A guerra, que se mantém nos territórios, tem sido continuada devido a decisões políticas contrárias ao povo. E são as mesmas pessoas que continuam a deitar mortos, que continuam a sofrer o abuso do Estado, a repressão das forças de segurança que só servem para manter os privilégios daqueles que controlam o poder político e/ou econômico, das promessas não cumpridas que levaram ao início de um novo ciclo de violência, à traição de acordos que semearam a esperança, mas decidiram colher um fogo alimentado com gasolina.
Hoje, diferentes agrupamentos, coletivos e organizações, nos manifestamos publicamente contra a reforma fiscal sobre bens essenciais de subsistência, mas não apenas porque consideramos esta reforma como um roubo organizado ao bolso da classe trabalhadora, camponeses, trabalhadores e trabalhadoras de serviços, por conta própria e autônomos. Se não, além disso, tornamos evidente o fracasso que constitui este governo uribista de Iván Duque, assim como o desastre que é todo o aparato estatal deste país, que tentou esconder com obras públicas, leis, decretos, propaganda da mídia e nacionalismo barato, o roubo organizado que realmente é, sobre a totalidade do povo desta região do continente.
Os impostos de que Duque falava – mentirosamente – de reduzir, independentemente do presidente em exercício, foram, são e serão, um roubo geral do povo, porque garantiram, através da máfia clientelista, o acesso ao poder de não mais de 20 famílias em todo o país, que se enriqueceram corruptamente e continuam a exercer o poder nos territórios – muitas vezes – através do uso de armas, legais ou ilegais; beneficiando-se de aluguéis legais e do mercado negro, – entenda-se – tráfico de drogas, contrabando, tráfico humano, engorda de terras, desapropriação de terras de camponeses, mineração ilegal.
Como podem esperar que o povo continue a acreditar no Estado, se o mesmo governo que o controla, age sistematicamente contra o povo?
O tratamento da pandemia é desastroso, não apenas o Duquismo arruinou a opção covax quando poderia ter garantido o fornecimento de vacinas, mas também ousaram fazer negócios com a saúde, às custas dos impostos que roubam dos trabalhadores.
A pressão sobre os trabalhadores da saúde, a superexploração que sofrem, dia após dia, não é exclusiva, já que os professores também têm sido profundamente afetados, sem mencionar todas as pessoas, que com seu suor, lágrimas e esforço sustentam um estado que leva mais do que realmente dá.
Recuperar as autonomias municipais, a coletivização do território entre aqueles que o habitam ancestralmente ou tradicionalmente (não entre aqueles que por usurpação, desapossamento e deslocamento as obtiveram), exercer a assembleia, o comunalismo e a horizontalidade, onde todas as decisões se dão coletivamente, uma assembleia aberta, participativa, diversa em diálogo permanente, rejeitando qualquer autoridade, caudilhismo, caciquismo, patronalismo e patriarcalismo.
Por tudo isso, e muito mais, é que os anarquistas, nos expressamos em retumbante oposição às simples ações, o que constitui um desfile pela sétima via, quando em verdade convocamos a Greve Geral Indefinida, que leva a mover o status quo em benefício do povo: de suas minorias crioulas oligárquicas e burguesas, para os povos amplos, abrangentes e diversos que compõem a maioria da população da região colombiana.
Não é necessário que o Estado controlado pela elite decrete a REFORMA AGRÁRIA, as próprias comunidades, cidades e municípios podem fazê-lo, sem intermediários, basta que eles concordem com uma assembleia e a iniciem.
Abolir as relações de subordinação ao estado narco-oligárquico!
Acabar com a atividade passiva, é hora de ir para as ruas!
Obstruir o exercício da repressão!
Constituir assembleias autônomas de bairro e municipais!
Abolir as relações de opressão machista e patriarcal: participação diversificada e igualdade de gênero, acordos de renúncia à guerra!
Desobediência civil desarmada!
Evitar a reforma tributária, reforma previdenciária e reforma trabalhista!
Abolir o Estado!
Constituir as assembleias!
Colectivx Kaos Kreador Antifascista | Banderas Negras | ULET-AIT
Fonte: https://www.acat-ait.org/2021/05/06/abolir-el-estado/
Tradução > Liberto
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