[Mianmar] Apoie o Food Not Bombs Yangon

Um dia depois que os militares de Mianmar tomaram o poder na madrugada de 1º de fevereiro de 2021, um forte e impressionante movimento de desobediência civil apareceu. No início, liderado por trabalhadores da saúde, enfermeiras e médicos, esse movimento está crescendo mais rápido e mais forte a cada dia, sendo aderido por pessoas de todas as esferas da vida. Entre elas estão também professores, bancários, funcionários públicos e funcionários ligados a empresas militares. As pessoas começaram a bater panelas e frigideiras todas as noites às 20h em suas janelas e sacadas, no momento em que começa o novo toque de recolher instituído pelos militares. O barulho das panelas e frigideiras ficava mais alto a cada noite, em ponto às 20h, e durava mais a cada noite, para expulsar os espíritos malignos dos militares velas foram acesas e a música de protesto da Revolta de 88 “Kabar Makyay Bu”, que se traduz como “Não estaremos satisfeitos até o fim do mundo”, foi cantada ao som da melodia de “Dust in the wind” da banda Kansas.

Em 6 de fevereiro, às pessoas finalmente levaram seus protestos às ruas de todo o país. Estima-se que 100.000 pessoas participaram neste dia dos protestos em Yangon, a maior cidade de Mianmar. Os protestos estão acontecendo em várias cidades e regiões de todo o país todos os dias desde então. Eles são enormes, poderosos e diversos e todos os manifestantes concordam:

“Não podemos voltar à era das trevas da ditadura militar”.

Esses protestos são apoiados por várias organizações como sindicatos estudantis, sindicatos trabalhistas, partidos políticos e grupos de ativistas sociais. Um desses grupos de ativistas sociais é o grupo de Yangon do Food Not Bombs.

O Food Not Bombs Yangon foi fundado em 2013 por um grupo de punks locais. Eles são mais conhecidos por apoiar pessoas que vivem em condições precárias, especialmente crianças, na área urbana de Yangon. Em 2020, quando a pandemia atingiu o país, os punks do Food Not Bombs organizaram incansavelmente grandes quantidades de alimentos para apoiar as pessoas necessitadas. Entre outros, eles apoiaram os protestos dos trabalhadores das fábricas de roupas e sindicatos trabalhistas quando os trabalhadores foram privados de seu salário depois que as fábricas fecharam sem qualquer compensação.

Agora, esses punks também estão cumprindo seu papel como Food Not Bombs, apoiando os manifestantes com água, comida e equipamentos de segurança, como capacetes, óculos para proteção contra spray de pimenta e máscaras médicas.

Embora os protestos em Yangon tenham permanecido pacíficos até agora, em outras cidades e regiões, a polícia já começou a usar canhões de água, gás lacrimogêneo, balas de borracha e balas reais contra os manifestantes. Além disso, cada vez mais vídeos aparecem no Facebook mostrando civis em todo o país sendo arrastados para fora de suas casas à noite e presos pela polícia.

Os militares estão agora aumentando seu controle. Depois que cerca de 23.000 prisioneiros foram libertados em uma anistia em massa, durante a noite, mais e mais civis estão sendo arrastados para fora de suas casas e presos. Desde 14 de fevereiro, veículos blindados chegaram em várias cidades e o acesso à internet está sendo cortado durante a noite.

Esta arrecadação de fundos foi criada para apoiar o trabalho do Food Not Bombs Yangon durante esses protestos em andamento. O dinheiro será usado para apoiar ainda mais os manifestantes, o movimento de desobediência civil e as pessoas necessitadas. O Food Not Bombs Yangon também está se associando a outras organizações ativistas, como sindicatos trabalhistas e estudantis.

Antecedentes do golpe militar em Mianmar:

Depois que os militares tomaram o poder ilegitimamente em 1º de fevereiro, eles começaram a deter políticos oposicionistas, ativistas políticos, artistas críticos e jornalistas. O senador general Min Aung Hlaing, o qual comandou a intensificação da repressão à minoria étnica Rohingya no estado de Rakhine nos últimos anos pelos militares, declarou neste dia estado de emergência de um ano e assumiu todo o poder estatal durante esse período. Alegando que houve fraude nas eleições de novembro de 2020, vencidas pelo partido da Liga Nacional pela Democracia (NLD) em uma vitória esmagadora, os militares também detiveram membros do parlamento que deveriam prestar juramento ao cargo em 1º de fevereiro. Até hoje, Aung San Suu Kyi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz e conselheira estadual, está detida e em prisão domiciliar. Bem como o presidente do estado Wint Mynt e outros políticos de alto escalão. De 9 de fevereiro até o momento, um total de 400 pessoas foram detidas e presas pelos militares. Mianmar foi uma ditadura militar de 1962 até 2011.

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Tradução > A. Padalecki

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