Quando eles foram confrontados com os horrores da guerra e da violência, nós falhamos para com eles, então eles foram forçados a abandonar os lugares onde viviam. Quando eles cruzaram as fronteiras para fugir para a Europa, nós os fechamos indefinidamente em acampamentos superlotados na periferia do continente, como a ilha de Lesbos, proibindo-os de circular livremente dentro da Europa. Quando a pandemia veio, nós os prendemos como prisioneiros dentro dos campos por quase 5 meses. Quando um desses campos de refugiados apertados em Moria (construído para 3.000 pessoas, enquanto abrigava 13.000) foi destruído pelo fogo, enviamos um exército de policiais de choque para garantir que eles não pudessem deixar a ilha de Lesbos. Quando eles tentaram se mudar para Mitilene, a capital da ilha, para conseguir comida e água, bloqueamos seu caminho com dezenas de policiais de choque e racistas locais. Frustrados com a falta de ajuda, protestaram por serem feitos passar fome intencionalmente, por serem obrigados a se mudarem para um campo de concentração, onde serão presos em troca de comida e água, jogamos gás lacrimogêneo em seus filhos pequenos e seus idosos, nós jogamos gás lacrimogêneo em todos eles.
Em uma época em que crimes contra a humanidade eram cometidos em massa, a desculpa para a maioria era que “não sabiam”. Não podemos mais dizer isso. Os gritos agonizantes de seus filhos vão nos assombrar até ouvirmos sua única exigência. “Azadi”, que significa “Liberdade”. E mesmo assim, não basta apenas ser contra ao que está acontecendo em Lesbos, uma bela ilha que se tornou um símbolo das falhas da Europa na política de imigração. Há um dever moral de falar e agir, sabendo o que sabemos e tendo visto o que vimos.
Você sabia que o lema oficial da União Europeia é “In varietate Concordia”, ou seja. “Unidos na Diversidade”? Apenas dizendo.
Os eventos retratados no vídeo ocorreram no sábado, 12 de setembro de 2020, 3 dias após o incêndio de Moria, (o maior campo de refugiados da Europa), na área de Kara Tepe, a poucos quilômetros de Mytilene, Lesbos, na Grécia. Imagens angustiantes daquele dia mostram crianças pequenas se contorcendo de agonia, depois de serem afetadas por produtos químicos pungentes que foram disparados por policiais de choque gregos que tentavam impedir o protesto dos imigrantes, ao lado de seus abrigos improvisados feitos de caules de junco, cobertores e barracas recuperadas.
>> Veja o vídeo (04:03) aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=5Otx1ZnLhzg
Tradução > A. Padalecki
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!