[Espanha] Anarquistas Perigosos, 6º capítulo

Por Iru Moner. Secretário de Ação Social da CGT Catalunha

No sábado (27/02) eles já correram para divulgar que entre as prisões havia um grande número de pessoas estrangeiras, que eles eram “militantes de grupos anarquistas violentos”. Finalmente eles encontraram os famosos anarquistas italianos.

No domingo, ao coro de criminalização foram acrescentados partidos políticos de direita e esquerda, patronais e twitt estrelas de todas matizes. A grande maioria dos meios de comunicação, mais uma vez, não se corou ao reproduzir de capa em capa as declarações dos Mossos d’Esquadra e do Interior.

Na segunda-feira, buscas em duas casas ocupadas em Maresme. O Interior já liga “grupos anarquistas com o ataque à van da Guardia Urbana”. Onde, segundo fontes policiais, “foi apreendido material diverso” em busca de provas para reforçar as “indicações que fariam parte de um grupo criminoso”.

Honestamente, eles não “trabalharam muito duro” na 6ª temporada dos Anarquistas Perigosos. Mais do mesmo, nenhuma reviravolta notável na trama. Nada de novo na literatura clássica repressiva. Eles vêm de fora! São maus, são violentos! Grupos anarquistas organizados. Buscas, comunicados, condenações por parte das autoridades. A mídia repete o que os Mossos têm a dizer. Isso não lhe diz nada?

Desta vez, as acusações saltam para a tentativa de assassinato. Mas a linguagem é a mesma, grupos coordenados, Grécia, Itália, conspirações internacionais. A história toda está voltada para o promotor que pede a prisão e para o juiz que adota esta medida. E toda a mídia fará fogos de artifício e sensacionalismo.

Aos romancistas do escritório de imprensa do Interior, aos roteiristas do departamento de comunicação dos Mossos, quero lembrar que várias temporadas já foram feitas com estes argumentos e que o último capítulo foi um final feliz. Para nós, é claro.

Basta lembrar que temos toda uma série de operações similares com “grupos anarquistas coordenados”, “jovens violentos”, “buscas com apreensão de material” e prisão, que não terminaram em nada, no arquivo do caso. “Sabadell”, “Pandora I”, “Pandora II”, “Piñata” ou o “Ice”; Mesmo argumento, mesmo final: absolvição.

Não faz muito tempo, eles até transmitiram uma série com os mesmos argumentos, mas com protagonistas diferentes: “CDR”. Onde também, grandes palavras como prisão ou terrorismo, abriram grandes manchetes e desencadearam o linchamento pelas canetas e microfones do regime, com uma máscara de direita ou esquerda, mas do regime afinal de contas.

Quando as absolvições, arquivos ou liberações caíram: silêncio. Só vimos silêncio e algumas palavras de desculpas com uma pequena boca. Nada de novo nas trincheiras da luta social.

Fonte: http://www.revistacatalunya.cat/?p=3060

Tradução > Liberto

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One response to “[Espanha] Anarquistas Perigosos, 6º capítulo”

  1. anarquisitinha

    É bizarro olhar e ler mensagens dos anarcas mundo afora e perceber que os anarcas destas bandas Brasilis como meras notas de rodapé das lutas anticapital. Por aqui somente Vakinhas, notas de repúdio e vício tecnológico. Podemos dizer que o anarquismo no Brasil é apenas um fenômeno on line,e só.