Como Coordenadora 18 de Outubro, tomamos uma posição crítica sobre o processo constituinte e o plebiscito de 25 de outubro com base nos seguintes argumentos:
– Consideramos que é inaceitável e imoral realizar um plebiscito e um processo constituinte que emerge como uma saída institucional da revolta social de 18 de outubro, quando ainda hoje existem dezenas de camaradas presxs da revolta. São elxs, como tantos outrxs, que colocaram seus corpos nas ruas opondo-se a um modelo abusivo de dominação e exploração, exigindo uma sociedade mais justa.
– O acordo de paz de 15 de novembro é assinado sobre o sangue, os assassinatos, as mutilações, as violações e a prisão de inúmerxs camaradas, o que torna ainda mais repugnante um pacto feito e acordado pela mesma elite partidária responsável pela perpetuação da miséria, dos abusos e das injustiças das últimas décadas.
– Não esquecemos que aqueles que assinaram este acordo dentro de quatro paredes foram os mesmos que nos meses seguintes assinaram um pacote de leis repressivas (lei anti-saques, anti-capuz e anti-barricada), portanto, o processo não nos dá garantias de libertação de nossxs camaradas, ao contrário, prevê mais repressão e prisão.
– Uma nova constituição, nos termos em que o processo constituinte está vinculado, não procura demolir o germe de sofrimento do povo, o neoliberalismo. Qualquer sistema de opressão e exploração requer constante adaptação e reinvenção. Sob este olhar e certeza é previsível que sob este processo constituinte se conseguirá a passagem de um modelo neoliberal severo para um modelo mais moderado, um reajuste necessário de poder que em sua essência continuará a reproduzir as injustiças sociais.
– Finalmente, declaramos que como Coordenadora 18 de Outubro nossa luta pela liberdade dxs presxs políticxs da revolta é parte da luta da própria revolta, que não pode terminar com um plebiscito e um processo constituinte adaptado às classes dirigentes deste país. Um objetivo evidente destes pactos é acalmar a luta e desmobilizar as ruas, mas nosso horizonte continua sendo a liberdade de todxs xs presos políticxs e a transformação profunda e real da sociedade. Nossa revolta não cabe em suas urnas de voto.
Coordenadora para a liberdade dxs presxs políticxs 18 de outubro
Tradução > Liberto
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!