[Espanha] Ante a militarização da fronteira em Ceuta

Concentração – Sexta-feira, 21 de maio, 19h00, Tirso de Molina, Madrid | Nem CIES Nem fronteiras Nem nações!

A situação em Ceuta é o resultado das tensões entre os estados espanhol e marroquino, mostrando a verdadeira face do capitalismo e dos estados como traficantes de nossas vidas. O sistema não tem escrúpulos em construir cercas de arame farpado e pontos de controle, erguer muros e prisões para migrantes como o CIES [Centros de Internamento de Estrangeiros], campos de refugiados administrados por uma dura bota militar, e tudo isso cercado pela mais alta tecnologia, protegido pela polícia e, quando necessário, pelas forças militares. Nada como a democracia para gerenciar o racismo e a xenofobia. Tudo isso para regular o fluxo de capital humano, ou seja, a população forçada a se deslocar ao longo das rotas migratórias do mundo, resultado de guerras, repressão e miséria pelas quais os estados e o capitalismo são diretamente responsáveis. Sem esquecer-se de mencionar a necessidade imperativa da classe empresarial de mão-de-obra barata para explorar.

Este terreno fértil de tensão imperialista entre os estados é ideal para o nacionalismo e, conseqüentemente, para a extrema direita. Essas forças tentam incutir ódio entre os pobres e explorados contra seus irmãos e irmãs de outras regiões para que não identifiquemos nosso verdadeiro inimigo, que não é outro senão o sistema. Por sua vez, o governo progressista fará o que sempre faz, protegerá os interesses do capital e comercializará a vida dos migrantes.

Apelamos para que as pessoas tomem as ruas, em solidariedade com os migrantes e, acima de tudo, com suas lutas. Porque temos visto como se rebelaram em motins nos CIES. Porque os vimos rebelar-se nos campos onde estão presos nas Ilhas Canárias e resistir à repressão policial com a vergonhosa cumplicidade da Cruz Vermelha. Porque vimos como os trabalhadores sazonais, muitos deles migrantes, enfrentaram seus chefes e as condições de exploração no meio de uma pandemia. Porque vimos como os jovens, desumanizados e rotulados como MENAS [Menores Estrangeiros Não Acompanhados], se defenderam com unhas e dentes contra os ataques fascistas. Porque vimos como as redes de apoio mútuo e solidariedade são geradas diante do assédio policial nas batidas racistas. Porque estamos unidos em nosso ódio à polícia e seus constantes abusos contra todos nós, tanto aqui como na fronteira de Ceuta.

Fazemos um chamado para sair às ruas contra as guerras e tensões imperialistas entre os estados e seu macabro jogo geopolítico.

Fazemos um chamado para sair às ruas contra a formação militar da fronteira em Ceuta e do estreito.

Um chamado para tomar as ruas contra as fronteiras e o capitalismo que precisa delas.

Solidariedade e luta!

Nem guerra entre povos, nem paz entre classes!

Convocam: Algumas solidárias internacionalistas

agência de notícias anarquistas-ana

Em câmera lenta
preguiça na imbaubeira
passa a outro galho.

Anibal Beça