à Venezuela com um sistema de saúde em crise, com escassez de suprimentos, pessoal e camas. Nicolás Maduro anunciou que o número total de leitos de hospitalização disponíveis para o surto era de 23.762 (em todo o país). Em outras palavras, existem 0,8 leitos hospitalares no país para cada 1.000 habitantes. Isto está bem abaixo da figura de 2,7 recomendada pelo Banco Mundial.

Sem insumos

Mayra Bernal, coordenadora do Capítulo de Enfermagem de Caracas da Confederação de Profissionais Universitários da Venezuela (Confepuv), disse que a situação dos centros de saúde em uma pandemia é agravada pela falta de medidas de higiene e proteção.

“A falta de suprimentos para todo o pessoal, ternos de biossegurança e equipamentos de proteção, máscaras n95, vestidos cirúrgicos, bonés. A maioria dos profissionais usa máscaras de pano e não há luvas suficientes”, disse.

Bernal mencionou que alguns centros de saúde do setor privado entraram em colapso, tanto que foram criados espaços para cuidar de pacientes com outras doenças além da COVID-19. Segundo a líder sindical, os colegas de instituições públicas e privadas não têm como chegar a seus locais de trabalho devido à falta de transporte e dinheiro.

As informações mencionadas pelos profissionais de saúde foram compiladas pelo Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea) em seu relatório Condições de Trabalho no Setor de Saúde. A organização coletou reclamações de sindicatos de saúde sobre baixos salários, escassez de suprimentos nos 16 hospitais de Caracas, falha no fornecimento de gasolina e ameaças quando eles relatam irregularidades.

Fonte: http://periodicoellibertario.blogspot.com/2020/08/caracas-y-venezuela-entera-con-deficit.html

Tradução > Liberto

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